O que foi Chernobyl?

Primeira imagem de Chernobyl
Máscara de gás em uma janela Fonte: Pixabay

Apesar de décadas terem se passado o desastre de Chernobyl é algo que nunca foi e nunca será esquecido, principalmente pelas duras consequências que o mundo, até hoje, sofre. Quer saber o que foi Chernobyl, todos os detalhes do desastre e descobrir como está atualmente o local onde tudo aconteceu? Então continue lendo e conheça toda a história e seus detalhes.

Chernobyl: como aconteceu?

Pessoa com proteção radioativa
Pessoa com proteção e máscara de gás. Fonte: Pixabay

Para começar é importante deixar claro que Chernobyl é uma cidade localizada no norte da Ucrânia, bem próximo da fronteira com a Bielorrússia. O desastre ocorreu na Usina Nuclear de Chernobyl, por isso a cidade nomeia também o grande desastre. Depois desse esclarecimento vamos para o fatídico dia em que tudo aconteceu: 26 de abril de 1986.

O desastre começou nas primeiras horas do sábado durante um teste de sistemas no reator número quatro. Tudo estava indo bem até que, repentinamente, ouve um aumento na produção de energia. Devido a isso houve uma tentativa de desligamento de emergência, mas, infelizmente, ocorreu um pico ainda mais extremo na produção de energia.

Como consequência desse aumento excessivo houve uma ruptura de um reator e uma sequência de explosões. O incêndio, que se alastrou, gerou uma nuvem de fumaça altamente radioativa que flutuou até grandes partes do oeste da antiga União Soviética e da Europa. O país mais afetado foi a Bielo-Rússia no qual recaiu 60% da precipitação radioativa.

O desastre de Chernobyl foi considerado o pior acidente de usina nuclear da história e é um dos dois únicos classificados como um evento de nível 7 na Escala Internacional de Eventos Nucleares.

Impactos imediatos

Escombros de uma das cidades próximas a Chernobyl
Destroços de Chernobyl. Fonte: Pixabay

Durante 10 dias altas quantidades de substâncias radioativas foram liberadas no ar, o que gerou um verdadeiro caos social, ecológico e econômico. Populações da Rússia, Bielo-Rússia e Ucrânia foram duramente atingidas. Os primeiros afetados, além dos funcionários da usina, foram os bombeiros que trabalharam para apagar o incêndio.

Apenas no primeiro dia 6 bombeiros morreram devido a exposição aos matérias radioativos no momento do incêndio. Além deles outras 22 vieram a óbito pela exposição imediata. A intensidade foi tanta que inúmeros bombeiro e trabalhadores tiveram a síndrome de radiação aguda, que ocorre quando há uma alta exposição a materiais radioativos em um curto espaço de tempo.

Zona de exclusão

Máscara de gás
Máscara de gás pendurada. Fonte: Pixabay

Assim que ocorreu o acidente as autoridades militares decidiram delimitar uma Zona de Exclusão, denominada como Zona de Alienação da Usina Nuclear de Chernobyl. A ideia era cobrir as áreas mais afetadas pelo vazamento, colocá-las sob evacuação e controle militar.

Inicialmente essa área cobria 30 km de raio da usina nuclear, no entanto, as fronteiras foram expandidas alcançando 2.600 km². O objetivo principal de todo esse cuidado é restringir o acesso às áreas mais perigosas e reduzir a propagação da contaminação, além de realizar atividades de monitoramento radiológico e ecológico.

A radiação causa um estrago enorme que perdura por décadas. Ou seja, até hoje as consequências são sentidas no território, sendo a área de Zona de exclusão considerada umas das mais contaminadas radioativamente do mundo.

Mortes consequentes do desastre de Chernobyl

Homem olhando a janela em um local abandonado
Um homem em um local abandonado. Fonte: Pixabay

Até hoje é difícil dimensionar o número de mortes causadas pelo desastre da usina de Chernobyl. Isso porquê além das mortes imediatas há aquelas que aconteceram com o passar dos anos, como consequência da exposição ao material radioativo, como o surgimento de cânceres.

De forma mais evidente 31 mortes são atribuídas diretamente ao acidente, que englobam as equipes de emergência, como os bombeiros, e os funcionários da usina. Entretanto, além dessas ainda há outras centenas de mortes que podem ser consideradas resultado da contaminação radioativa que a população sofreu.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima-se que 4 mil civis tiveram suas vidas interrompidas como consequência do contato com material radioativo liberado no ar e no solo durante o desastre de Chernobyl.

Máscara de gás em local abandonado
Máscara de gás entre os destroços. Fonte: Pixabay

Já um relatório do Greenpeace estima-se que cerca de 200 mil pessoas tiveram mortes por câncer como resultado da precipitação de Chernobyl. Uma publicação russa foi ainda mais além e concluiu que 985 mil mortes prematuras por câncer ocorreram em todo o mundo entre 1986 e 2004 como resultado da contaminação citada anteriormente.

Vale lembrar que mais de 350 mil pessoas foram evacuadas de áreas consideradas de alto risco na Rússia, Ucrânia e Bielo-Rússia e 500 mil trabalhadores também foram expostos ao material radioativo por terem sido designados para limpar a área. Além disso, em julho de 1986 cerca de 400 milhões de pessoas residiam em territórios contaminados com alta radioatividade, o que mostra o quão complicado é dimensionar o número oficial de mortes.

Chernobyl hoje

Medidor de radiação nas mãos de uma pessoa
Medidor de radiação. Fonte: Pixabay

Como mencionado anteriormente, a radiação deixa uma marca que não some com o passar dos anos, logo, até hoje há material radioativo no local onde ocorreu o desastre de Chernobyl. Para conter esses danos e possíveis novos problemas, foi criada a estrutura do New Safe Confinement (NSC), concluída em 2017 e considerada a maior estrutura terrestre móvel já construída.

A enorme construção possibilitará que os engenheiros desmontem remotamente a estrutura de 1986 e removam materiais contendo combustível. Esse é um passo importantíssimo para o início do desmantelamento da usina. Tudo isso será feito com o máximo de segurança e mínimo de pessoal possível.

Chernobyl e a Guerra da Ucrânia

Construção em Chernobyl
Chernobyl. Fonte: Pixabay

Com a Guerra da Ucrânia a situação em Chernobyl ficou levemente perigosa. Durante a invasão russa o lugar onde ocorreu o desastre da usina virou o local da Batalha de Chernobyl. Em 24 de fevereiro de 2022 a Rússia invadiu e capturou a cidade de Chernobyl.

Depois da captura a movimentação dos soldados no terreno fez com que os níveis de radiação começassem a aumentar e que a poeira radioativa subisse. Como consequência centenas de soldados russos sofreram com envenenamento por radiação e um deles morreu. Cerca de um mês depois as forças russas abandonaram o local e no dia 2 de abril as autoridades ucranianas reafirmaram o controle da área.

Depois da volta do território para a Ucrânia a área de Chernobyl voltou aos seus índices normais e não sofreu grandes alterações até então.


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Fontes: World Nucler; Britannica e Chernobyl Gallery

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