8 línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas

línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas
Povo maori, na Nova Zelândia. Os maori são nativos da ilha, e seu idioma corre risco de extinção. Imagem: Pixabay

Há muitas línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas. Infelizmente, desde a colonização massiva desencadeada pela Europa nos séculos passados, muitos idiomas nas Américas, na África, na Ásia e Oceania foram reduzidos, ou até mesmo extintos – inclusive no Brasil, onde o número de línguas indígenas muito se reduziu nos últimos quinhentos anos. Estima-se que havia 1,2 mil antes da colonização, das quais apenas 274 sobrevivem hoje, com 190 delas correndo o risco de desaparecer.

Há países cuja língua oficial ou originária, como o irlandês, também sofre para se manter, devido a fatores históricos e legislativos. Mesmo com os esforços do governo, nem sempre é possível conter o fenômeno que, pouco a pouco, leva um idioma à sua extinção.

Conheça abaixo algumas das línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas.

Línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas

Maori

Uma das línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas é a falada pelos Maori, o povo indígena da Nova Zelândia. Os maori são de ascendência polinésia, e emigraram para a Nova Zelândia há quase mil anos atrás, entre 1200 e 1300.

Apesar de terem sido os primeiros a chegarem à Aotearoa, como nomeiam a ilha, eles sofreram discriminação por muito tempo após a colonização. Até os anos 1980, a língua maori, assim como qualquer coisa associada com sua cultura, era banida do país.

Falar a língua poderia trazer problemas na época, e por isso a língua começou a desaparecer. Alguns especialistas afirmam que ela poderia ser extinta até 2100. Felizmente, nos últimos anos os legisladores do país fizeram esforços para restaurar a língua, introduzindo-a no currículo e normalizando seu uso, em busca de preservar a cultura indígena local.

Yiddish

Uma fusão de hebreu, alemão e línguas eslavas, o Yiddish é uma língua que se originou em Israel e que é falada em comunidades judias. A língua, portanto, preserva o estilo de vida dos judeus.

Contudo, devido à “limitação” cultural, a língua está se reduzindo. A razão principal por trás disso seria o holocausto cometido durante a Segunda Guerra Mundial, que envolveu o genocídio de milhões de judeus na Europa.

Apesar de quase ter sido extinta no período, a língua ainda é falada hoje em dia. Comunidades judias em Nova York e Israel estão começando a ver um retorno da língua, e estão ensinando-a aos mais jovens.

Islandês

O islandês é um idioma que está lutando contra sua extinção há anos. Graças à era digital e a influência norte-americana, muitos islandeses jovens crescem aprendendo inglês através da televisão, internet e jogos. Além disso, um número cada vez maior deles está incorporando palavras inglesas em sua comunicação, substituindo termos e palavras islandesas.

Além disso, novas palavras como “computador” ou “celular” são incorporadas na forma inglesa. Mesmo com um comitê responsável por criar novas palavras islandesas, as pessoas simplesmente não as utilizam. Além disso, a população imigrante no país cresceu cinco vezes desde 2008, o que significa que há um número cada vez maior de pessoas que não entendem ou falam islandês.

O país só tem cerca de 350 mil pessoas, então a preocupação acerca da extinção do islandês é real, tornando-o uma das línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas.

Língua bávara

Há muitos dialetos na Alemanha, e o mais popular deles é o bávaro. A língua é falada na região da Bavária, onde encontram-se cidades como Munique e Nuremberg.

Apesar de conter um grande número de cidades nessa região, lar de quase 12 milhões de pessoas, talvez apenas metade deles de fato fale a língua. A maioria dos jovens alemães na Bavária hoje aprende o alemão padrão, devido ao ensino escolar e à televisão, que baseia-se nesse idioma.

Mas como ocorre com muitas línguas indígenas e dialetos locais, a população da área está começando a tentar preservar sua língua de alguma forma.

Irlandês

O irlandês também é uma das línguas estrangeiras que podem desaparecer nas próximas décadas, mesmo tendo se tornado a língua oficial da Irlanda em 2007. Hoje, estima-se que haja dentre 20 mil a 40 mil falantes do idioma, o que é pouco quando se considera uma população de 7 milhões.

Assim como ocorre com outras línguas que estão morrendo, grande parte do problema deve-se à legislação prévia. Já nos anos 1300, o Reino Unido proibiu o uso do irlandês dentre colonizadores ingleses na área ou entre irlandeses nativos interagindo com ingleses. Posteriormente, nos anos 1500, o Reino Unido proibiu a língua irlandesa no parlamento.

Hoje o irlandês voltou a ser ensinado nas escolas, num plano de 20 anos do governo de trazer de volta uma parte chave da sua herança cultural.

Galês

Assim como o irlandês, o galês também é uma língua em declínio no Reino Unido. Novamente, o problema deve-se à legislação britânica. Ainda que não tenha começado al imitar seu uso tão cedo quanto fez com o irlandês, já nos anos 1500 o governo começou a aprovar leis que impedia o galês de ser falado no parlamento.

200 anos depois ele proibiu o uso de qualquer língua além do inglês em tribunas de justiça. Felizmente, em 1967, o governo reconheceu a língua, e hoje 19% da população galesa pode falar seu idioma originário.

Copta

A língua copta é por vezes considerada uma língua morta, mas ela ainda não sumiu por completo; o que é surpreendente, uma vez que esse idioma é o mais próximo que temos ao egípcio antigo.

Ainda que o copta não seja falado em muitas comunidades, ela é ainda a língua oficial da Igreja Ortodoxa Copta e da Igreja Católica Copta no Egito. Os serviços da igreja nessas denominações são conduzidos em copta, o que significa que os paroquianos precisam de um entendimento geral do idioma para acompanhar os procedimentos.

Além disso, as igrejas começaram a oferecer cursos de copta para ajudar a retomar o uso da língua. No Egito, há vários falantes fluentes de copta atualmente.

Jeju

A ilha de Jeju é como o Havaí da Coreia, uma pequena ilha ao sul do país, um destino turístico bem popular.

Ainda que a maioria dos coreanos que visitam e vivem na ilha falem coreano, ela possui a sua própria língua – o jeju. O idioma é pouco falado hoje, e estima-se que haja apenas 5 mil falantes.

O jeju usa o mesmo alfabeto que o coreano, mas não é possível entendê-la apenas sabendo coreano – da mesma forma que não entendemos naturalmente idiomas com o mesmo alfabeto que o nosso, pois ainda assim se tratam de outras línguas.

O governo está tentando revitalizar a língua, restando ver se os esforços serão capazes de mantê-la viva nas próximas décadas.

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Fonte: Listverse

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