O Império Romano

Júlio Cesar, precursor do Império Romano.
Júlio Cesar, precursor do Império Romano.

O Império Romano, da sua ascensão à queda, marca um dos períodos mais icônicos da história humana. Em seu ápice (cerca de 117 EC), fora a mais extensa estrutura social e política da civilização ocidental. Em 285 EC, o império crescera ao ponto de precisar de dois governos, o do Império do Ocidente e do Império do Oriente.

O Império Romano começa quando Augusto César (governando entre 25 AEC-14 EC) se torna o primeiro imperador. Em suma, no ocidente, termina quando o último imperador, Rômulo Augusto (governando entre 475-476 EC), é deposto pelo rei germânico Odoacro (governando entre 476-493 EC). No oriente, continua na forma do Império Bizantino, até a morte de Constantino XI (reinou entre 1449-1453 EC) e a queda de Constantinopla pelos otomanos em 1463 EC.

As primeiras dinastias

Após a Batalha de Áccio em 31 AEC, Caio Otávio, sobrinho e herdeiro de Júlio César, se torna o primeiro imperador de Roma, assumindo o nome Augusto César.

Ainda que se considere Júlio César como o primeiro imperador de Roma, o termo está incorreto. Isso porque, ele nunca assumiu o título “Imperador”, e sim o de “Ditador”, que o Senado não pôde deixar de dar a ele, pois César tinha poder político e militar na época.

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Pintura da morte de Júlio César (por Vincenzo Camuccini), assassinado por um grupo de senadores. Imagem: Pixabay

Em contraste, Augusto recebeu o título de imperador, recebendo poder e aclamação após destruir os inimigos de Roma, trazendo a tão necessária estabilidade. Augusto governa de 31 AEC até 14 EC, quando morre. O imperador fez reformas nas leis da cidade e do império. Além disso, protegeu as fronteiras do território, iniciou projetos de construção e garantindo Roma como um dos grandes poderes políticos e culturais na história.

A Pax Romana (Paz Romana), ou Pax Augusta, a qual iniciou, foi um período de paz e prosperidade sem precedentes que durou mais de 200 anos. Após sua morte, o poder passou para seu herdeiro, Tibério. Esse continuou diversas de suas políticas, mas não possuía o mesmo vigor e perfil visionário que Augusto carregava.

Dinastias sucessivas

Essa tendência continuou pelos imperadores seguintes: Calígula, Cláudio e Nero. Calígula e Cláudio sofreram assassinatos durante o governo, enquanto Nero cometeu suicídio. Assim findou-se o período da Dinastia Júlio-Claudiana, que tinha esse nome devido às duas famílias das quais os imperadores descendiam. Após seu fim, iniciou-se um período de inquietação social, o Ano dos Quatro Imperadores.

Nesse período de guerra civil, Roma assistiu à ascensão e posterior queda de Galba, Otão, Vitélio e finalmente Vespasiano, que funda uma nova dinastia, governando de 69 até 79 EC. Essa dinastia, por sua vez, caracteriza-se por imensos projetos de construção, prosperidade econômica e expansão do império.

Dinastia Nerva-Antonina

A Dinastia Nerva-Antonina sucede à Flaviana no governo do Império Romano. Há uma prosperidade crescente nesse período, graças aos Cinco Bons Imperadores de Roma, que governam em sequência de 96 a 180 EC:

  • Nerva (r. 96-98 EC);
  • Trajano (r. 98-117 EC);
  • Adriano (r. 117-138 EC);
  • Antonino Pio (r. 138-161 EC);
  • Marco Aurélio (r. 161-180 EC).

Sob a liderança desses homens, então, Roma se torna mais forte e estável, além de expandir em tamanho e escala. Lúcio Vero e Cômodo, por fim, são os últimos governantes da dinastia. Vero foi co-imperador com Marco Aurélio até sua morte em 196 EC, mas parece ter sido ineficiente. Cômodo, por sua vez, filho e sucessor de Aurélio, foi um dos piores imperadores de Roma. A visão dele é a de um homem que buscava apenas a satisfação de si e seus caprichos às custas do império.

Cômodo é enforcado por seu parceiro de luta durante o banho em 192 EC, finalizando a Dinastia Nerva-Antonina, alçando o prefeito Pertinax (que provavelmente se envolveu no assassinato) ao poder.

A Dinastia Severa

Pertinax governou apenas por três meses antes de ser assassinado. Outros quatro imperadores o sucederam num curto período de tempo, o Ano dos Cinco Imperadores, que culminou com a ascensão de Septímio Severo ao poder. Severo, que governou entre 193-211, fundou a Dinastia Severa, derrotou os partas e expandiu o império.

Suas campanhas na África e na Bretanha foram extensas e caras, o que contribuiria para as posteriores dificuldades financeiras de Roma. Quem o sucedeu foram seus filhos Caracala e Geta, até que Caracala ter seu irmão assassinado. Caracala, então, governa até 217 EC, quando é assassinado por seu guarda-costas.

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As guerras foram um traço importante para a expansão do Império Romano. Imagem: Pixabay

Foi durante o governo de Caracala que a cidadania romana se expandiu para incluir todos os homens livres do império. Acredita-se que essa lei entrou em curso como forma de aumentar a coleta de impostos, afinal, com mais cidadãos, havia mais pessoas a pagarem-nas.

A dinastia prosseguiu até o assassinato de Alexandre Severo (r. 222-235 EC) em 235 EC, o que trouxe caos ao império, a Crise do Terceiro Século (durando de 235 até 284 EC).

O Império Romano dividido

Esse período, também conhecido como o da Crise Imperial, caracteriza-se por guerras civis constantes, com vários líderes militares lutando pelo controle do império. Há grande inquietação social, instabilidade econômica e, finalmente, dissolução do império em três regiões.

Aureliano (270-275 EC) então reúne o império, e suas políticas são desenvolvidas e aprimoradas por Diocleciano, que estabelece a Tretarquia (governo dos quatro) para manter a ordem através do império. Mesmo assim, a extensão do Império Romano é tão grande que Diocleciano o divide em dois em torno de 285 EC, transformando Maximiano (r. 286-305 EC) à posição de co-imperador.

Ao fazer isso, o Império Romano então divide-se em dois, o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. Como um dos problemas da Crise Imperial foi a falta de clareza na sucessão, Diocleciano decreta que os sucessores a partir de então deveriam ser escolhidos e aprovados desde o início do governo de um indivíduo.

Dois desses sucessores foram os generais Magêncio e Constantino. Diocleciano se aposenta do governo em 305 EC, e a tetrarquia se dissolve em regiões rivais, competindo entre si por dominância. Após a morte de Diocleciano em 311 EC, Magêncio e Constantino levam o império à guerra civil novamente.

O fim do Império Romano

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A civilização romana deixou um legado importante para o mundo ocidental, assim como relíquias arquitetônicas, como o Coliseu. Imagem: Pixabay

Constantino derrota Magêncio em 312 EC, tornando-se o único imperador de ambos os impérios. Acreditando que Jesus Cristo era o responsável por sua vitória, Constantino estabelece leis de tolerância religiosa, visando especificamente a tolerância do cristianismo pelo Império.

Os descendentes de Constantino acabam por reduzir e até criminalizar as crenças politeístas do império. Com o império dividido em dois e competindo entre si, um deles, o Império Romano do Oriente (que se torna o Império Bizantino), consegue se manter, enquanto o Império Romano do Ocidente não sobrevive aos diversos problemas que o assolam, como as batalhas com outra os godos e visigodos, tendo seu fim em 480 EC.

Fontes: Roman Empire – World History Encyclopedia e Roman Empire | Definition, History, Time Period, Map, & Facts | Britannica
Imagem: Pixabay

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