Será que você faz alguma ideia de com nós fazíamos sem satélites? Como era a vida antes desses originais equipamentos essenciais para as telecomunicações? E o espaço, como era a nossa relação com uma imensidão sideral que não podia ser observada de longe como nos dias atuais?
De fato, são perguntas que, para os homens e mulheres do séc. XXI, soam quase como um esforço mental impossível; como uma regressão inalcançável!
Imagine viver sem a velocidade de transmissão dos noticiários, sem a magia da previsão do tempo ou obter tudo o que precisamos à distância de um programa de computador.
Não mesmo! Isso não pode ser possível, é o que pensa o homem do séc.XXI.
Mas era! Antes do lançamento do lendário Sputnik, o satélite russo que abriu a corrida espacial em 1957, era assim que as pessoas viviam: em uma rotina lenta e cadenciada; sem pressa! Era assim mesmo!
No entanto, as telecomunicações sempre estiveram lá, conectando, encurtando as distâncias e unindo as pessoas, como aliás é a sua característica.
Como não lembrar, por exemplo, da modernidade dos telégrafos, que, na primeira metade do séc.XIX, assombrou o mundo!
Resumidamente, aquilo era uma imensa rede de cabos elétricos que enviavam impulsos de um transmissor para um receptor. Ao final, esses impulsos acionavam um conjunto de agulhas que tratavam de apontar para letras e números que produziam mensagens com os mais variados assuntos.
Como nós fazíamos sem satélites? Como ocorriam as telecomunicações no passado?
De acordo com o que vimos, os satélites são equipamentos, devidamente instalados na órbita da Terra, para a transmissão e recepção de informações.
Em síntese, as suas principais funções estão ligadas ao envio e recebimento de dados de comunicação, imagens de TV, informações militares, previsões meteorológicas, investigações espaciais, entre outras funções.
Obviamente, como fica fácil perceber, todas essas iniciativas eram extremamente limitadas até meados do séc.XX; quando não eram impossíveis.
Só para ilustrar, o telefone, por exemplo, surgiu como um serviço estritamente local. O rádio é que era a grande estrela das telecomunicações, pois já nos anos 20 permitia uma conexão intercontinental, ligando EUA à Inglaterra.
Por outro lado, no que diz respeito à localização, o jeito mesmo era se virar com mapas, bússolas, astrolábios… Mas, como é de se imaginar, muito pouca precisão esses instrumentos ofereciam. Por isso, se perder em meio a uma empreitada marítima ou terrestre era quase como parte do jogo para os homens e mulheres daqueles dias.
E a previsão do tempo, em que consistia? Como será que os homens e mulheres do tempo se viravam até que o lançamento dos satélites se tornasse tão comum e habitual?
Bem, aqui eram as observações visuais do céu e a busca por padrões que tentavam resolver o problema.
Porém, ao final, o que se tinha mesmo era muita imprevisibilidade e incerteza. Pouco ou quase nada se sabia, de fato, sobre as condições de temperatura, umidade e pressão do planeta.
Sem dúvida, o que de real ocorria com os vulcões e geleiras eram apenas suposições. Isso sem contar os diversos outros monitoramentos; monitoramentos hoje tão comuns, mas que, até a primeira metade do séc.XX, eram realizados de forma totalmente amadora e experimental.
Mas eis que tudo mudou!
O ano foi 1962, mais especificamente, 12 de julho de 1962. Foi o ano em que o satélite norte-americano Telstar transmitiu, pela primeira vez, imagens de TV via satélite. A partir daquele dia se estava inaugurando o que podemos chamar de algo como uma “comunicação global”.
De fato, o Telstar-1 foi um satélite de telecomunicações que abriu o caminho para essa interconexão global. Foi um produto da empresa Bell Labs (AT&T), programado para manter-se numa órbita elíptica em uma oscilação de 950km a 5.630km do chão.
O equipamento tinha um diâmetro de 88cm e 77 kg. Mas, inicialmente, só conseguia realizar transmissões adequadas por não mais do que 25 minutos. Era justamente quando, durante o seu percurso em torno da Terra, ele sobrevoava a imensidão incomensurável do Oceano Atlântico.
A partir de então, tudo verdadeiramente mudou! Foi quando surgiram as primeiras transmissões dos canais CBS, ABC e NBC. Logo após, tornaram-se comuns as transmissões televisionadas – e ao vivo – dos mais variados segmentos.
Em resumo, norte-americanos e europeus passaram a erguer inúmeras estações terrestres para transmissões telefônicas, telegráficas, de TV, fax, entre outras. Até chegarmos aos dias atuais em que o que vemos é uma quase total substituição desses satélites pelos famosos “cabos de fibra ótica submarinos”.
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Fontes: Scholastic Library – Rainbow Resource
Imagem: Pixabay
