Os índios são as pessoas que estão presentes a mais tempo em terras brasileiras. Pois quando os portugueses chegaram eles já estavam por aqui. Possivelmente chegavam a contar em torno de 5 milhões de pessoas que moravam nesta terra.
Os estudos mostram que há 40 mil anos eles já habitavam esta região. Ou seja, é incontestável dizer que os povos indígenas são os primeiros a morar neste lugar. Porém existem perguntas que muitos têm a respeito da história dos primeiros a chegar no Brasil.
Sobre isso há muitas perguntas, como:
- Qual a origem dos povos indígenas?
- Como chegaram até aqui?
- Por que chamam índios?
- Quantos ainda existem no Brasil?
Neste artigo vamos responder a cada uma dessas perguntas de forma bem objetiva e clara. Dessa forma, oferecemos a oportunidade de conhecer melhor a cultura indígena que é rica e necessária. Pois, ela é a primeira semente lançada para fecundar o chão da história do povo brasileiro.
Origem dos índios
Há muitas décadas, grupos de pesquisa têm se dedicado a responder essa pergunta. Assim, a partir de estudos dos códigos genéticos, ou seja, DNA, descobriu-se algumas coisas. Por exemplo, uma equipe de Harvard descobriu semelhança de habitantes da Amazônia com povos da Austrália.
A teoria mais aceita é a de que os nossos povos indígenas são da Ásia. Eles chegaram a essas terras através do Estreito de Bering, entre Rússia e Alasca. Assim, durante o longo período de migração formava-se a identidade do primeiro povo do continente.
Essa teoria afirma que os grupos atravessaram a região da baixa no nível do mar. Ou seja, eles caminharam pela necessidade, em busca de alimento e proteção, assim ocuparam o território. Outras levas de humanos acompanharam e se espalharam pelo continente até chegar no sul.
No Brasil
Os vestígios apontam que no Brasil os povos indígenas chegaram há 10 mil anos. O renomado geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber afirma que eles entraram no território pela Amazônia. Portanto, concorda com a teoria de que a ocupação começou no norte.
O relevo era de planícies que favoreciam o caminhar dos povos em busca de bons lugares. Assim, as tribos ocuparam o espaço, produziram cultura e seu jeito de lidar com a natureza. Pois o modo sustentável de viver das comunidades indígenas brasileiras é bem próprio e conceitual.
Em 1500 eram milhões
Quando os portugueses desembarcaram, no ano de 1500, os índios eram de 7 milhões. O historiador Boris Fausto diz que 5 milhões deles habitavam a região da Amazônia. Enquanto os demais ocupavam as outras partes do território em diversas tribos.
Ao contrário do que muitos pensam os índios do Brasil não formavam uma única sociedade. Isto é, os povos que aqui viviam formaram grupo tanto na cultura quanto na língua. Assim, quando os portugueses chegaram em 1500 havia ao menos 4 grupos linguísticos diferentes.
Quem recebeu os portugueses foram os tupi que dominavam o litoral. Pois eles expulsaram as outras tribos para o interior do território que seria o Brasil. Os demais troncos linguísticos e culturais que aqui estavam eram: jê, aruaque e caraíba.
Índios, por quê?
O termo “índio” é uma referência dada aos povos das Américas pelos europeus. Pois Cristovão Colombo, quando aportou no Caribe em 1492, pensou que tinha chegado na Ásia. Assim, deu este nome em referência às índias, como tratavam o oriente.
Colombo morreu sem saber que tinha chegado na América. E tamanha era sua fixação por chegar à Índia que resolveu os chamar de índios. Expressão que em nada diz sobre as sociedades que se estabeleceram neste continente.
É uma palavra que denota a falta de conhecimento que os europeus tinham em relação à existência dos povos que aqui viviam. Desse modo, optaram por continuar a usar um nome genérico para tratá-los.
Mesmo tendo origem a partir de um erro de localização, a palavra índio, atualmente aparece nos dicionários como: nativo, natural de um lugar. Então, é evidente que esse significado foi construído ao longo do tempo.
O que os índios pensam sobre isso?
Até metade do século passado, para os povos indígenas, usar a palavra “índio”, ou outra relacionada a ela, era visto como ofensa. Pelo fato de remeter a todo o processo histórico de imposição europeia. Ou seja, a expressão trazia o peso da escravização, da imposição cultural e da morte de muitos.
A partir da criação do movimento indigena, na década de 1970, as expressões “índio” e “índigena” passam a ter caráter de unificação. Desse modo gerar identidade e união para buscar os seus direitos e a garantia da dignidade.
Sem esquecer das marcas do passado e todas as perdas, na atualidade é preciso manter a vida e a identidade. Por isso apresentar-se como uma sociedade coesa e que respeita seus princípios é fundamental para ser no mundo.
Os índios, hoje, no Brasil
O último censo afirma que hoje são 897 mil índios no Brasil. Eles estão presentes em todo o território identificados em 305 etnias. Os antropólogos as classificam em 4 grupos majoritários, considerando a língua. São eles: Macro-Jê, Tupi, Karib e Aruak. Há exceções de grupos com dialeto próprio.
Para compreender os povos indígenas é preciso que se olhe a partir da pluralidade. O grande erro é considerá-la por um único olhar, ou seja, não é somente um povo, uma cultura, uma só religião. As etnias se organizam de modo social, político, econômico e cultural, cada uma a seu modo.
Hoje os povos indígenas estão em um processo de retomada. Assim, esse é um movimento que abrange desde o resgate de suas terras ao restabelecimento da cultura de origem. Isso passa pela garantia do direito de demarcação, assegurado pela Constituição de 1988. Porém ela sofre ameaça por interesses, outros, atualmente.
A Fundação Nacional do Índio (FUNAI), no Brasil, é a instituição que medeia as questões indígenas junto da sociedade brasileira. Ela existe para garantir que o cumprimento da lei em relação aos direitos dos índios. Bem como o desenvolvimento de estudos e políticas públicas para a população indígena.
Quanto ao futuro dos povos indígenas, é necessário que as leis, já existentes, se cumpram. Outro passo é que lhes assegurar o direito a estar nas universidades bem como ter representação efetiva na política. Sempre em busca da manutenção da vida digna em seu modo de vida.
Fontes: O Índio Brasileiro(…) / BBC / Constituição de 1988 / IBGE
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