Por que o gelo queima a pele? Quais serão as razões para a ocorrência de um fato no mínimo inusitado? Será que existe algum fenômeno sobrenatural por traz disso?
Não, definitivamente não há nada de extravagante e sobrenatural nesse fato.
Em primeiro lugar, cabe aqui ressaltar que o gelo não queima de fato a pele. Aquilo que sentimos é apenas uma resposta do cérebro a um risco iminente. Temos a impressão de uma queimadura em razão da forma como o nosso cérebro avisa-nos sobre a presença ou ameaça de um corpo estranho.
Resumidamente, as razões desse fenômeno podemos encontrá-las na química. O que acontece é que a diferença de temperatura entre a nossa pele e o gelo é suficiente para causar uma espécie de choque térmico na região de contato.
De fato, os 36 ou 37 graus do nosso corpo, em contraste com o zero grau do gelo, é que são os responsáveis por essa incômoda sensação.
Ademais, em razão da presença de receptores de temperatura na pele, o cérebro de imediato responde; e responde por meio de dor, vermelhidão, dormência, formigamento, entre outras sensações típicas.
Trata-se de um magnífico mecanismo de defesa do nosso organismo, que faz com que pequenos vasos sanguíneos presentes na nossa pele dilatem-se. E esse é um processo que aumenta consideravelmente a quantidade de sangue na região, como uma maneira de aquecer novamente o local resfriado pelo gelo.
Com efeito, temos aqui um fenômeno verdadeiramente esplêndido! – Como, aliás, não é nem um pouco incomum em se tratando da fisiologia humana. É a impressão de um corpo frio a alterar o calor normal da nossa pele que faz com que o nosso organismo de imediato reaja de maneira contundente e preventiva.
Por que o gelo queima a pele e como tratar?
Bem, como foi dito até aqui, um fenômeno puramente químico é o que está por trás desse efeito de “queimadura” do gelo sobre a pele.
Com efeito, trata-se de uma sensação apenas similar à queimadura. Isso significa dizer que, diferentemente de uma queimadura real, não há lesão cutânea, e por isso mesmo ela pode ser tratada de maneira relativamente simples.
A princípio, o que ocorre ali é nada mais nada menos do que um choque térmico. Essa é a tendência de que o calor de um corpo transfira-se para um outro mais frio, como ocorre entre a pele (quente) e o gelo (gelado).
Logo, o resultado do contato prolongado do gelo com a pele é uma curiosa transferência de calor. Além disso, ocorre a morte das células epiteliais em contato com o gelo. E é aí então que as ligações nervosas da pele passam a avisar ao cérebro que algo não vai bem.
A partir de então, o que ocorre é que este não perde tempo! Quase que imediatamente envia uma mensagem de dor para aquela região com o objetivo de fazer com que interrompamos esse contato entre a pele e o gelo. E assim, mais uma vez, comprovamos a beleza e perfeição dos sistemas e aparelhos que cuidam da manutenção da nossa estrutura humana.
Sistemas e aparelhos que notabilizam-se justamente pelas suas capacidades de atuarem quase como que magicamente. De fato, eles executam as suas funções de maneira verdadeiramente magnífica! Como, aliás, parece ser típico do funcionamento normal e saudável do nosso corpo.
Como avaliar e tratar as “queimaduras” de gelo?
Uma simples compressa de gelo por um tempo exagerado ou um contato prolongado com a neve podem ser suficientes para provocar o transtorno.
Nos casos mais graves, os sintomas podem evoluir para palidez da pele, rigidez, dormência, formigamento, entre outras consequências dignas de uma maior atenção.
Para todos esses casos, a saída é só mesmo buscar, de imediato, um auxílio médico.
De fato, é possível que tenha ocorrido ali algum dano aos tecidos da pele. E a solução começa, obviamente, com a remoção do gelo e aplicação de alguma leve fonte de calor no local.
Logo após, você deverá mergulhar a região afetada, por cerca de 15 minutos, em água morna – com intervalos de 20 minutos em cada imersão.
Além disso, aplique compressas de água quente, uma pomada calmante, um gel à base de aloe vera e algum tipo de analgésico.
No entanto, caso esse conjunto de intervenções não surta efeito, recomenda-se procurar, de imediato um posto médico. Certamente aquele início de choque térmico evoluiu para algo mais grave no nível do seu tecido cutânea. E somente uma intervenção mais profunda (e rápida) poderá reverter esse quadro de forma verdadeiramente eficaz.⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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Fontes: medicalnewstoday – elastoplast
Imagem: Pixabay