6 mistérios sobre Júpiter

mistérios sobre Júpiter
Imagem: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute/Goddard Space Flight Center

Há mistérios sobre Júpiter que ainda não foram desvendados. O gigante gasoso é o maior planeta do nosso Sistema Solar, e pode ser visto a olho nu. Ainda que os maiores telescópios possam enxergar o planeta gigante, o que nos fornece informações sobre ele são observações feitas por sondas espaciais.

Conheça abaixo alguns dos principais mistérios sobre Júpiter.

Mistérios sobre Júpiter

Pode haver vida no sistema de Júpiter?

Um dos mistérios sobre Júpiter e o resto do sistema solar é a possibilidade de encontrarmos vida.

Ainda que Júpiter seja hostil à vida da forma como a conhecemos, suas luas têm outra natureza. O gigante gasoso é rodeado por numerosas luas geladas, as maiores e mais famosas sendo Europa, Ganimedes e Calisto. É possível que nesses mundos, que possivelmente possuem oceanos, haja as condições necessárias para a vida.

Uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA) agendada para 2023, JUICE, vai analisar várias dessas luas em órbita, enquanto uma missão da NASA, Europa Clipper, vai examinar principalmente a lua Europa. A esperança é de que essas espaçonaves possam estudar o potencial para vida nas luas, assim como seus “oceanos ocultos, magnetismo, processos de aquecimento, efeitos de maré, órbitas, atividade na superfície, núcleo e composições, atmosferas e ambientes espaciais”, declarou a ESA.

Como Júpiter ficou tão cheio de elementos pesados?

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Tempestades intensas no polo norte de Júpiter capturadas pela sonda Juno. Imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS Image processing by Brian Swift

Júpiter tem 317 vezes a massa da Terra, sendo um peso pesado no Sistema Solar. Acredita-se que os planetas do nosso sistema se formaram da mesma nuvem de hidrogênio-hélio da qual o Sol se formou. Todavia, a sonda Galileo, que observou Júpiter nas décadas de 1990 e 2000, descobriu uma abundância de elementos pesados em Júpiter quando comparado ao Sol.

Uma teoria (proposta por cientistas que trabalhavam com a sonda) é de que os elementos pesados de Júpiter vêm de numerosos cometas, asteroides e outros corpos menores que o planeta puxou e “consumiu” quando se aproximaram o suficiente. Mas os cientistas ainda estão incertos sobre o assunto, sendo esse um dos mistérios sobre Júpiter que ainda estão a ser desvendados.

Um novo estudo baseado nos dados de Juno segere que o planeta pode ter se formado quatro vezes mais longe do Sol do que a sua órbita atual, o que poderia explicar essa estranha abundância de elementos pesados.

Qual a abundância global de água em Júpiter?

A água é uma peça chave para entender um dos mistérios de Júpiter, que é a sua formação. A água congelada de cometas ou asteroides no período inicial trouxe elementos pesados à Júpiter, além do hidrogênio e do hélio flutuando pelo Sistema Solar, de acordo com o Southwest Research Institute.

Uma descoberta recente é sobre como a água pode persistir numa região após um cometa colidir em Júpiter. Um cometa chamado Shoemaker-Levy 9 quebrou-se em pedaços após atingir o planeta em julho de 1994. Vinte naos depois, o Observatório Espacial herschel detectou uma abundância de água na estratosfera de Júpiter que veio do Shoemaker-Levy 9 (algo claro devido ao fato da maior parte do vapor d’água se encontrar no local de impacto).

Pelo menos um estudo da sonda Juno descobriu uma quantidade surpreendente de água em Júpiter comparado ao que os modelos sugeriam. A água pode constituir cerca de 0.25% das moléculas atmosféricas no equador de Júpiter, um valor muito mais alto do que fora medido antes.

Qual a natureza do núcleo de Júpiter?

A física de Júpiter é complicada até mesmo para cientistas espaciais compreenderem. Júpiter é feito de 90% de hidrogênio, que existe nas camadas externas na forma gasosa (assim como na Terra). No interior do planeta, contudo, o hidrogênio fica sob tanta pressão que os elétrons são espremidos, criando um fluído que conduz eletricidade como um metal, de acordo com a NASA.

Esse processo cria um imenso campo magnético dentro do planeta, que se fortalece com a rotação veloz de Júpiter. As auroras brilham mais forte no gigante gasoso do que em qualquer outro lugar do Sistema Solar. Um dos mistérios sobre Júpiter, contudo, é o seu núcleo. Ninguém sabe exatamente o quão longe a camada de hidrogênio líquido penetra no núcleo, e se ele contém elementos pesados.

O quão profunda são as tempestades e zonas de Júpiter, como a Grande Mancha Vermelha?

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Imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS Image processing by Thomas Thomopoulos © CC BY­­

Imagens de Júpiter exibem faixas grossas e tempestades circulares, mas muitas dessas fotos capturam apenas o topo das nuvens que cobrem o planeta gigante. Não se sabe como o clima é mais abaixo, dentro de Júpiter, e se as características vistas na superfície estão presentes abaixo. As observações de Juno sugerem que esse é o caso, e que as tempestades e outros fenômenos climáticos que enxergamos podem se estender por quilômetros adentro do planeta, sendo muito mais profundos do que qualquer espaçonave poderia ver.

Compreender o clima de longo prazo em Júpiter vai ajudar os cientistas a entenderem certos mistérios, como o encolhimento da Grande Mancha Vermelha. Esse fenômeno tempestuoso é conhecido por astrônomos desde que os telescópios foram inventados, no início do século 1600.

A estimativa é de que a tempestade já foi grande o suficiente para conter três Terras em seu comprimento. Agora, não ultrapassa o diâmetro do nosso planeta.

Como os gigantes gasosos se formam e evoluem?

Ainda que cada planeta seja único, o que estamos descobrindo sobre Júpiter pode ser um representativo do interior e exterior de outros planetas do nosso Sistema Solar, principalmente os grandes. Os cientistas estão catalogando hoje um incrível número de planetas, muitos dos quais são um pouco maiores que Júpiter, e agora com uma nova ferramenta para observá-los: o Telescópio Espacial James Webb.

Webb tem imagens precisas de infravermelho, e um dos seus principais objetivos é catalogar atmosferas planetárias, para compreender do que são feitas e como podem mudar com o tempo.

Os estudos mais detalhados em Júpiter ajudarão a informar o que os cientistas estão vendo, melhorando seus modelos acerca de como os planetas se formam, evoluem e continuam mudando em diferentes tipos de sistemas planetários.

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Fonte: Space.com

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