Por mais conhecida que seja a tatuagem, não é de entendimento universal exatamente quando ela surgiu. A única coisa que se presume é que, por ter uma história de muitos anos atrás, as tatuagens foram criadas principalmente para expressar tradições culturais, visto que elas imprimiam certas informações para cada cultura diferente.
Sendo uma prática realizada há milhares de anos, as civilizações antigas praticavam essa metodologia como forma de tradição, moldando em alguns momentos a era pré-histórica de nossa civilização. De diferentes maneiras e para cada tradição em específico, as tatuagens eram usadas para definir determinadas crenças religiosas ou ritos de passagem, bem como identidade cultural ou status social.
Cada cultura desenvolvia hábitos únicos e bastante regionalizados, e com as tatuagens, a prática também seguia essa padronização. Em situações particulares, como numa língua específica, as tatuagens podem ter diferentes interpretações, visto que somente em cultura local é que essa integralização da linguagem nativa pode ser entendida da maneira correta. Por isso é um tanto quanto peculiar a tatuagem com idiomas diferentes, pois sua interpretação pode ser variada de acordo com cada regionalidade.
A cultura dos países como exemplo prático da tatuagem
Tal como a evidência das tatuagens, a cultura asiática acompanhou essa expansão desde o princípio. Conhecidas popularmente com as expressões ”irezumi” ou “horimono” as tatuagens tradicionais, no Japão, foram projetadas para denotar expressão pessoal, status social ou até mesmo proteger contra espíritos malévolos, segundo simbologia e cultura local.
Em contrapartida, na China, por exemplo, as primeiras evidências de tatuagem na pele humana eram expressadas para distinguir pessoas criminosas ou que estavam sob pena de algum castigo, diferentemente do cinema, que sempre foi bem aceito. Ainda um pouco marginalizada, a tatuagem na China demorou muitos anos para obter uma maior aceitação, e somente nos tempos mais modernos é que passou a ser vista como forma de arte ou expressão pessoal.
Por outro lado, a cultura da tatuagem em países como Polinésia e Nova Zelândia sempre foi muito bem aceita. Isso porque, desde os tempos antigos, as tatuagens faziam parte da cultura tradicional desses locais e, principalmente, expressando profundidade espiritual. Nas ilhas de Samoa, Havaí e Taiti, as tatuagens representavam proteção espiritual, posição social e até mesmo genealogia. Para o povo Maori da Nova Zelândia, a identidade da tatuagem tinha como nome a palavra “moko”, demonstrando identidade, afiliação tribal e/ou status.
Em meados do século XVIII, as tatuagens ganharam força no mundo ocidental. Na época, a popularização das tatuagens teve direta ligação ao trabalho de exploradores e marinheiros europeus quando estes encontraram povos indígenas tatuados. Indiretamente, quando ganhou força, a tatuagem se expandiu até chegar nos grupos marginalizados, dessa forma, eram frequentemente associadas à rebelião ou criminalidade, por isso não foram bem aceitas por longos anos.
Aceitação mundial e o reconhecimento da tatuagem
Durante décadas e décadas, embora a prática viesse de costumes antigos, a tatuagem tinha uma visão muito manchada e diretamente interligada ao lado ruim da sociedade, em diversas culturas espalhadas pelo mundo. Levou-se um longo período até que aceitação fosse vista como parte de uma estrutura social mundial e essa aprovação passou a ter vigência ao final do século XX.
A tatuagem deixou de ser subcultura local e veio a integrar o mundo moderno e seus avanços com a população, tanto para homens como para mulheres. Com a quebra desse paradigma de que a tatuagem somente tinha viés com a cultura marginal, a expansão dessa arte foi tornando a ser bem aceita e, até os dias atuais, tem bastante relação com expressão pessoal ou de forma significativa para cada pessoa.
Atualmente, os tatuadores também expandiram horizontes e alcançaram diversos lugares no mundo, servindo como fonte de confiança e inspiração para milhões de pessoas quanto ao propósito de seu trabalho. Nos dias de hoje, a tatuagem é uma nova forma de arte, evidenciando não somente símbolos ou herança cultural, mas também criando identidade visual, com uma diversidade de desenhos e expressões em nossa pele.
Na maioria dos casos, as tatuagens representam histórias pessoais de cada um, seja por crença religiosa, emoções ou significados particulares que envolvem até mesmo relacionamentos, desde companheiros de vida ou por laços familiares. A modernidade atuou positivamente na aceitação das tatuagens em corpos humanos e, inclusive, existem pessoas que tatuam a pele para também cobrir cicatrizes, celebrando uma forma de diversidade da qual a arte da tatuagem pode ser externalizada e marcada na pele.
Tatuagem como elemento da cultura
Embora ainda exista muito preconceito em nossa sociedade, não somente em relação a tatuagem, mas às diversas questões pessoais, ano após ano, é importante que esses paradigmas sejam destruídos e deixem de ser tornar evidentes. Somos um povo de diversas pluralidades e não há como montar um padrão para encaixar todas as pessoas no mundo através de um passo a passo específico.
Bem como a cultura da música, do cinema, do teatro e até mesmo da moda, que são formas de arte e de expressão tanto corporal quanto visual, reconhecer que a tatuagem também é uma dádiva, faz parte do nosso entendimento como sociedade. O preconceito com o próximo faz parte da cabeça das pessoas e cabe a cada um, entender melhor sobre o lado de cada ser humano, é uma obrigação pessoal.
Em suma, para finalizar, a tatuagem teve um impacto cultural e social desde milhares de anos atrás. Mesmo que outrora tivesse sido utilizada para distinguir alguns povos ligados à marginalidade, toda a expansão e manifestação da tatuagem, na maior parte do tempo, era feita para representar algum momento ou distinção cultural, bem como, muitas vezes, denotando liberdade ou etnia religiosa.
A tatuagem é uma forma de expressão cultural profundamente enraizada na história da humanidade. Desde suas origens antigas até sua popularidade contemporânea, ela evoluiu de uma prática tradicional para uma forma de arte reconhecida globalmente. Ao longo dos séculos, as tatuagens têm sido usadas para expressar identidade, crenças religiosas, status social e emoções pessoais. Apesar dos estigmas associados a ela no passado, a tatuagem agora é amplamente aceita como uma manifestação legítima da individualidade e criatividade humana, refletindo a diversidade e a riqueza cultural de nossa sociedade global.