A Expansão Marítima é um evento que começa no século XV. Ele marca o início das navegações comerciais pelo Oceano Atlântico. Assim como diz o poema de Camões: é a busca por mares nunca antes navegados.
Essas jornadas em alto mar deram novo significado ao mundo. Ou seja, houve o encontro com novas terras e povos. Outro fato foi a ressignificação da estrutura comercial.
Portanto, a Expansão Marítima (ou Ultramarina) resolveu o problema comercial para os europeus. Ao passo que integrou povos de diferentes continentes e reconfigurou a estrutura socioeconômica.
Expansão Marítima: por mares nunca navegados
O comércio, na Baixa Idade Média, entre Europa e Ásia era via Mar Mediterrâneo. Porém, os turcos otomanos dificultaram essa passagem depois de 1453. Assim, as rotas desconhecidas do Atlântico surgiram como a grande saída para o Oriente.
Esse projeto de navegação favoreceu a burguesia que necessitava manter a solidez do comércio. Mas, também foi um movimento importante para a Igreja que queria aumentar a Cristandade. Já os reis buscavam a conquista de novas terras.
A Expansão Marítima teve o interesse e investimento das três categorias que formavam a elite. Ou seja, cada um com seu propósito e condição contribuiu para o sucesso do evento.
O Impulso
Além da necessidade de manter o comércio com as Índias, havia outros fatores. Ou seja, como todo evento histórico, as grandes navegações nascem de uma série de acontecimentos.
Os mais relevantes são:
- A grande crise do século XIV, em função da falta de alimentos e epidemias.
- O fim da estrutura feudal e formação dos Estados Nacionais que fortaleceu os reis.
- O início da divisão do cristianismo, que ficou conhecida como a Reforma Protestante.
Todos esses eventos deram a sua contribuição para acontecer a Expansão Ultramarina. Assim, através dela aconteceram grandes mudanças políticas, sociais, econômicas e muitos avanços tecnológicos.
O Protagonismo Português
Portugal foi o primeiro Estado que investiu na Expansão Marítima. Isso aconteceu pelos seguintes motivos:
- Em 1139 ele unificou seu território e declarou-se o primeiro Estado Nacional da Europa, assim constituiu o poder central sólido.
- A proximidade em relação ao Oceano Atlântico era muito favorável.
- Os portugueses já tinham expulsado os árabes de seu território. Enquanto os espanhóis ainda lutavam contra eles.
Portanto, nas primeiras décadas do século XV, Portugal deu vida a esse grande projeto. O Infante Dom Henrique contratou profissionais de vários lugares para trabalhar para o reino lusitano. Eram eles: navegadores, cartógrafos, construtores, matemáticos e astrônomos.
Todos esses homens se concentraram em aprimorar as técnicas de navegação. De modo que à essa reunião de estudiosos deu-se o nome de Escola de Sagres. Assim denominou-se a presença deles na região de Algarve.
O Périplo Africano na Expansão Marítima
Périplo Africano denomina o projeto português de chegar ao oriente através da Costa africana do Atlântico. Ou seja, o objetivo era chegar às Índias sem passar pelo Mar Mediterrâneo.
Périplo Africano denomina o projeto português de chegar ao oriente através da Costa africana do Atlântico. Ou seja, o objetivo era chegar às Índias sem passar pelo Mar Mediterrâneo.
Os principais comandantes dessas viagens foram: Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Diogo Cão, Gil Eanes e Pero da Covilhã. Foi Bartolomeu que conseguiu o feito mais importante, pois ele atravessou o Cabo das Tormentas. Ao passo que o navegador Vasco completou a primeira viagem do Périplo.
No meio da rota tinha um Brasil
A chegada dos portugueses ao Brasil ocorre durante essas viagens para o oriente. Isto é, as naus comandadas por Pedro Álvares Cabral desviaram a rota comum para demarcar as terras que pertenciam a Portugal. Isso de acordo com o Tratado de Tordesilhas.
Logo após sair das terras que seriam o Brasil em curto tempo. Pedro Álvares seguiu para as Índias de modo a completar sua viagem. Esses fatos são narrados por Pero Vaz de Caminha que ia nessa mesma viagem para Calicute.
As viagens espanholas na Expansão Marítima
A Espanha empreendeu sua primeira grande viagem pelo Atlântico em 1492. A coroa espanhola financiou de Cristóvão Colombo. Pois, ele acreditava na possibilidade de chegar ao oriente indo em direção ao oeste.
Sim, o navegador genovês concebia a ideia correta, de que a Terra é uma esfera. Ele seguia as teorias do geógrafo Paolo Toscanelli. Assim, como era interessante para a Espanha ter uma rota alternativa ao Périplo Africano, Colombo seguiu viagem.
Em 3 modestas caravelas de nomes: Santa Maria, Pinta e Niña, Cristóvão Colombo chegou nas Ilhas Guanahani. Era dia 12 de outubro, ele pensou que estava nas Índias. Mas, na verdade, era o Caribe. Tal confusão fez com que ele chamasse os nativos de índios.
A Expansão Marítima no Pacífico
Os espanhóis conseguiram completar a empreitada de alcançar as Índias navegando para oeste. Mas, quem comandou essa façanha foi Fernão de Magalhães, português que estava a serviço da Espanha.
Em 1519 ele saiu da Espanha com 265 marinheiros em 5 navios. Essa jornada durou 3 anos. Pois em 1522 apenas um navio chegou a Sevilha, e o próprio Fernão já havia falecido nas Filipinas. Essa foi a primeira viagem que deu a volta ao mundo.
A Expansão Marítima tem Portugal e Espanha como principais expoentes. Isso ocorreu por terem saído à frente na corrida e empenhado mais recursos. Foram, também, na articulação política. Pois tão cedo assinaram o tratado de Tordesilhas.
Essa assinatura deu toda prerrogativa de domínio ibérico em relação ao oceano Atlântico. De modo que outras às outras grande nações se dedicavam à pirtaria. Como é o caso de Inglaterra, França e Holanda.
Portugal e Espanha aproveitaram a soberania para colonizar a maior parte da América. Restando o norte e algumas ilhas do caribe para outros reinos. Assim eles exploram o continente por 300 anos, até quando Napoleão sucumbiu a Europa.
O legado da Expansão Marítima
Depois da Expansão Marítima o mundo teve outra configuração. A primeira mudança foi do eixo comercial. Pois o que era domínio de Veneza e Gênova passa a ser de Portugal e Espanha.
Com a soberania Ibérica deu-se início ao sistema colonial. Isto é, um modelo regido pelo monopólio em que toda atividade comercial deve passar pela metrópole. Às colônias cabe o fornecimento de matérias-primas e o envio de metais preciosos.
A Expansão Marítima não foi o único fato da transição para a Idade Moderna. Porém foi de sua responsabilidade, o contorno político e econômico desse período.
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