Criogenia: o que é, como funciona e quanto custa

Criogenia: a tecnologia do futuro (Imagem: Pixabay)
Criogenia: a tecnologia do futuro (Imagem: Pixabay)

A criogenia sempre foi muito abordada nos filmes de ficção científica, sendo um recurso utilizado para preservar o corpo por longos anos. Mas, pouco se sabe sobre a aplicação da tecnologia. Apesar disso, estudos estão sendo realizados acerca do uso da criogenia para aplicação na longevidade humana. O primeiro instituto de criogenia já está sendo finalizado e dúvidas surgem quanto a função deste. 

Por isso, trazemos aqui tudo que você precisa saber sobre a criogenia: a tecnologia do futuro. Será que seres vivos podem ser preservados com a criogenia? Como ela funciona? Quanto custa? Confira a resposta para essas e outras questões sobre a criogenia e suas aplicações aqui. 

Criogenia: ficção ou realidade? (Imagem: Pixabay)
Criogenia: ficção ou realidade? (Imagem: Pixabay)

Criogenia: definição e funcionamento

Para que seja possível responder a esta pergunta, precisamos primeiro compreender um pouco sobre física. Em termos técnicos, criogenia é a produção e a análise do comportamento de matéria em temperaturas extremamente baixas. Sabemos que a temperatura é um dos fatores capazes de alterar as propriedades químicas da matéria. Isso porque a temperatura diminui ou aumenta a velocidade com que as moléculas se movimentam e isso causa a mudança de estado físico da matéria. 

O exemplo mais palpável do papel da temperatura na mudança de estado físico é a manipulação da água. Em altas temperaturas a água se torna vapor, e em baixas temperaturas, gelo. Na física existe algo chamado de temperatura baixa absoluta, medida em – 273ºC, e nessas condições a ação das moléculas para totalmente. A partir da descoberta dessa temperatura baixa absoluta, iniciou-se a busca por materiais que pudessem ser utilizados para atingir o estado de inatividade das moléculas. Foram encontrados os gases que até hoje são os mais comuns e utilizados na criogenia: oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e hélio. 

Com esses gases, os cientistas conseguiram estudar mais a fundo o comportamento das moléculas quando inativas em baixas temperaturas. E assim surgiu a criogenia, que atualmente possui diversas aplicações industriais e gera descobertas e inovações tecnológicas importantíssimas para a sociedade. Exemplos dessas aplicações são: criocirurgia, crioeletrônica, criobiologia, preservação de alimentos, transporte e muitas outras. Mas ainda existe uma aplicação que é investigada, a criopreservação humana. 

Criopreservação humana (Imagem: Pixabay)
Criopreservação humana (Imagem: Pixabay)

Criogenia na preservação humana

A criopreservação humana é um assunto muito polêmico no mundo todo. Isso devido ao fato de que o congelamento do corpo humano é cercado de incógnitas não respondidas, além de questões éticas pouco discutidas. Apesar disso, a ideia de utilizar a tecnologia de criogenia para preservar um ser humano doente, até uma época onde a medicina esteja mais desenvolvida e tenha a cura, é algo fascinante. 

Na Austrália, a primeira instalação de criogenia está prestes a ser inaugurada, e seguindo os princípios éticos e legais, pessoas poderão ser congeladas para no futuro terem uma vida melhor. Contudo este processo envolve alguns fatores para que o processo ocorra de forma segura e dentro dos termos legais. A pessoa que terá seu corpo exposto aos gases criogênicos deve ter sua morte legalmente declarada por um médico. Mas o processo de criogenia humana começa um pouco antes da morte. 

Caso exista interesse na realização deste processo, o indivíduo deve ser acompanhado em seus momentos pré-morte, para que assim que esta seja declarada, ele seja submetido ao congelamento. O intuito é que o corpo seja preservado o máximo possível, sem perdas físicas ou químicas. O corpo será estabilizado, garantindo que o cérebro receba oxigênio e sangue para se manter funcionante. 

Em seguida, o corpo recebe heparina, um fármaco anticoagulante, e então toda a água presente dentro das células é substituída por glicerol, uma espécie de crioprotetor, também anticoagulante. Após todo este preparo, o corpo humano é então resfriado até a temperatura de -130ºC, transferido para um tanque metálico e preenchido com nitrogênio, ou outros líquidos criogênicos para manter a temperatura mais baixa ainda. 

Apesar de ser bem simples em teoria, a prática ainda não foi realizada com seres humanos. Mas, ainda assim, é uma prática dentro dos conformes da lei, já que é uma outra forma de armazenamento do corpo humano pós morte, como enterro ou cremação. Ainda assim, a criopreservação humana segue sendo apenas um tema da ficção científica, já que até o momento, nem órgãos nem corpos inteiros foram criogenicamente congelados com sucesso. 

Estima-se que a criopreservação humana, quando alcançada, tenha o valor maior que cinquenta milhões de dólares por corpo. Isso se deve ao fato de que os materiais e recursos necessários para que o processo ocorra são extremamente caros no mercado. O consumo desses materiais também é outro fator que encarece o procedimento, já que é preciso fazer a reposição e manutenção para manter a temperatura muito baixa. 

Considerações finais

A criogenia é uma tecnologia descoberta no século passado, e é o estudo do comportamento molecular quando em temperaturas ultra baixas. Sua aplicação já é feita com objetivos industriais, seja na produção e preservação de alimentos, recursos, como também na melhoria da medicina. Um dos assuntos mais polêmicos da criogenia é sua aplicação na preservação humana, e apesar dos avanços tecnológicos, este procedimento continua sendo tema de ficção científica, apenas. A criogenia possui valores extremamente altos, e por isso os custos para o uso dessa tecnologia ultrapassam milhões de dólares. 

Fontes: Cosmos Gaslab

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