Primordialmente, a história da evolução humana é cheia de mistérios e curiosidades. Somos descendentes dos Homo Sapiens originários da África Oriental há cerca de 300 mil anos. Ao migrar para a Europa eles acabaram por encontrar hominídeos vivendo no continente, os chamados Homo Neanderthalensis, mais conhecido no Brasil por Homem de Neandertal.
São várias as especulações acerca da origem deste povo. Eles se espalharam pelo continente europeu há 350 mil anos e viveram por lá durante 315 mil anos, quando foram extintos. Desse modo, eles se adaptaram a temperaturas frias e secas. Seus ossos foram descobertos pela primeira vez em uma caverna no vale de Neander, na Alemanha. Daí a origem de seu nome.
Origem do homem de Neandertal
O Homem de Neandertal surgiu no período Pleistoceno Médio na Europa, no Oriente Médio e na Península Ibérica. Ademais, o fóssil mais velho já encontrado tem cerca de 430 mil anos. Tanto o Homo Neanderthalensis quanto o Homo Sapiens possuem um ancestral comum, chamado Homo Heidelbergensis.
O Homem de Neandertal é de uma categoria de hominídeos extinta há 30 mil anos. Aliás, fala-se que após a migração do Homo Sapiens à Europa, as duas espécies, conviveram e, em alguns casos, se relacionaram.
Alguns cientistas afirmam que os neandertais foram os primeiros europeus. No entanto, há controvérsias, pois existem evidências de que a espécie possuía características morfológicas distintas do homem moderno. Desse modo, alguns cientistas o colocam como uma espécie denominada de Homo sapiens neanderthalensis.
Características do Homem de Neandertal
O Homem de Neandertal se diferencia do homem moderno em várias características. Sobretudo, os fósseis encontrados divergem bastante, mas podemos destacar alguns traços em comum que veremos a seguir.
- Corpo robusto.
- Baixa estatura.
- Troncos largos.
- Grandes aberturas nasais.
- Osso supra orbital protuberante (acima da sobrancelha).
- Palato e mandíbula puxados para frente.
- Nariz grande.
- Cérebros maiores que o dos humanos.
- Olhos grandes.
- Crânio alongado para trás.
- Dedos robustos.
- Ausência de queixo.
Como vivia o homem de Neandertal
À primeira vista, existem algumas especulações a este respeito, mas, de acordo com os estudos acerca de seu modo de vida, o Homem de Neandertal possuía uma cultura organizada, realizavam ritos funerais e enterravam seus mortos.
Foram encontrados junto a seus fósseis vestígios de ervas utilizadas para fins medicinais. Eles se alimentavam de mexilhões, caracóis aquáticos, ou seja, frutos do mar. Cientistas encontraram junto aos seus corpos, sobras de tubarões, focas, aves marinhas e caranguejos.
O Homem de Neandertal também deixou pinturas rupestres de animais e formas geométricas em uma caverna da Espanha. Pesquisadores encontraram desenhos de cerca de 64 mil anos atrás. Além disso, alguns estudos apontam que a espécie era capaz de se comunicar com uma certa sofisticação.
Sobre a sua expectativa de vida, as pesquisas apontam que cerca de 25% dos homens de Neandertal chegavam até os 40 anos de idade. É uma estimativa interessante, pois é parecida com a dos primeiros homens modernos.
O homem de Neandertal é o homem das cavernas?
Podemos falar que os nossos primos extintos são os homens das cavernas, visto que a maioria dos fósseis foram encontrados nestas localidades. De acordo com os estudos realizados até agora, as cavernas da Europa, especialmente em Gibraltar, demonstram que os Homens de Neandertal as utilizavam como se fossem uma moradia.
A caverna de Gorham ia mais além, era parecida com uma cidade. Foi achado uma grande quantidade de fósseis da espécie, neste lugar. O Homem de Neandertal, no entanto, vivia com poucas pessoas ao seu redor, a maioria era de familiares.
Todavia, alguns estudiosos afirmam que a espécie também viveu em regiões litorâneas, mas como o nível do mar subiu bastante nos últimos milhares de anos, há poucas evidências deste lado da vida cultural do hominídeo. Existem muitas teorias a esse respeito.
Por que o homem de Neandertal foi extinto
Existem evidências que apontam que o Homem de Neandertal foi extinto por conta da chegada do Homo Sapiens à Europa. Dessa maneira, as duas espécies podem ter travado várias batalhas e o Neandertal acabou perdendo. Sua história ainda é recheada de lacunas.
Uma pesquisa recente, utilizando um supercomputador, considera que a extinção da espécie foi resultado de vários fatores. Por exemplo, os homo sapiens estavam chegando às suas terras, as condições climáticas eram desfavoráveis, o que fez com que os dois grupos lutassem até a morte pelos recursos naturais disponíveis. Houve uma interação, um cruzamento entre os dois povos, mas basicamente, os neandertais foram massacrados.
Seríamos nós Neandertais?
É certo que houve uma interação entre os Sapiens e Neandertais, inclusive sexual. Nesse sentido, estudos sugerem que pessoas de origem não africana, possuem de 1 a 4% de genes da espécie. Os asiáticos possuem a maior concentração de DNA compatível.
Existem algumas características físicas que podem indicar a presença de genes neandertais. Dessa maneira, atualmente, podemos destacar a coagulação sanguínea excessiva, a tendência ao aparecimento de verrugas, pele clara, inclinação a trabalhar à noite e dormir de dia.
Pessoas com DNA Neandertal são adaptáveis a viver em grandes altitudes. Além disso, há uma tendência à depressão, dependência à nicotina, presença de sardas e cabelo ruivo. Analogamente, o gene também faz com que se tenha problemas cardíacos, transtornos digestivos, olfato sensível e intolerância à lactose.
Em conclusão, a lista não para por aí, estudos observaram que estas pessoas possuem diferentes reações alérgicas, transtornos da bexiga, baixa propensão à esquizofrenia, tendência à obesidade, unhas e cabelos fortes e pele elástica.
Conclusão
O Homem de Neandertal é um capítulo à parte na história da evolução humana. Muitos estudos ainda deverão ser feitos, a fim de conhecermos melhor nosso primo distante. igualmente, o fato é que o homem das cavernas já faz parte da nossa cultura e agora podemos ver que temos muito a ver com eles. Mesmo tendo desaparecido, o DNA desta espécie ainda corre em nosso sangue.
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