5 curiosidades sobre o Big Bang

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As curiosidades sobre o Big Bang são curiosidades sobre o próprio Universo em que vivemos. O Universo surgiu do Big Bang, quando toda a matéria e o próprio tempo vieram à existência. A maioria de nós já conhece essa teoria, e a aceita como a verdade.

Mas a “criação” do Universo não é um conceito simples de se explicar, e ainda há questões que não foram respondidas – e que talvez nunca sejam em nosso tempo de vida.

Conheça abaixo algumas das curiosidades sobre o Big Bang, o evento que deu a luz ao Universo.

O Big Bang fez algum barulho?

Uma das curiosidades sobre o Big Bang mais satisfatórias é que houve, de fato, um barulho. Não havia ninguém para ouvi-lo, é claro, mas se houvesse, o som seria muito mais profundo do que qualquer coisa audível aos ouvidos humanos.

No entanto, um registro do som é trazido até nós hoje após 760.000 anos depois o nascimento do Universo, pela radiação cósmica de fundo – o brilho posterior da bola de fogo do Big Bang.

O físico John Cramer, da Universidade de Washington, pegou em 2005 as ondas sonoras detectadas pelo Wilkinson Anisotropy Probe (WMAP) da NASA e aumentou sua frequência em um fator de 100.000 bilhões de bilhões para que fossem audíveis.

Segundo Cramer, o som é como o de um avião a jato voando a 30 m acima de uma casa.

Podemos enxergar “até” o momento do Big Bang?

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Imagem: Mark Garlick / Science Photo Library / Getty Images

Por “enxergar” nos referimos a uma visão com o auxílio da luz, o que inclui não apenas a luz visível, mas qualquer luz, como ondas de raio e raios gama.

Teoricamente seria possível enxergar qualquer ponto da história do Universo quando materiais que produziam luz existiram.

Na prática, contudo, nossa visão é obstruída, e não conseguimos ver nada antes dos primeiros 400 mil anos do Universo. Imagine uma névoa surgindo entre você e um campo distante.

Antes da névoa, os raios de luz vindos do campo alcançavam seus olhos numa linha reta, tornando possível formular uma imagem precisa.

Com a névoa, porém, os raios de luz se perdem pelas gotículas d’água, interrompendo a informação em seu curso e impossibilitando a criação de uma imagem.

Uma das curiosidades sobre o Big Bang é que a sua bola de fogo poderia ser considerada uma “névoa cósmica”, com elétrons livres assumindo o papel das gotículas d’água.

Apenas depois de 400 mil anos os elétrons se tornaram partes de átomos. Basicamente, é como se o Universo antes fosse “enevoado”, e agora transparente.

O tempo correu mais devagar depois do Big Bang devido à gravidade?

Uma das curiosidades sobre o Big Bang é que logo após ele ocorrer, a matéria do universo foi espremida num volume pequeno, então a gravidade exercida por essa matéria era muito forte. De acordo com a teoria geral da relatividade de Einstein, relógios num campo gravitacional forte giram mais lentamente do que relógios num campo fraco.

Consequentemente, o tempo depois do Big Bang de fato correu mais devagar do que hoje. E temos evidência disso em nossas casas.

Quando costumávamos sintonizar nossas TVs entre as estações e canais, cerca de 1% da estática em nossa tela era radiação cósmica de fundo – radiação remanescente do Big Bang.

O fator chave nisso é que essa radiação cósmica de fundo vem de um período em que a radiação do Big Bang era tão quente quanto a superfície do Sol. Por isso poderia se esperar que ela tivesse a forma de luz visível, mas não é o que ocorre.

Ao invés disso, ela assume a forma de micro-ondas, e essas ondas oscilam cerca de 1000 vezes mais lentamente que a luz visível.

E como ondas de luz são como relógios – movem-se ou oscilam com a regularidade do tempo – isso é evidência direta de que, no Big Bang, o tempo passava mais devagar do que hoje.

Se o Universo se expande a partir do Big Bang, por que não há uma esfera vazia em seu centro?

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Imagem: Rost-9D / Getty Images

Isso poderia ocorrer se o Big Bang tivesse acontecido num único local, mas esse não foi o caso. O problema é que o termo “Big Bang” cria uma ideia que está distante do que o fenômeno realmente foi.

Uma explosão acontece num único lugar, lançando pelos ares o que estiver ao seu redor antes disso. No momento do Big Bang, contudo, não havia algo antes; foi o próprio espaço que passou a existir.

E todo ponto naquele espaço imediatamente começou a distanciar-se velozmente de todos os outros pontos. Em outras palavras, o Big Bang aconteceu de uma vez só em todos os lugares ao mesmo tempo.

Há alternativas à teoria do Big Bang?

Um dos grandes feitos da cosmologia é de que há poucas teorias que possam desafiar de fato a teoria do Big Bang.

Hoje em dia, apenas um pequeno grupo de cosmólogos sugere uma alternativa, a “Teoria do Estado Quase Estacionário”.

Em contraste com a do Big Bang, que sustenta a ideia de um Universo que teve início e que depois mudou, a Teoria do Estado Quase Estacionário diz que o Universo tem existido, sem mudar, desde sempre.

Isso requer nova matéria a ter surgido à medida que o Universo se expandia, em via de manter a mesma densidade cósmica. Os proponentes afirmam que essa criação de matéria ocorre em explosões de todos os tamanhos, inclusive o Big Bang, o qual veem apenas como outra explosão na vizinhança cósmica.

O problema da Teoria do Estado Quase Estacionário, contudo, é explicar o fundo cósmico de micro-ondas, que na visão padrão é simplesmente a radiação de calor deixada pelo Big Bang.

Os proponentes do estado quase estacionário dizem que é a luz das estrelas re-irradiada por minúsculas “agulhas” de ferro, que eles afirmam serem ejetadas por supernovas e que preenchem odo o Universo.

Mas há uma teoria ainda mais controversa: a teoria ambiplasma.

Seus poucos seguidores afirmam que o Universo não é controlado apenas pela gravidade, mas também pela força eletromagnética entre partículas carregadas.

Nesse cenário, mesmo o desvio para o vermelho da luz, que nos fala sobre a expansão do Universo, pode ter outra explicação.

Se esse fosse o caso, poderia não ter havido um Big Bang, e toda a base da cosmologia atual se encontraria em crise.

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Fonte: BBC Sky at Night Magazine

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