Quer saber o que é a fragmentação de habitat? Então chegou ao lugar certo!
Neste artigo, além de descobrir mais a fundo o conceito sobre a fragmentação de habitats, você conhecerá também quais as principais causas e consequências desse processo, que é um grande responsável por colocar cada vez mais espécies na lista de ameaçados de extinção no planeta.
Boa leitura!
O que é a fragmentação de habitat?
Em termos práticos, a fragmentação de habitat pode ser entendida como a divisão da área de um habitat natural em pedaços menores, podendo ser ele terrestre ou aquático.
Ou seja, trata-se de um processo em que um espaço natural, onde vivem diversas espécies da fauna e flora, acaba sendo fragmentado, o que interfere diretamente em seus processos ecológicos.
Esses pedaços são separados uns dos outros, por exemplo, através da construção de estradas, atividades agrícolas, áreas urbanas, barragens, mineração, dentre outros tipos de desenvolvimento humano.
A fragmentação, é claro, leva a impactos significativos no ecossistema, principalmente nas espécies que precisam de um habitat contínuo para sobreviver.
Isso acontece porque não é apenas o habitat em si que é dividido em partes menores, todo o ecossistema nele presente também sofre esse efeito.
Confira agora: O que é habitat: conceito, tipos e exemplos
Quais são as causas da fragmentação de habitat?
Como já mencionado, esse processo está bastante ligado ao desenvolvimento das atividades humanas.
No entanto, não é apenas isso que é capaz de causar a fragmentação. Na verdade, ele pode ocorrer por meios naturais, como em casos de algum tipo de desastre, por exemplo.
Confira de forma mais clara as principais causas dessa divisão de habitats!
Infraestrutura de transporte
Uma causa bem comum da fragmentação de habitat é justamente a construção de estradas, linhas ferroviárias, etc.
Como é fácil deduzir, essas obras “cortam” a paisagem ao meio, separando o habitat ao seu redor em cada um dos lados da estrada.
Apesar da largura dessas construções serem consideravelmente curtas, o seu comprimento acaba recompensando essa metragem.
Além do mais, é muito comum que haja um emaranhado de estradas, interligadas umas às outras, o que torna essa divisão do habitat em ainda mais pedaços.
Desenvolvimento da urbanização
Os processos de urbanização cada vez mais intensos também tem um lugar de destaque nessa lista.
Isso porque, além de serem grandes responsáveis pela degradação intensa do ambiente, acabam fragmentando as áreas que restam.
Vale lembrar que, mesmo com os esforços para a criação de cada vez mais áreas verdes nas cidades, elas não conseguem ser interligadas.
Assim, apesar de serem já muito benéficas para a melhoria das condições no setor, não conseguem desfragmentar o habitat.
Extensão da fronteira agropecuária
O mesmo vale também para a agricultura e para a pecuária, que não somente levam a uma homogeneização da paisagem, mas a uma divisão dos habitats.
Uso de recursos florestais
A extração de madeira, obviamente, acaba levando ao desmatamento das áreas naturais.
E, mesmo nos casos em que ela é voltada para o estabelecimento de plantações florestais de espécies introduzidas, ela leva a uma fragmentação do habitat natural.
Infraestrutura de cursos d’água
A construção de açudes, barragens e outros tipos de reservatórios sobre cursos d’água também entra nessa lista.
Isso porque elas acabam criando uma barreira física para diversas espécies de peixes, uma vez que divide seu habitat em duas ou mais partes.
Queimadas
As queimadas, obviamente, levam a consequências não apenas imediatas, com a morte de diversas plantas e animais enquanto se espalham.
Em muitos casos, ela também é capaz de dividir partes do habitat, com o agravante de que sua extensão tende a ser bem mais ampla que as estradas, por exemplo.
Embora a natureza seja capaz de se recuperar com o tempo, até lá, há uma fragmentação do espaço.
Saiba mais: O que é urbanização sustentável: conceito e objetivos
Quais são as consequências da fragmentação de habitat?
Depois de conhecer o conceito e algumas das principais causas, vale a pena conferir as consequências que essa fragmentação de um habitat é capaz de trazer. Infelizmente, não são poucas.
Isolamento populacional
Uma das consequências mais diretas e perceptíveis é justamente o isolamento populacional.
Há, juntamente com a divisão do habitat, a separação de populações das mais variadas espécies, sejam animais ou vegetais.
Isso acaba levando a uma redução na conectividade genética entre esses grupos, o que acarreta em uma consequente diminuição da diversidade genética, algo muito prejudicial para as espécies.
Riscos de extinção
Com o isolamento referido acima, a endogamia ou consanguinidade, que é o acasalamento entre indivíduos aparentados, geneticamente semelhantes, é algo inevitável.
Junto a outros efeitos biológicos e a própria alteração dos processos ecológicos das espécies – impossibilidade de dispersão, alteração de teias alimentares, etc. – isso acaba aumentando bastante o seu risco de extinção.
Provoca mudanças microclimáticas
O processo é capaz de provocar mudanças microclimáticas, afetando os padrões de temperatura, umidade, etc. nas áreas fragmentadas.
Como resultado, são criados microclimas que se diferenciam daqueles presentes no habitat natural anterior, interferindo novamente na ecologia do lugar.
Barreiras físicas
A construção das estradas, dos edifícios e diversas outras estruturas humanas levam a criação de barreiras físicas.
Assim, elas são capazes de impedir que os animais, agora em grupos fragmentados, se movimentem livremente entre as partes do habitat original.
Essa dificuldade é claramente observada com os casos de atropelamento, por exemplo, que vitimam milhares de animais todos os anos.
Considerações finais
Como foi possível observar, a fragmentação de habitat é um processo capaz de levar a graves consequências à natureza, como a própria extinção de espécies.
Daí a necessidade de se manter atento à temática, envolver-se em projetos de restauração de ecossistemas, e exigir das autoridades responsáveis medidas que minimizem esse processo.
Com cada um fazendo sua parte, fica muito mais fácil evitar essa fragmentação.
Veja também: Florestas urbanas: o que são, para que servem e exemplos
Fontes: Ecologia Verde – Science
