Saiba mais sobre o papel da burguesia contra o absolutismo de Luís XVI.
Contexto histórico
A França tinha, no final do século XVIII, anteriormente à Revolução Francesa, uma produção no modelo feudal, sendo um país agrário. O poder político era concentrado nas mãos do rei e em seu número pequeno de auxiliares. Por esse motivo, a burguesia queria acabar com o poder absoluto do rei Luís XVI. Ao mesmo tempo, a Inglaterra iniciava o processo de revolução industrial. Sendo assim, se você quer entender melhor essa fase, leia esse artigo e entenda o que foi a Revolução Francesa.
A revolução perdurou de 1789 até 1799, quando a monarquia absolutista entrou em colapso. Os privilégios feudais, aristocráticos e religiosos têm fim. Isso ocorre quando políticos radicais e camponeses revoltam-se contra os ideais monárquicos, da aristocracia e da igreja.
O povo está irritado com a enorme crise fiscal e a incompetência do rei Luís XVI. Esse sentimento, somado às ideias iluministas, alimentam o radicalismo e a revolução, iniciada com a convocação dos Estados Gerais. Os primeiros anos foram marcados:
– Pela proclamação, por membros do Terceiro Estado.
– Pelo Juramento do Jogo de Pela.
– Pela tomada da Bastilha.
– Pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
– Pela marcha sobre Versalhes.
– Por lutas entre assembleias liberais e de direita.
Iluminismo e a Revolução Francesa
O Iluminismo teve grande influência sobre os intelectuais e a burguesia, em toda a Europa. Ele surgiu no começo do século, e defendia valores humanismo e da razão. Além disso, colocava a busca pelo conhecimento científico e o ser humano como influência de toda a sociedade.
Essa corrente de pensamento influenciou pensadores como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Mostesquieu. Chegou também à Itália, Alemanha e Inglaterra, onde viveu John Locke, o “pai do Liberalismo”.
A influência da Revolução Americana
A segunda metade do século XVIII também teve uma série de revoltas e revoluções ao redor do continente europeu e da América. Antes da Revolução Francesa, ocorreu a Revolução de Independência das colônias americanas.
Essa revolução foi apoiada por Luis XVI, que enviou tropas para ajudar George Washington a tornar-se independente da Grã-Bretanha. Ela era o principal rival político da França, naquele período. Apesar de bem visto pela população, esse investimento do rei trouxe dívida para coroa, obrigando-o a fazer sucessivos aumentos de impostos.
A Revolução Americana inspirou os franceses com relação aos ideais de liberdade e igualdade entre os cidadãos, em sintonia com o pensamento iluminista da época. Porém, esses ideais se chocavam com grupos muito privilegiados.
Causas
A burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses passam, no final da década de 1780, a pressionar o rei da corte. Ela reivindica mais direitos e uma melhor representação no cenário político. Em 1788, os Estados Gerais são convocados, e os interesses do Terceiro Estado, da nobreza e do Alto Clero entram em conflito.
Então, a burguesia propõe uma Assembleia Nacional, com o objetivo de se formular uma nova constituição para a França. Sem uma resposta por parte do rei, da nobreza e do alto clero, há muitas mudanças. Burgueses, trabalhadores e os demais membros do Terceiro estado se reúnem para elaborar uma nova constituição. Ao mesmo tempo, uma revolta popular e outra, com os camponeses, começa em Paris. É o início da Revolução.
A primeira república francesa é proclamada em 1792 e, no ano seguinte, Luís XVI é executado. Assim, o sentimento popular culmina com a ascensão do jacobino Robespierre e uma ditadura que implementou o Reino do Terror, entre 1793 e 1794, em que milhares de pessoas foram mortas.
Os jacobinos entram em declínio, após a execução de Robespierre, e o Diretório assume o controle do Estado francês, em 1795, mantendo-se no poder até 1799. A herança dos ideais é tão forte, que a era moderna tem se influenciado por eles. A prova é o constante crescimento das repúblicas e das democracias liberais ao redor do mundo.
Fases da Revolução Francesa
Assembleia Constituinte
Uma revolta popular toma a Bastilha, prisão que era símbolo do antigo regime e, em seguida, a Assembleia Nacional institui uma série de decretos. Entre eles, alguns cortes de privilégios da nobreza, como a isenção de impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis.
Em 1791, é criada uma nova constituição francesa, assegurando direitos a todos, pressionando o rei Luís XVI a aceitá-la. Ela previa também:
– A igualdade de todos os cidadãos perante a lei.
– O voto censitário.
– O confisco das terras eclesiásticas.
– O fim do dízimo.
– A constituição civil do clero.
– Etc.
Surge, então, a Monarquia Constitucional, que durou de 1791 a 1792.
Convenção
Os jacobinos defendiam uma proposta de não se submeter as decisões da alta burguesia, que se associava a nobreza e ao monarca. O objetivo dos jacobinos era pressionar a nobreza e o clero, instituindo uma república revolucionária, sem a monarquia.
O Rei Luís XVI, com o apoio das monarquias austríaca e prussiana, resolve contra-atacar, mas, ao saber dos planos do rei, a população parisiense resolve invadir o palácio real de Tulleries, e prender o rei e sua família. Assim, a monarquia constitucional tem o seu fim, em 1793, com as cabeças decepadas do rei e de sua esposa, Maria Antonieta.
Com o fim da Monarquia Constitucional, a assembleia constituinte foi dissolvida, sendo criada a convenção nacional de um novo parlamento.
Diretório
A burguesia, em 1795, consegue retomar o poder e instituir uma nova fase da revolução, por meio de uma nova constituição, chamada Diretório, um órgão composto por cinco membros, indicados por deputados. Ao mesmo tempo, uma grande crise social toma conta da França, o que exige uma política mais eficaz.
Consequências
A revolução francesa, além de se inspirar nos ideais iluministas, em defesa da liberdade, entendia que a autoridade deveria se basear na razão. Eram opositores do absolutismo e defensores da ciência. Essa revolução, em um período de 10 anos, exerceu uma série de transformações no país. No entanto, essa influência percorreu o mundo todo. Algumas delas foram:
– O fim dos privilégios da nobreza e do clero.
– O fim do feudalismo e início da consolidação do capitalismo.
– A queda do absolutismo na Europa, que influenciou os movimentos de independência na América.
– Popularizar a república como forma de governo e a ideia de separação dos poderes
– Garantir a aplicação dos ideais liberais.