Como surgiu a língua portuguesa? Como se deu a trajetória dessa “Última flor do Lácio” até os nossos dias? O que será que tem a língua portuguesa de tão especial?
Bem, de acordo com a história, a língua portuguesa surgiu da mistura entre o latim vulgar do Lácio (uma região italiana), o árabe e alguns dialetos tribais dessa região. Além disso, ela também está intrinsecamente ligada ao galego (língua íbero-românica). E, ao final, também acabou recebendo contribuições do francês, espanhol, inglês, entre outras línguas.
Em síntese, sabemos que, durante o Império Romano, Portugal e Espanha viveram sob o seu domínio. Logo, como resultado, o Latim Vulgar, falado pelo cidadão comum romano, acabou, inevitavelmente, misturando-se com o falar local.
De fato, essa região da Península Ibérica (na Europa Ocidental), como diversas outras, teve que, forçosamente, incorporar essa cultura latina. Logo, obviamente, o resultado não poderia ter sido outro senão uma espécie de regionalização dessa língua latina devidamente incorporada.
A partir daí, o que houve foi uma intensa troca cultural entre Roma e os povos ibéricos. Com a queda do Império Romano, essa troca intensificou-se ainda mais. E, por fim, dessa mistura, surgiram inúmeras variações linguísticas, como o galego-português, o catalão, o castelhano, entre outras línguas que seriam como a base da nossa futura língua portuguesa.
Como surgiu a língua portuguesa e quais as características desse processo?
Como vimos, as origens da língua portuguesa estão diretamente ligadas ao Latim Vulgar falado pelos cidadãos romanos, mas também ao árabe e aos dialetos tribais. A partir daí, o que houve foi um intercâmbio cultural dos mais intensos, e que acabou resultando na formação de outras variações linguísticas não menos curiosas.
Uma delas, por exemplo, foi o galego-português, que podemos considerar como o “avô” da língua portuguesa como hoje a conhecemos.
E como um resumo, que facilita bem o entendimento de como surgiu a língua portuguesa, podemos primeiro destacar o período “Pré-românico”, com a introdução do Latim Vulgar naquela região ibérica. Logo após, o período “Românico”, que foi quando a queda do Império Romano deixou, como vestígios, diversos dialetos para o uso local.
Pois bem, foi, a partir dali, que surgiram os idiomas francês, italiano, espanhol, romeno, português, entre diversos outros. E o português foi o que estabeleceu-se como a nossa língua, por volta do séc. XIII, ainda como o chamado “Português Arcaico”.
Concomitantemente a isso, sabemos que esse rudimento da língua portuguesa estendeu-se até a primeira metade do séc. XVI. E foi por esse período, também, que surgiu algo como uma “Gramática da Língua Portuguesa”, que enfim sedimentaria as suas bases definitivamente.
De fato, essa é uma trajetória das mais originais e singulares entre as línguas latinas conhecidas. De acordo com o gênio Olavo Bilac (1865-1918), ela foi a “Última flor do Lácio”, ou seja, a única sobrevivente daquele antigo latim vulgar falado pelo povo romano. E, em síntese, estabeleceu-se, de fato, a partir do séc. XIII, com a unificação de Portugal como uma nação propriamente dita.
As singularidades de uma língua
Atualmente são cerca de 230 milhões de indivíduos que têm a língua portuguesa como o seu idioma oficial. Desse modo, ela constitui-se como o 8º idioma mais falado do mundo.
Obviamente, ela tem no Brasil o seu principal promotor e divulgador. Mas, além da Terra Brasilis, outros países também contribuem para manter viva essa singular “Flor do Lácio Inculta e Bela”. E são eles: Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau, Goa, Macau, entre outros países, dos continentes americano, africano, europeu e asiático.
Hoje, tão importante quanto saber como surgiu a língua portuguesa é reconhecer como a sua trajetória conta muito sobre a formação cultural dos países.
Em se tratando do Brasil, especificamente, a língua portuguesa proporcionou um importante intercâmbio cultural no que diz respeito aos costumes e técnicas. Mas também à medicina, produção econômica, literatura, entre outras dimensões que contribuíram para caracterizar esse aspecto Lusófono da nossa cultura.
Ao final, como uma alteração significativa nessa relação entre Brasil e Portugal, no que diz respeito ao uso da língua portuguesa, eis que surge o “Novo Acordo Ortográfico”. Um movimento dos mais polêmicos e controversos de que se tem conhecimento no âmbito do estabelecimento de uma língua.
Em resumo, desde o dia 12 de outubro de 1990, os chamados “países lusófonos” assinaram um acordo com o objetivo de garantir uma certa unificação de algumas regras gramaticais entre os países. Com isso, buscou-se (apesar das controvérsias) estreitar, ainda mais, os laços entre os países de língua portuguesas. Principalmente no que diz respeito a acordos de caráter comercial para a celebração de contratos e diversos tratados que disciplinam esse segmento.
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Fontes: Museu da lingua portuguesa
Imagem: Pixabay