Futebol é uma palavra de origem inglesa. Mas, uma verdadeira paixão brasileira que é capaz de despertar muitas emoções. É mais que um esporte, pois está interiorizado na essência do brasileiro.
A palavra é inglesa porque o esporte surgiu na Inglaterra. Ou seja, o jeito moderno de se praticar essa modalidade vem da Grã-bretanha. E chegou ao Brasil como sendo de casa, assim como diz o hino do Corinthians: “nosso esporte bretão”!
Sabemos que o futebol moderno é inglês. Mas:
- de onde veio a ideia para os britânicos?
- como eles se inspiraram para criar essa forma peculiar de competição?
- quais são as primeiras referências deste esporte?
Neste texto apresentamos, através da história, os modelos que foram possíveis inspirações. Isto é, eventos, celebrações e até jeito de lutar que podem ser a origem do futebol. Portanto faremos um caminho da antiguidade até o Brasil contemporâneo.
Primeiros chutes na História
Estudos arqueológicos encontraram evidências de jogos com bola em muitos povos antigos. Isto é, há evidências que a esfera é uma forma de diversão desde as primeiras culturas. Mas, não se pode definir essas práticas como futebol.
O que se pode identificar é que desde o início das civilizações havia interesse pela bola. Assim, é possível pensar que o futebol pode ser como que uma prática intuitiva. Ou ao menos entender que os objetos esféricos podem ser recreativos.
Tinha futebol na China?
Apesar de ter alguma ligeira semelhança, a cerimônia macabra praticada na China antiga não é o futebol. Entenda, há 3000 anos a.C., os guerreiros chineses, para celebrar a vitória nas guerras, chutavam as cabeças dos inimigos.
Duas equipes disputavam os crânios inimigos com os pés. Porém, ao passar do tempo, bolas de couro com cerdas, tomam o lugar das cabeças. Além da troca houve o surgimento de regras.
Duas equipes, com 8 pessoas de cada lado, se formavam. Duas estacas delimitavam o objetivo do jogo. Assim, os jogadores tinham que equilibrar a bola passando de um para o outro com os pés.
A dificuldade estava em a bola não poder tocar o chão. O objetivo era conduzi-la até as estacas. Portanto, há os primeiros indícios de semelhança com o futebol moderno.
A bola também rolava no Japão Antigo
O Kemari é uma competição comum no Japão Antigo. Os dados demonstram que era uma competição semelhante ao futebol. Porém quem praticava eram somente os membros da corte.
O material que constituía a bola era o bambu. Ou seja, as fibras dela, retiradas, formavam a esfera do Kemari. O campo tinha 200 metros quadrados e 16 jogadores compunham 2 equipes de 8 competidores.
Há documentos que sugerem a existência de competições de kemari entre japoneses e chineses. Porém, são hipóteses que demandam interpretação, devido à existência de poucos vestígios.
Mas é possível afirmar que em muitos momentos da história, trocavam-se os combates por competições. Portanto, uma ideia mais aceitável para resolver as disputas.
Futebol na Antiguidade Clássica
No século I a.C., em Esparta, na Grécia se jogava o Episkiros. Eram 9 jogadores em cada equipe que disputava uma bola. Mas, o número de jogadores variava de acordo com o tamanho do campo. Às vezes, a partida contava com 30 competidores.
O campo era retangular e a bola era de bexiga de boi cheia de areia. Quando os romanos incorporaram a cultura helênica, praticavam o Episkiros. Contudo a modalidade chegou em Roma como um esporte de violência.
O Futebol Feudal
A Idade Média é um período que se caracteriza por violência. Portanto, qualquer prática esportiva carregava esse intuito. De modo que os relatos de competições semelhantes ao futebol nesse período são de caráter bélico.
O Soule era uma competição entre guerreiros que se aproximavam do futebol moderno. Mas, não pela luta e sim pela estratégia. As equipes combinavam táticas de ataque e defesa.
Outra semelhança era a divisão de funções. Pois, havia os atacantes, os sacadores e o os guarda-redes. Em Portugal, até os dias de hoje o goleiro é identificado por este nome.
Na península Itálica disputava-se o gioco del calcio. Era uma disputa em que a única regra era levar a bola, de madeira, até o cone. Poderia ser uma disputa entre vilas e até entre cidades.
O gioco del calcio era tão violento que o Rei Eduardo II proibiu a prática em seu reino. Porque a disputa era muito violenta. Isso fez com que a nobreza repensasse a prática. Assim formaram a modalidade proibindo qualquer ação de violência.
Futebol: uma invenção inglesa
A Inglaterra recebeu o gioco del calcio em torno do século XVII. De modo que os britânicos aprimoraram a prática. Assim os campos receberam uma medida exata e os arcos determinavam os seus limites.
Esse arco recebeu o nome de gol. Ou seja, o objetivo do jogo é o que permanece até hoje. Conduzir a bola com os pés até ultrapassar os limites das traves. Portanto, a regra já era clara. Primeiramente, quem praticou o futebol reformado foram os estudantes, isto é, os filhos da nobreza.
O futebol profissional se instituiu na Inglaterra em 1895. Pois a data marca a primeira competição e a fundação da International Board. Instituição que até os dias de hoje é responsável por alterar as regras desse esporte.
Futebol no Brasil
É de comum acordo que o futebol chegou ao Brasil na mala do estudante paulista Charles Miller em 1894. Contudo, é preciso considerar que operários ingleses que trabalhavam no Brasil já praticavam o esporte.
Através de Miller o esporte se difundiu pelas camadas mais abastadas da sociedade. Mas, ao passar do tempo, o futebol ganhou as ruas e comunidades pobres. Assim, ao modelo cartesiano de se jogar, os brasileiros colocaram o drible.
Portanto, no Brasil, o futebol tornou-se arte. A ginga do menino pobre para driblar o adversário construiu a estética do jogo. Ou seja, essa característica fez do Brasil o maior campeão da modalidade entre nações.
Assim, a bola rolou ao longo da história. Levando sempre as marcas de cada lugar em tempo. Carregando os chutes da resistência humana que insiste em viver.
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