O que são constelações? Quais as principais?

Astros mais perigosos (Imagem: Pixabay)
Astros mais perigosos (Imagem: Pixabay)

Constelações são agrupamentos de estrelas que os humanos podem observar a olho nu ou com a ajuda de um telescópio. Assim, surgiram com os astrônomos da antiguidade que viam nelas figuras de pessoas, animais ou objetos e a usavam de vários modos. 

Em uma noite escura, pode-se ver entre 1000 e 1500 estrelas, onde cada estrela pertence a alguma constelação. Dessa forma, elas têm a função de ajudar as pessoas a separar o céu em porções menores, mas identificá-las é muito difícil se você não conhecer suas estruturas.

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O que são as constelações?

As constelações são padrões aparentes de estrelas, muitas vezes se identificam e recebem seus nomes com base em mitos, histórias ou figuras culturais. Por isso, são uma forma de organizar e reconhecer os astros de um modo mais fácil e também servem como bússola. 

Hoje há cerca de 88 grupos reconhecidos em todo o mundo. Mas, vale dizer que o conceito surgiu durante a Pré-História, quando as pessoas as usavam para descrever suas crenças ou mitologia. Por isso, muitas civilizações adotaram, ao longo da história, as suas próprias.

Elas também foram muito importantes durante o período de navegações, onde estudá-las se tornava crucial para sobreviver. Isso porque, eram usadas como orientação, além disso, a palavra constelação tem origem no latim e cujo significa agrupamento de estrelas.

De onde vem os nomes?

Os nomes foram inventados por pessoas em diferentes períodos e surgiram a partir de sua imaginação. Dessa forma, se associavam ao que se via ao olhar o céu quando ligamos as estrelas próximas.

A maior parte dos nomes vêm de mitologias, animais e conceitos usados para a época. Por isso, a história interfere muito em como as constelações chamam e no que elas significam, veja mais a seguir. 

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Qual a história das constelações?

O hábito de observar o céu já era realizado pelos homens desde os tempos mais antigos. Assim, até hoje elas são usadas como referências para várias áreas do conhecimento.

Um dos primeiros registros delas foi feito pelo cientista grego Ptolomeu, em II a.C., que listou 48 constelações, em sua famosa obra “Almagesto”. Mas, além dele, outros astrônomos contribuíram para os estudos das constelações celestes como:

  • Johann Bayer (1572 – 1625) — alemão;
  • Johannes Hevelius (1611 – 1689) — polonês;
  • Nicolas Louis de Lacaille (1713 – 1762) — francês.

De acordo com a União Astronômica Internacional (UAI) existem cerca de 88 constelações modernas reconhecidas desde 1922. Dessa forma, 13 delas são as zodiacais, que se relacionam ao signo.

As constelações surgiram na antiguidade para ajudar a identificar as estações do ano. Isso porque, existem as que são típicas do inverno do hemisfério sul, porque se tornam mais visíveis a noite toda, no período de junho. 

Há a ideia de que muitos dos mitos associados às constelações surgiram para ajudar os agricultores a lembrarem quando deveriam plantar e colher. Portanto, suas histórias são sempre interessantes.

Quantas existem?

As constelações tradicionais no Ocidente são 48 que foram adotadas pelos gregos, em razão do trabalho do astrônomo Ptolomeu. No entanto, desde então, adições foram feitas e algumas constelações mudaram de tamanho.

No começo do século XX, em 1922, a UAI estabeleceu o conceito astronômico sobre o que elas são. Assim, reconheceu e oficializou o nome de 88 delas para fins de estudo científico. 

Quais são as principais constelações?

Algumas das constelações são conhecidas em todo o mundo, o que a tornam mais populares. Por isso, entre as principais delas se incluem nomes como os que estão explicados abaixo.

Órion ou Três Marias

Esse é um conjunto de estrelas mais famoso, que se destaca pelo cinturão de três estrelas brilhantes. Dessa forma, é uma constelação fácil de enxergar, porque para identificá-la basta localizar três estrelas próximas entre si, de mesmo brilho, e alinhadas. 

Elas são chamadas Três Marias, e formam o cinturão da constelação de Órion, o caçador. Então, seus nomes são Mintaka, Alnilan e Alnitaka, do árabe Al-Mintakah, o cinto, An-Nidham, a pérola, e An-Nitak, a corda. 

Onde ficam as estrelas mais brilhantes?

A constelação tem a forma de um quadrilátero com as Três Marias no centro. Por isso, o vértice nordeste do quadrado é formado pela estrela avermelhada Betelgeuse, do árabe bayt al-jawza, que marca o ombro direito do caçador. 

O vértice sudoeste é formado pela estrela azulada Rigel (al-Rij, o pé), que marca o pé esquerdo de Órion. Portanto, estas são as estrelas mais brilhantes e por isso mais fáceis de identificar.  Mas, vale dizer que no hemisfério sul, Órion aparece de ponta cabeça. 

Qual a lenda de Órion?

Órion é uma das constelações inspiradas em lendas e de acordo com ela, ele era um caçador acompanhado de dois cães de caça. Dessa forma, eles são representados pelo Cão Maior e Cão Menor. 

A estrela mais brilhante do Cão Maior, Sírius (do grego Seirios, ardente), é também a estrela mais brilhante do céu. Por isso, é fácil identificar ela a sudeste das Três Marias. Enquanto isso, Procyon (do grego Prokyon) é a estrela mais brilhante do Cão Menor, e fica a leste delas.

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Uma das constelações mais conhecidas é a Três Marias. Foto: Pexels

Ursa Maior e Ursa Menor 

Essas são constelações famosas no hemisfério norte, conhecidas por incluir a Estrela Polar e por formarem a Ursa Maior e Menor. Assim, são sempre associadas a diversas lendas e mitos em diferentes culturas. 

Ursa Maior

É conhecida por seu formato que lembra uma panela e é uma das mais fáceis de reconhecer no céu noturno. Além disso, as sete estrelas mais brilhantes da Ursa Maior formam a “Carroça” e são conhecidas como “As Sete Irmãs”.

 Uma das estrelas da Ursa Maior, chamada Dubhe, é muito usada como uma estrela guia para encontrar a Estrela Polar, que é parte da Ursa Menor. Por isso, essas duas se completam e eram úteis para guiar os navegantes.

Ursa Menor

A Ursa Menor é uma das constelações desse conjunto e é nela que fica a Estrela Polar (Polaris). Assim, esse astro significa que tem uma posição que está próxima de se alinhar com o eixo de rotação da Terra, o que a torna uma referência útil para encontrar o norte.

Ela é muitas vezes vista como uma “pequena ursa” com a Estrela Polar no final da cauda. Além disso, na mitologia grega, a Ursa Menor se associa a Callisto, uma ninfa transformada em ursa pela deusa Hera.

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Por que são importantes para navios?

Ambas as constelações são cruciais para a navegação histórica, já que as estrelas eram usadas como pontos de referência. Assim, elas têm uma rica tradição mitológica em várias culturas ao redor do mundo. 

Qual a sua mitologia?

Os nomes têm origem na mitologia grega, como muitos outros conjuntos. Dessa forma, a história envolve a transformação de uma bela mulher em uma ursa.

 A Ursa Maior está associada à mitologia da ninfa Callisto. Então, ela era uma bela seguidora de Artemis, a deusa da caça, mas, Zeus, se apaixonou por Callisto e, para se esconder de sua esposa Hera, transformou Callisto em uma ursa.

Ocorre que a filha de Callisto, Arcas, quase mata a mãe ursa durante uma caçada. No entanto, Zeus intervém ao transformar Arcas também em uma constelação, a qual é a Ursa Menor.

Os nomes “Ursa Maior” e “Ursa Menor” derivam das figuras mitológicas associadas a essas constelações na mitologia grega. Por isso, essas histórias se transmitem ao longo das gerações e acabaram influenciando no nome das constelações

Cassiopeia

Essa é uma constelação em forma de “W” ou “M”, o que depende da orientação do céu. Dessa forma, ela é geralmente visível durante todas as estações do ano no hemisfério norte e é circumpolar, o que significa que ela nunca se põe abaixo do horizonte.

A constelação está localizada entre a Ursa Maior e o Pólo Norte Celestial. Então, não dá para enxergar no hemisfério sul em nenhuma época do ano, mas é um ponto importante para se navegar.

Qual a mitologia desse conjunto de astros?

Na mitologia grega, Cassiopeia era uma rainha vaidosa e arrogante, mãe de Andrômeda. Portanto, ela foi colocada no céu como uma punição pelos deuses por ser muito arrogante. Isso porque, ela se considerava mais bonita do que as ninfas do mar, o que levou à ira de Poseidon.

Quais estrelas se destacam?

Cassiopeia é uma das constelações com mais estrelas, isso porque é composta por cinco estrelas brilhantes que formam a “W” ou “M”. Assim, algumas das estrelas mais brilhantes incluem Schedar (Alpha Cassiopeiae) e Caph (Beta Cassiopeiae).

A constelação também é conhecida por sua variabilidade, pois algumas estrelas mudam de brilho ao longo do tempo. Além disso, ela abriga o aglomerado estelar Messier 52 (M52) e a nebulosa de emissão conhecida como Nebulosa do Coração (IC 1805).

Cassiopeia é uma das constelações mais fácil de reconhecer no Norte, já que é muito usada como um ponto de referência. Dessa forma, também serve para localizar outras estrelas e constelações no céu noturno.

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Centaurus

A Centaurus é famosa no hemisfério sul porque é nela que se localiza o Cruzeiro do Sul. Portanto, vale dizer que ela é uma das maiores e mais proeminentes do céu noturno e possui alguns aspectos interessantes.

Cruzeiro do Sul

Uma das características mais notáveis de Centaurus é que ela contém o Cruzeiro do Sul, uma das constelações mais distintivas do hemisfério sul. Dessa forma, é um grupo de estrelas que forma uma cruz, e suas estrelas são conhecidas por serem usadas como ponto de referência.

Estrela Alpha Centauri

Alpha Centauri é o sistema estelar mais próximo do Sistema Solar e está localizado em Centaurus. Assim, ele é formado por três estrelas: Alpha Centauri A, Alpha Centauri B e Proxima Centauri.

Nesse sentido, a Alpha Centauri A e B formam um sistema binário. No entanto, a Proxima Centauri é uma estrela anã vermelha que orbita o par mais brilhante a uma distância considerável.

Qual a mitologia dessas estrelas? 

Essa, assim como outras constelações, tem o nome dado por conta da mitologia grega, Centaurus era sempre associado a Quíron. Então, esse era um centauro sábio e gentil, conhecido por sua habilidade na medicina e nas artes curativas.

Quais os seus aglomerados globulares?

Centaurus abriga alguns aglomerados globulares notáveis, como Omega Centauri (NGC 5139). Por isso, é um dos maiores e mais brilhantes aglomerados globulares conhecidos, o que torna a sua luz bem forte.

Essa é uma constelação rica em estrelas e objetos celestes interessantes. Além disso, o fato de abrigar o sistema estelar mais próximo da Terra adiciona um toque especial à sua importância na astronomia. 

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A Centaurus também é uma das constelações mais conhecidas. Foto: Pexels

Cisne

Essa é uma das constelações que se associam à figura mitológica do cisne. Dessa forma, também conhecida como Cygnus, é um dos conjuntos de estrelas mais distintivos no céu noturno. 

Qual a forma do Cisne?

Cygnus é muito associada à figura de um cisne com asas abertas em voo. Por isso, sua forma é muitas vezes descrita como uma “cruz do norte” devido à disposição de suas estrelas brilhantes.

A estrela mais brilhante de Cygnus é Deneb, que faz parte do “Triângulo do Verão” com as estrelas Vega e Altair. Assim, Deneb é uma estrela super gigante e uma das mais luminosas conhecidas.

Onde se localiza?

Cygnus fica na região da Via Láctea, e a sua posição permite uma visão espetacular da faixa brilhante da nossa galáxia durante noites escuras e sem nuvens. Portanto, é uma das constelações mais visíveis no hemisfério norte.

Qual a mitologia?

Na mitologia grega, Cygnus está associada a diversas histórias. Dessa forma, uma delas envolve a transformação de Cygnus, um amigo próximo de Phaeton, em um cisne depois da morte de Phaeton e outra envolve a metamorfose do filho de Apolo, em um cisne.

Cygnus contém vários objetos celestes notáveis, incluindo a Nebulosa do Véu, que é uma nebulosa remanescente de uma supernova. Por isso, a constelação de Cisne é conhecida por sua beleza e é uma parte proeminente do céu noturno em muitas culturas. 

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Por que conhecer as constelações?

Essas constelações têm significados e histórias variadas em diferentes culturas ao redor do mundo. Então, são úteis para navegar e orientar, além de serem uma parte importante da tradição astronômica e cultural de várias civilizações. 

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