História do Islamismo

História do Islamismo 1

A história do islamismo é a história de uma das maiores religiões do mundo atual. Além disso, é também a história da continuidade do monoteísmo abraâmico, pois os muçulmanos consideram que Maomé seria o último dos profetas.

O islão baseia-se nos ensinamentos do profeta Maomé (571-632 EC). Ao lado do cristianismo e judaísmo, é a continuação dos ensinamentos de Abraão, considerado um profeta no islamismo. Os aderentes da religião nomeiam-se como “muçulmanos”, e há dois bilhões deles no mundo moderno.

As raízes do islão encontram-se na península árabe. Os sucessores de Maomé conseguiram conquistar as superpotências da época: o Império Sassânida e o Império Bizantino. Em seu auge, o Império Islâmico estendia-se desde o Paquistão moderno ao leste até o Marrocos e a península ibérica ao oeste.

Conheça a história do islamismo abaixo.

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Mesquita em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. O islamismo tem bilhões de fiéis ao redor do mundo. Imagem: Pixabay

A história do islamismo

A missão do profeta Maomé

O profeta Maomé (Muhammad ibn Abdullah em árabe) nasceu em 570 EC. Era membro da tribo dos coraixitas, facção respeitada mesmo com uma riqueza declinante. Órfão desde novo, quem o criou foi seu tio, Abu Talib, que dizem ter o amado mais que a seus próprios filhos.

Maomé tornou-se um comerciante, e o reconheciam por sua honestidade, que chamou atenção de uma viúva rica chamada Cadija. Cadija fez-lhe uma proposta de casamento, que foi aceita, mesmo sendo 15 anos mais velha que ele (Maomé tinha 25 anos na época). O apoio de Cadija foi essencial para que Maomé perseguisse sua missão.

Assim, quase aos quarenta anos, ele começou a realizar seus cultos de forma reclusa, na caverna Hira, que se encontrava no monte Jabal al-Nour (“Montanha da Luz”), próxima à Meca.

Então, diz-se que em 610 EC, o anjo Gabriel aproximou-se dele com uma revelação de Deus – Allah (que significa “o Deus”). Conta-se que Maomé, de início, reagiu negativamente, pois ficou perplexo e assustado, correndo para casa com medo. Contudo, percebeu depois que era o profeta de Deus.

Maomé, então, passou a pregar sobre a unicidade de Deus para sua família e amigos próximos, e depois para o público. A Arábia, na época, era politeísta. Isso então trouxe conflito entre Maomé e os habitantes de Meca, cuja economia dependia desse politeísmo, pois os mercadores vendiam estátuas, vestes e feitiços de diversos deuses.

Os nativos de Meca tentaram impedir Maomé, mas ele continuou sua missão, acreditando que a devia a Deus. Em 619, perdeu seu tio e sua esposa, passando a sentir-se muito só no mundo.

De Meca para Medina

A ajuda, porém, veio em 621 EC, quando cidadãos de Iatrebe (posteriormente Medina), que tinham aceitado o islamismo, convidaram o profeta e seus acompanhantes para a cidade.

Maomé fugiu de Meca e foi para Iatrebe. A cidade admirava seus ensinamentos, e queriam que o profeta agisse como seu governante. Maomé encorajou seus seguidores de Meca a migrarem para Medina, e eles assim o fizeram.

Em sua nova casa, os muçulmanos agora queriam contra-atacar aqueles que os tinham perseguido. Eles começaram a realizar ataques em caravanas de Meca, o que trouxe prejuízos à sua economia. Os habitantes de Meca, então, decidiram destruir os muçulmanos de uma vez por todas.

Os muçulmanos enfrentaram Meca na Batalha de Badr (624 EC), onde 313 tropas muçulmanas derrotaram um exército de 1.000; alguns dão o crédito da vitória à intervenção divina, enquanto outros a apontam como resultado da inteligência militar de Maomé.

A conquista de Meca

Após a vitória, assim, os muçulmanos se tornaram mais do que apenas seguidores de uma religião, agora uma força militar a ser reconhecida. Diversos conflitos se seguiram entre os muçulmanos e outras tribos árabes, com os muçulmanos acumulando vitórias. No ano de 630 EC, as portas de Meca se abriram para o seu exército.

Meca agora estava à mercê dos muçulmanos. Contra todas as expectativas, porém, Maomé ofereceu anistia a todos aqueles que se rendessem e aceitassem a nova fé.

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O Alcorão é o livro sagrado do islamismo. Imagem: Pixabay

Na época de sua morte, em 632 EC, Maomé era o homem mais poderoso em termos religiosos e políticos da Arábia. A maioria das tribos tinham se convertido ao islão e juraram fidelidade a ele. Maomé morreu em sua casa, em Medina, onde o enterraram.

Os seguidores de Maomé memorizaram as revelações que ele afirmara ter recebido do anjo Gabriel. Assim, alguns anos após sua morte, elas foram registradas no Alcorão (“o ensinamento”, ou “a recitação”), o livro sagrado do islamismo. Ali a história do islamismo já estava consolidada, com um início marcante e que seria lembrado por muitas gerações.

Califados e a expansão do islamismo

Após a morte de Maomé, seu sogro, Abu Bakr compilou as revelações num livro, de forma a preservá-la para as futuras gerações. Abu foi o primeiro califa, sucessor do profeta em sua missão e império. Meca se tornou o lar da fé islâmica, e Medina a capital do império muçulmano.

A Arábia encontrava-se entre o Império Sassânida Persa (224-651 EC) e o Império Bizantino (330-1453 EC). Com essas duas superpotências em guerras constantes, os árabes sofriam com os problemas nas regiões ao redor.

Porém, quando se unificaram sob o islão, eles realizaram ataques em ambos os impérios, de forma a facilitar a expansão da fé. Abu unificou toda a península sob a bandeira do islamismo, e enviou seus exércitos para expandir o domínio sobre tribos árabes que viviam sob o jugo persa ou bizantino.

Essas campanhas obtiveram sucesso, e no tempo do terceiro califa, Uthman, todo o Egito, a Síria, o Levante e a maior parte do que fora o Império Sassânida agora se encontrava em mãos muçulmanas. Com a fundação da dinastia Omíada, o império continuou a se expandir.

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Taj Mahal, um mausoléu muçulmano. O islamismo se espalhou para muitos lugares do mundo, inclusive partes da Índia. Imagem: Pixabay

Dinastia Omíada e o Sultanato Otomano

Os califas da dinastia Omíada continuaram suas expedições militares e, ao fim da dinastia, partes do Paquistão moderno, toda a África do Norte e a península ibérica tinham sido anexadas ao império.

Durante o governo dos abássidas (750-1258 EC), houve alguns ganhos territórios, mas a tendência de expansão veloz terminara por hora. Ela retornou depois, com o Sultanato Otomano (1299-1922 EC), que depois assumiu o título de Califado do Mundo Muçulmano.

A Anatólia e o coração do Império Bizantino, Constantinopla, foram conquistadas pelos otomanos em 1453 EC, que fecharam a Rota da Seda, forçando as nações europeias a buscar outras fontes para seus bens, o que desencadearia a Era das Descobertas, com os europeus enviando suas embarcações rumo ao Novo Mundo.

As conquistas militares dos otomanos permitiram uma expansão ainda maior do Império Islâmico. A expansão da fé se deu tanto através da conquista como do comércio, contudo. Na época dos otomanos, foi o comércio que levou a fé mais longe, com muitos missionários misturando-se com as populações locais e estrangeiras, espalhando a fé enquanto viajavam.

A história do islamismo continua ainda hoje. Milhões de muçulmanos ao redor do mundo, um terço da população global, seguem o caminho que Maomé revelou 14 séculos atrás, em diversos países, como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque e Síria.

Fontes: Islam – World History Encyclopedia e Islam | Religion, Beliefs, Practices, & Facts | Britannica

Imagem: Pixabay

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