Qual o planeta mais quente do universo?

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Há um número absurdo de planetas. Mas qual seria o planeta mais quente do universo? Os cientistas o descobriram em 2017, dando-lhe o nome de KELT-9b. KELT9-9b é um imenso gigante gasoso (Júpiter também é assim), mas gira em torno da sua estrela em apenas 1 dia e meio, tendo uma superfície mais quente que a maioria das estrelas.

O planeta orbita uma estrela chamada KELT-9, que está a 650 anos luz de distância. É a primeira vez que os astrônomos detectaram um planeta próximo a uma estrela quente assim, sendo diferente de tudo o que já vimos antes.

KELT-9b é incrivelmente quente. Durante o dia, a superfície alcança mais de 4.000 graus Celsius. Em comparação, a superfície do nosso Sol gira em torno de 5.800 graus. O planeta mais próximo do Sol, Mercúrio, atinge apenas 426 graus Celsius.

A razão por trás de uma temperatura tão alta é a proximidade do gigante gasoso da sua estrela. Aliás, é uma das estrelas mais quentes que conhecemos, alcançando temperaturas em torno de quase 10.000 graus Celsius.

Astrônomos apontam que o planeta mais quente do universo, KELT-9b, é mais quente que pelo menos 80% de todas as estrelas que conhecemos hoje. A estrela em torno da qual o planeta orbita também é muito mais luminosa e quente do que o nosso Sol.

O planeta mais quente do universo: KELT-9b

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Ilustração artística do sistema KELT-9. Imagem: NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (IPAC)

Sendo um gigante gasoso, KELT-9b tem 2.8 vezes o tamanho de Júpiter, mas metade da sua densidade. Isso porque a atmosfera é constantemente bombardeada pela temperatura da estrela.

Os pesquisadores chegaram a afirmar que o planeta é tão quente que eles se surpreenderam por ele ainda existir. A explicação é que, devido a estrela ser tão grande e brilhante, a força da sua radiação é tão intensa que ela expulsa o material em torno de si. Ou seja, faltaria gás e poeira o suficiente para formar esses planetas; ainda assim, lá está KELT-9b.

As condições nas vizinhanças da estrela KELT-9 tornam o tempo de vida desse planeta bem curto. Os cientistas, assim, estimam que o planeta está perdendo pelo menos 10 milhões de quilos de massa por segundo, possivelmente formando uma cauda que costumamos ver em cometas.

Isso significa, portanto, que logo o planeta vai desaparecer por completo, ou que sobre apenas um núcleo de rocha sólida e estéril (não sabemos ainda que se planetas como KELT-9b tem núcleos de rocha ou não).

A descoberta de KELT-9 pegou profissionais e amadores de surpresa. Os cientistas, em geral, focam suas buscas em exoplanetas em torno de estrelas menores, semelhantes ao nosso Sol, porque são mais fáceis de se encontrar e porque carregam a esperança de que haja planetas com possibilidade de vida nas proximidades da galáxia.

Com KELT-9b, expande-se a noção do que pode estar lá fora, e de como os planetas nascem e morrem.

Características de KELT-9b

O calor de KELT-9b é tão alto que nem mesmo as moléculas permanecem intactas. Moléculas de gás hidrogênio possivelmente se quebram durante o dia, incapazes de se reformarem até que os átomos fluam para o lado noturno do planeta.

Com uma temperatura diurna de 4.326 graus Celsius, Kelt-9b não é apenas o planeta mais quente do universo, como também é mais quente que a maioria das estrelas.

O planeta é um gigante gasosos, 2.8 vezes maior que Júpiter. Os cientistas esperavam que o planeta tivesse um raio menor, mas a radiação extrema da estrela fez com que a atmosfera do planeta inchasse, como num balão.

Outra característica do planeta é que ele orbita perpendicularmente ao eixo de rotação da estrela. Um ano terrestre em KELT-9b dura menos que dois dias.

Em cada órbita, KELT-9b passa por todo o ciclo de temperaturas estelares, produzindo uma sequência de estações bastante peculiar. O planeta tem seu “verão” quando sobrevoa os polos mais quentes, e o “inverno” quando passa pela seção central mais fria da estrela.

Assim, KELT-9b tem dois verões e dois invernos a cada órbita, com cada estação durando cerca de nove horas.

A estrela KELT-9 tem apenas 300 milhões de anos, sendo jovem na escala do tempo estelar. É duas vezes maior e quase duas vezes mais quente que o nosso Sol.

Planetas quentes do Sistema Solar

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É a radiação solar que aquece e esquenta os planetas. Imagem: Pixabay

Em nosso Sistema Solar também há planetas quentes, mas sua temperatura não se compara à de KELT-9b. Esses planetas são Mercúrio e Vênus.

Mercúrio

Um dia quente em Mercúrio pode atingir até 371 graus Celsius. Em Vênus, a temperatura é mais alta ainda: 482 graus Celsius. Muitos podem se perguntar por que Vênus é mais quente quando na verdade Mercúrio é o planeta mais próximo. A resposta está na atmosfera.

Mercúrio é pequeno, e move-se rapidamente em torno do Sol. O planeta não tem atmosfera, portanto, quando os raios solares atingem Mercúrio, eles retornam para o espaço. Não há nada que reflita ou retenha o calor no planeta, como ocorre aqui na Terra, por exemplo.

Vênus

Vênus, por outro lado, tem uma atmosfera densa. Na verdade, a atmosfera de Vênus é 90 vezes mais densa que a da Terra. Além disso, é feita em sua maior parte de dióxido de carbono, um gás de efeito estufa. Assim, a atmosfera age ao favor do calor, permitindo a entrada da radiação solar e retendo-a no planeta.

Isso cria as condições perfeitas para o calor em Vênus ser tão alto. E com um calor tão intenso, a água é basicamente inexistente. Além disso, o dióxido de carbono é um gás nocivo, que cria ventos fortes, impactando constantemente a superfície do planeta. Assim, Vênus tem um dos ambientes mais hostis em todo o Sistema Solar.

Antes dos cientistas descobrirem como Vênus era de fato, muitos viam o planeta como um possível paraíso tropical. A verdade é que é uma rocha semelhante à lua, com nuvens cheias de dióxido de enxofre e dióxido de carbono: um verdadeiro inferno planetário.

Mesmo espaçonaves não sobrevivem por lá. A primeira delas, uma sonda soviética chamada Venera 7, chegou em Vênus em 1970, mas só durou 23 minutos antes do calor venusiano destruir a eletrônica da sonda.

Fontes: ScienceAlertExoplanetWonderopolis
Imagem: Pixabay

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