Erosão fluvial: o que é, tipos, consequências e exemplos

Erosão fluvial - Pixabay
Erosão fluvial - Pixabay

Assim como a ação da chuva, do vento, do mar, etc. as águas dos rios e córregos também levam a erosão (desgaste/corrosão) das rochas e dos solos. Essa é a chamada erosão fluvial.

Neste artigo, além de entender melhor o que é a erosão fluvial, você conhecerá ainda seus tipos, consequências e alguns exemplos. Acompanhe!

O que é a erosão fluvial?

Como introduzido acima, a erosão em si é o processo de desgaste, de transporte e de sedimentação das rochas e dos solos.

Nesse caso, ela pode acontecer tanto através de processos naturais (mais lento) quanto causados pelo homem (mais acelerado), o que leva a diferentes classificações.

O mais comum é dividir a erosão em três categorias principais, de acordo com o agente erosivo: erosão hídrica (água), erosão eólica (vento) e erosão antrópica (ação do ser humano).

Assim, a erosão fluvial é um subtipo, enquadrado dentro da erosão provocada pela ação das águas, mas englobando especificamente os rios, córregos e similares.

Vale lembrar que há outros subtipos de erosões hídricas, como a provocada pela chuva (pluvial), mar (marinha), dentre outras.

Em termos práticos, é possível conceituar a erosão fluvial como um processo geomorfológico resultante da ação contínua das águas de rios e outras correntes de água sobre a superfície terrestre.

A água remove partículas e sedimentos ao longo do tempo. E esse processo é impulsionado pelos mais variados fatores, como:

  • Velocidade da água;
  • Quantidade de sedimentos transportados;
  • Natureza das rochas presentes no leito do rio;
  • Etc.

Lembrando, é claro, que essa erosão é um componente crucial dentro do ciclo hidrológico, desempenhando um papel de destaque na escultura da paisagem terrestre.

Confira agora: Como evitar a poluição dos rios: confira 7 dicas simples para colocar em prática ainda hoje

Transporte de sedimentos

É impossível tratar sobre a erosão fluvial e não mencionar o fator ligado ao transporte de sedimentos, um dos seus pontos mais relevantes.

Afinal, a passagem da água acaba arrastando consigo os sedimentos e outros materiais, modificando a sua distribuição ao longo da crosta terrestre.

Essa “carga”, como os materiais transportados são chamados, podem ser arrastados no fundo, suspensos ou diluídos.

  • Cargas de fundo – os fragmentos maiores e mais pesados permanecem no fundo do rio, mas são arrastados pela força da água;
  • Cargas suspensas – são as partículas que permanecem em suspensão durante o transporte;
  • Cargas dissolvidas – é o material dissolvido na água.

Os diferentes tipos de erosão fluvial

Erosão fluvial: o que é, tipos, consequências e exemplos 1
Meandro no rio Cauto / Cuba – Wikipédia

Um ponto bem interessante sobre a temática é que ela possibilita diversas classificações.

Assim, além dos já mencionados três tipos principais, e dos subtipos que cada um deles possuem, esses subtipos podem também ter suas divisões internas.

É justamente o que ocorre com a erosão fluvial, que engloba algumas novas variações. Dentre elas estão:

Erosão devido à curva do leito do rio

É bastante comum que onde haja as curvas dos leitos dos rios, principalmente nos meandros (curvas sinuosas), exista uma força centrífuga da água que acaba elevando o grau de erosão do leito.

Nesses pontos, o rio consegue alcançar profundidades bem mais acentuadas.

Erosão devido ao estreitamento do canal

Geralmente, a construção de pontes e canalizações está associada a um estreitamento do canal do rio.

E esse processo acaba levando a um aumento na velocidade da corrente, com um consequente aumento no transporte de sedimentos.

Erosão local

A erosão local, por outro lado, é causada quando algum obstáculo surge nos canais, provocando alterações no fluxo da água e aumentando seu poder erosivo.

Quais são as consequências da erosão fluvial?

A erosão fluvial é um processo natural, o que acarreta em benefícios como a purificação da água, aumento da capacidade de armazenamento de água, etc.

No entanto, também possui pontos negativos, principalmente quando intensificada pela ação humana.

Sem uma mata ciliar forte, a força da água desgasta de forma mais intensa as margens do rio, provocando deslizamentos e assoreamentos. Isso também pode acabar danificando estruturas como estradas, pontes, etc.

Uma das consequências mais diretas da erosão fluvial, no entanto, está ligada à construção e mudanças na paisagem.

Ela é um agente modelador, criando características geológicas como desfiladeiros, vales, planícies aluviais, meandros, cânions, etc.

Exemplos de erosão fluvial

Erosão fluvial: o que é, tipos, consequências e exemplos 2
Grand Canyon – Pixabay

Por fim, confira alguns exemplos de erosão fluvial encontrados na natureza!

Grand Canyon

O Grand Canyon trata-se de um desfiladeiro íngreme que foi esculpido pela ação da erosão fluvial do rio Colorado e de outros afluentes. 

Localizado no estado do Arizona, nos Estados Unidos, ele integra o Parque Nacional do Grand Canyon e chama atenção por sua majestosidade.

São 446 km de comprimento, cerca de 29 km de largura e incríveis 1,8 km de profundidade em alguns trechos.

Deltas

Lembra do transporte de sedimentos mencionado mais acima? Pois bem, é justamente nos deltas que muitos desses materiais vão parar.

O delta, vale lembrar, é a parte triangular formada em sua foz (onde o rio deságua em outro corpo maior, como o mar) formado pela deposição de sedimentos.

Nem toda foz de rio é igual. Muitas são “para dentro”, mais limpas, com os materiais arrastados através da erosão fluvial sendo despejados no mar, por exemplo.

No entanto, outras contam como um acúmulo gradativo dos sedimentos, formando um delta, dividindo a parte final do rio em novas ramificações, criando ilhas, novas faixas de terra e avançando no oceano.

Saiba mais: O que é o delta de um rio: conceito, como é formado, tipos e exemplos

Meandros

O meandro é uma curva acentuada de um rio, presente em sua planície aluvial, e que acaba mudando de forma e também de posição conforme recebe maiores ou menores cargas da erosão fluvial.

Depois de depositar sedimentos em um determinado ponto, a depender da circunstância, a força erosiva começa a atuar nesses depósitos, fazendo um desgaste e os levando para outro ponto.

Essas alterações levam a formação dos meandros, com suas características curvas sinuosas.

Veja também: O que é um riacho: conceito, características e como é formado

Compartilhar