Uma das principais curiosidades sobre o Sol é o seu futuro: o que vai acontecer com a nossa estrela? Fato é que, assim como ocorre com outras estrelas, o destino do nosso Sol é determinado por sua massa.
Apesar de ser enorme comparado ao nosso planeta, o Sol tem um tamanho médio na escala estelar, e vai viver e morrer como 99% das estrelas da galáxia. Quando o Sol esgotar seu fornecimento de hidrogênio no núcleo, ele vai começar a queimar hélio. Isso o leva a uma fase de resfriamento que transformará o Sol numa gigante vermelha.
Após centenas de milhões de anos como uma gigante vermelha, o Sol vai entrar numa fase instável. Durante essa fase o núcleo do Sol se tornará uma anã branca, esgotando por completo seu combustível nuclear.
Isso só deve ocorrer daqui mais de cinco bilhões de anos, então ainda estamos seguros.
Conheça outras curiosidades sobre o Sol abaixo.
Questões e curiosidades sobre o Sol
1. Que tipo de estrela é o Sol?
Uma das curiosidades sobre o Sol é a sua classificação dentre as estrelas.
O Sol é classificado como uma estrela de sequência principal do tipo G. O termo “sequência principal” refere-se ao fato do Sol estar no estágio da sua vida onde a principal fonte de combustível é a conversão de hidrogênio em hélio.
Estrelas nessa fase encontram-se no que chamamos de sequência principal do diagrama de Hertzsprung-Russel (HR). Esse diagrama é um gráfico da magnitude absoluta das estrelas contra as temperaturas da superfície. As estrelas passam a maior parte da vida na sequência principal, e a duração desse período depende do seu tamanho.
Uma estrela de sequência principal encontra-se num estado de equilíbrio hidrostático – a pressão interna criada pelas reações nucleares no núcleo da estrela equilibram o puxo interno da gravidade, estabilizando a estrela.
2. O que está dentro do Sol?
No centro do Sol encontra-se seu núcleo, que produz energia através da fusão nuclear, convertendo hidrogênio em hélio. A energia viaja para a zona radioativa acima do núcleo, onde tipicamente fica presa por milhares de anos.
Acima da zona radioativa está a camada convectiva. Compondo cerca de 30% do interior, ela transfere energia para a superfície (a ‘fotosfera’) pelo processo de convecção: o gás sobe e desce como bolhas de cera em uma lâmpada de lava. Em torno do Sol encontra-se sua atmosfera, a corona solar.
3. Como sabemos o que está dentro do Sol?
Para desvendar as curiosidades sobre o Sol, suas características e estrutura, os astrônomos usam uma mistura de observação, teorias e modelos computacionais para desenvolver cenários que podem descrever melhor as características registradas.
Muito do que sabemos acerca do interior do Sol deve-se à heliosismologia. Assim como sismólogos terrestres, os heliosismólogos usam oscilações para sondar o interior de um corpo: ondas sísmicas geradas por terremotos, no caso da Terra, e ondas de pressão na zona convectiva no caso do Sol.
Essas ondas causam movimentos verticais na superfície do Sol, a fotosfera. A temperatura, composição e outras propriedades no interior solar influenciam o comportamento dessas ondas. Combinando essas observações com teorias permite que os astrônomos produzam modelos da composição interna da nossa estrela.
4. O Sol nasceu num aglomerado de estrelas? Onde estão as outras?
Diferentemente da maioria das estrelas que vemos no céu noturno, o Sol não está gravitacionalmente ligado a um aglomerado de estrelas. Contudo, os astrônomos acreditam que nossa estrela de fato nasceu num grupo. As maiores estrelas desse aglomerado, todavia, já teriam consumido todo o seu combustível, morrendo depois disso.
Com mais de 4.6 bilhões de anos, o Sol já completou cerca de 20 órbitas da Via Láctea, e as forças gravitacionais atuando sobre os membros originais já os dispersaram há muito tempo.
5. Onde o Sol está localizado na Via Láctea?
Uma das principais curiosidades acerca do Sol é a sua localização na Via Láctea, a nossa galáxia.
Observações da distribuição de gás hidrogênio neutro na década de 1960 indicaram que o nosso Sol encontra-se em algum ponto acima do plano médio da nossa galáxia. Desde então, diferentes técnicas foram usadas para estimar qual é o ponto exato onde o Sol se encontra.
A estimativa mais recente sugere uma distância de 20 parsecs, ou 65 anos-luz. Essa distância não é constante, pois o Sol se move ao realizar sua órbita de 230-250 milhões de anos através da galáxia.
6. O que aquece a corona solar?
A corona é parte da atmosfera externa do Sol, e é composta de gás ionizado. A superfície visível do Sol (fotosfera) possui uma temperatura em torno de 5,800 Kelvin, mas a corona alcança temperaturas máximas que variam entre 1 e 3 milhões Kelvin.
Contudo, a corona é extremamente tênue, tendo densidade de apenas um mil bilionésimo da fotosfera. Há duas teorias acerca do que pode aquecê-la:
Uma teoria propõe que ondas magnetoacústicas (ondas sonoras modificadas por um campo magnético) e ondas de Alfvén (íons oscilando em um campo magnético dentro de um plasma) transferem energia de dentro do Sol.
Outra teoria argumenta que é o campo magnético do Sol, que induz campos elétricos na coroa, que causa o aquecimento.
Esses campos entram em colapso repentinamente, liberando energia na coroa e aquecendo-a.
7. O que é o diagrama de borboleta do Sol?
O termo “diagrama de borboleta” refere-se ao padrão visto em um gráfico da latitude das manchas solares em relação ao tempo, ao longo de muitos ciclos solares. O padrão “borboleta” é resultado da tendência gradual de manchas solares se formarem em latitudes baixas (próximas ao equador) à medida que o ciclo de 11 anos da formação de manchas progride.
No início de um ciclo solar, poucas manchas solares são vistas, e elas se formam em latitudes altas. À medida que o número de manchas cresce, elas surgem cada vez mais próximas do equador. No ponto máximo, o número de manchas decresce novamente, e assim o padrão se repete.
8. O quão próxima uma espaçonave tripulada poderia ficar do Sol?
Uma das curiosidades sobre o Sol mais fascinantes é a possibilidade de enviarmos uma espaçonave tripulada para sondar e estudar a estrela de mais perto. Se poderia pensar que o problema disso é o calor extremo, mas hoje em dia já temos sistemas de resfriamento bem avançados, capazes de operar sob condições extremas de temperatura.
O problema maior, na verdade, seria o risco oriundo da radiação. A atividade solar segue um ciclo que dura cerca de 11 anos: há riscos maiores de tempestades solares no ponto máximo do ciclo. Astronautas que fossem pegos de fora da magnetosfera da Terra durante uma tempestade solar poderiam ficar expostos a doses letais de radiação em minutos sem a proteção adequada.
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Fonte: BBC Sky at Night Magazine