Causas do desmatamento no Brasil

Dilemas do desmatamento no Brasil

Os números não mentem e ligam o sinal de alerta: desde 1978, mais de um milhão de quilômetros quadrados da floresta amazônica foram destruídos não só aqui, como também no Peru, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. Sobretudo, há uma dúvida que precisa de esclarecimento, quais são as causas do desmatamento no Brasil, como um todo?

Em primeiro lugar, as terras brasileiras detêm cerca de um terço das florestas tropicais remanescentes do mundo, o que inclui mais de 60% da Amazônia. Em meados de 2000, alguns esforços governamentais ganharam força em torno da questão, entretanto, nos últimos anos o quadro reverteu e o desmatamento voltou a crescer. O aumento das taxas de desmatamento no Brasil ocorre por inúmeros motivos, dentre eles a agricultura, pecuária e extração de madeira. Mesmo o foco sendo na Floresta Amazônica, outras regiões também sofrem com as interferências do homem e da natureza. Todavia, antes de mais nada é preciso entender os fatores diretos por trás do problema.

Vamos por partes! Ao que parece, a pecuária tem conexão direta com a destruição de áreas florestais extensas para criação de gado. Acima de tudo, tal fato se relaciona com a alta demanda por commodities, visto que o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Em contrapartida, a outra maior commodity na Amazônia brasileira é a soja, já que o país também é o maior exportador de soja na esfera global. A soja requer áreas enormes de terra para seu cultivo, e boa parte dos terrenos vem por meio do desmatamento. Então, não menos perigoso, a extração de madeira aparece como outro agente causador do desmatamento no Brasil!

A produção de carne bovina contribui para o desmatamento no Brasil.
No ano passado, Brasil respondeu por 17% da produção de carne bovina no mundo. (Imagem: Alexas_Fotos/ Pixabay)

Os riscos que os animais também correm com o desmatamento no Brasil

Em decorrência de empresas poderosas e bem-sucedidas se usufruindo desses elementos, os avanços legais para combater o problema não ganham tanta força. Por outro lado, cerca de 85% de toda população brasileira vive em áreas urbanas e não é afetada de modo bruto pelo desmatamento. Com isso, o eleitorado não gera uma pressão robusta para proteger as florestas e vegetação do próprio país.

“57% de todas as árvores amazônicas estão globalmente ameaçadas, incluindo a nogueira brasileira e o cacau, devido ao desmatamento” (Briggs, 2015). Este alerta em relação ao desmatamento no Brasil prova que o mundo se mobiliza para combater o problema. Acima de tudo, as castanheiras brasileiras são de suma importância para que o meio-ambiente e homem sobrevivam. Isso acontece porque as árvores fornecem serviços ambientais como ciclagem de água, alimentos proteicos, sequestro de carbono e renda para comunidades regionais.

Contudo, os bichos também sofrem muito por conta do desmatamento, visto que cada espécie possui um papel fundamental no apoio ao ecossistema e seus serviços. Sendo assim, usar práticas sustentáveis para a manutenção da biodiversidade é necessária, e promove o bem-estar humano e o florescimento do meio-ambiente. Quando essa biodiversidade se perde, as implicações culturais também aparecem, principalmente por parte das tribos indígenas. Muitas delas acreditam que cada animal, planta e flor tem espírito próprio, que os xamãs usam para curar as pessoas. Então, a perda definitiva de árvores e bichos fará com que essas tradições culturais desapareçam, criando uma grande lacuna na história do país.

Troncos empilhados na floresta.
Troncos de árvores empilhados. (Pic_Panther/ Pixabay)

Como a ‘pós-colheita’ pode combater as terras devastadas?

Apenas no Brasil, cerca de 305 tribos indígenas estão de pé, sendo que 100 delas nunca tiveram contato com o mundo exterior. Sem florestas, esses indivíduos simplesmente seriam incapazes de sobreviver, pois todo o sustento vem disso. É na natureza que eles pescam, cultivam alimentos, caçam animais e administram a própria rotina. O desmatamento sem freios coloca esses séculos de cultura em risco permanente.

Quando a comunidade vive em contato direto com as árvores por um longo período de tempo, ela cria uma compreensão única do ecossistema. Embora os índios vivam em terras legalmente sob proteção, muitos madeireiros e grileiros ilegais têm entrado em território tribal. Esses territórios não só cobrem um quarto da Amazônia brasileira, como fornecem um amortecedor crucial para grande parte do resto.

Sobretudo, existem algumas maneiras para melhorar as práticas humanas, como a extração seletiva da madeira e a regeneração ‘pós-colheita’. O ideal seria implantar todas as medidas de uma só vez, porém, existe uma série de outras ações que poderiam fazer parte da realidade, atreladas a uma gestão séria e criteriosa. Essa boa gestão de sistemas garantiria que as leis e regulamentações fossem seguidas de modo preciso, para coibir práticas ilegais da extração de madeira, por exemplo. Entre 2001 e 2020, majoritariamente três áreas foram responsáveis pela perda de 54% de toda a cobertura arbórea.

Madeira empilhada após serem cortadas ilegalmente.
Madeira empilhada. (Imagem: Pexels/ Pixabay)

As ações do homem agravam os incêndios florestais

Em contrapartida, não há como esquecer dos incêndios florestais. Até 2021, o país perdeu mais de 850 mil milhas de terras em decorrência desse fenômeno natural. Anualmente as chamas tomam conta das florestas brasileiras, e mesmo com esforços do governo, como uso de satélites para monitoramento, não há como impedi-las de devastar tudo. Apesar das causas naturais, o fogo que se alastra por nossas árvores, muitas vezes, é provocado pelo homem. Entre junho e julho os incêndios começam, mas atingem o pico em setembro, quando analisamos os dados históricos do país.

Nós abrigamos a maior floresta tropical e áreas úmidas do mundo – Amazônia e Pantanal -, que também foram vítimas de grandes chamas em 2019 e 2020, respectivamente. No ano passado, foi a vez da savana do Cerrado sofrer mais que o normal. Uma área tão grande quanto Connecticut e Nova Jersey foi queimada nos sete primeiros meses de 2021.

Pesquisas científicas mostram que a Amazônia absorve cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono que o mundo emite na atmosfera anualmente, sendo que o total é 40 bilhões. Ou seja, ela é uma fatia importante do esforço global para conter – ou agravar – mudanças climáticas. Então, todo o planeta pode sofrer seriamente no futuro, se o desmatamento no Brasil não for freado a partir de agora.

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Fonte: ApnewsStory Maps
Imagem: Pixabay

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