As zonas úmidas são ecossistemas amplos e complexos, abrigando uma grande quantidade de espécies animais e vegetais e contribuindo, direta e indiretamente, para a manutenção da vida no planeta.
Neste artigo, além de conhecer melhor o que são essas áreas úmidas, você vai poder conferir seus principais tipos, características e mais. Acompanhe!
O que são as zonas úmidas?
As zonas úmidas são conceituadas como sendo áreas de pântano, turfa, charco ou superfície coberta por água (seja ela natural ou artificial; doce, salgada ou salobra; corrente ou estagnada, temporária ou permanente) e isso inclui as áreas de água marítima que possuam menos de 6 metros de profundidade durante a maré baixa.
Também chamadas de áreas úmidas, são justamente todos os ecossistemas cujos solos ficam permanente ou então periodicamente inundados, seja em ambientes de água doce ou com certo grau de salinidade.
Esse é o conceito criado durante a Convenção de Ramsar, ocorrida no dia 2 de fevereiro de 1971 na cidade iraniana de Ramsar, um verdadeiro marco na história da temática, e que levou a instauração do Dia Mundial de Zonas Úmidas (2 de fevereiro).
Os diferentes tipos de zonas úmidas
Existem diferentes formas de classificar as zonas úmidas, já que essas áreas acabam englobando variações bem distintas de ecossistemas.
Algumas delas, por exemplo, são em relação ao tipo de água que as compõem, sua origem, a movimentação ou não de suas águas, etc.
De todo modo, dentro de um contexto geral, é possível classificar as zonas úmidas em cinco categorias principais. São elas:
Marinha
Dentro dessa categoria se enquadram as áreas úmidas costeiras, o que inclui as lagoas costeiras, os costões rochosos, recifes de coral, dentre outros.
Estuarino
Quanto ao tipo estuarino, ele engloba os deltas, lodaçais, manguezais e também os chamados pântanos de maré.
Lacustre
O lacustre compreende as zonas úmidas que estão associadas aos lagos.
Ripárias
No caso das ripárias, essas áreas ficam adjacentes aos riachos e aos rios.
Palustre
Por fim, mas não menos importante, há ainda o palustre, onde se encaixam os pântanos, turfeiras e brejos.
Principais características das zonas úmidas
Conhecer as características principais desses ecossistemas é fundamental para entender melhor sua relevância.
Ecossistemas mistos
Ao pensarmos nos diferentes tipos de ecossistemas, o mais comum é realizar uma divisão direta entre os ecossistemas terrestres e aquáticos.
No entanto, também é muito comum incluir dentro desse contexto os chamados ecossistemas mistos, que unem características de outros dois tipos.
As zonas úmidas se encaixam justamente nessa classificação, uma vez que apresentam uma transição progressiva entre esses sistemas terrestres e aquáticos.
Veja agora: Quais são os principais tipos de ecossistemas?
Zonas de inundação
Esses ambientes são zonas de inundação, podendo ser algo temporário ou permanente. De todo modo, o sistema é o suficiente para manter a biodiversidade local.
Diferentes tipos de água
Como já mencionado, uma das características principais das zonas úmidas é que elas podem ser compostas dos mais diferentes tipos de água.
Há áreas úmidas compostas de águas correntes, estagnadas, doce, salobra, salgada, etc. o importante realmente é que exista água no local.
Demarcações
Ao pensar sobre as zonas úmidas, um ponto relevante é justamente o estabelecimento dos seus limites, demarcações.
Nesse caso, o limite de qualquer área úmida é determinado justamente pelo tipo de vegetação hidrofílica (aquela que possui boa predisposição à água) que aparece na terra.
Quando esse tipo de vegetação dá lugar a uma não hidrofílica, é aí que se inicia um novo ecossistema, agora exclusivamente terrestre.
Biodiversidade
Devido suas características marcantes, as zonas úmidas acabam sendo habitat de uma grande variedade de espécies animais e vegetais.
Um dos destaques aqui são as aves migratórias, que encontram abundância de alimentos nesses locais.
E, além das plantas, diversos anfíbios, mamíferos, répteis, insetos e peixes têm essas zonas como local de refúgio.
Qual é a importância das zonas úmidas?
As zonas úmidas, sem dúvidas, são um dos ecossistemas de maior relevância dentro do funcionamento adequado da natureza. Afinal, abrigam uma grande biodiversidade animal e vegetal.
Ao longo da história, os seres humanos têm utilizado essas áreas também para a produção de alimentos (o que tem degradado bastante esses ambientes) e no ecoturismo, como para a observação das aves, por exemplo.
Além de intervirem diretamente na regulação do ciclo das águas superficiais e dos aquíferos, onde atuam como agentes de controle de possíveis inundações, as zonas úmidas ajudam a controlar a erosão, regular a ciclagem de nutrientes, reter dióxido de carbono no solo, gerar uma alta produtividade biológica e dar estabilidade aos ecossistemas.
As zonas úmidas no Brasil
Como são muitas áreas úmidas ao redor do mundo, vale a pena focar nos exemplares brasileiros.
Aqui, por exemplo, está o pantanal, um dos seis biomas do país, e que é considerado a maior área úmida do planeta.
O pantanal fica nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas também avança para os territórios de países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai.
No Brasil, vale lembrar, a mencionada Convenção de Ramsar classificou outras 7 áreas como sendo Sítios Ramsar, zonas úmidas de relevância mundial, em nosso país:
- RDS Mamirauá (AM);
- Reentrâncias Maranhenses (MA);
- PEM do Parcel de Manoel Luz (MA);
- APA da Baixada Maranhense (MA);
- Lagoa do Peixe (RS);
- Ilha do Bananal (TO); e a
- RPPN SESC Pantanal (MT).
Saiba mais: O que é bioma: conceito, tipos e exemplos
Considerações finais
As zonas úmidas são ecossistemas realmente bastante complexos, mas desempenham um papel fundamental no planeta Terra, já que abrigam enormes quantidades de espécies, possibilitam um refúgio temporário para outras (aves migratórias), dentre outras funções cruciais.
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