Vivemos no Planeta Água, a belíssima Terra, mas há ainda outros incríveis mundos aquáticos em nosso Sistema Solar. Desde o planeta anão Ceres, até uma das luas de Júpiter, Callisto, há outros lugares na nossa vizinhança cósmica onde se é muito mais molhado do que poderíamos pensar.
Conheça alguns desses mundos abaixo.
Mundos aquáticos do nosso Sistema Solar
1. Europa
Um dos nossos mundos aquáticos é Europa, a quarta maior lua de Júpiter, que possui uma superfície suave, quase sem crateras. Apesar de uma densa cobertura cumes e rachaduras cobrindo essa lua, nenhuma delas é mais alta ou profunda que algumas centenas de metros. Isso sugere que a superfície de Europa é geologicamente jovem, e que possivelmente flutua sobre um manto líquido.
O Telescópio Espacial Hubble também avistou nuvens de vapor d’água expelindo a 200 km no ar no polo sul. Isso leva a ideia de que Europa possui um oceano de água salgada submerso, com uma camada de gelo sobreposta e que pode ter apenas alguns quilômetros de espessura em certas partes, segundo a NASA.
2. Ganimedes
Ganimedes é a maior lua de Júpiter, sendo 8% maior que Mercúrio, apesar de ter apenas metade da sua masas. Essa baixa densidade sugere que o satélite pode ser feito de partes iguais de rocha e água. Em 1990, a espaçonave Galileo descobriu que Ganimedes possui seu próprio campo magnético, o que significa que deve ter um núcleo de ferro fundido.
O calor desse núcleo seria o suficiente para derreter o gelo e criar um enorme oceano subterrâneo. Esse oceano poderia ter uma camada de 100 km, preso entre uma cobertura de gelo na superfície e outra abaixo, mantido sólido devido à grande pressão.
3. Calisto
Um dos nossos mundos aquáticos é a segunda maior lua de Júpiter, Calisto. Quase tão larga quanto Mercúrio, mas com um terço da massa, o que significa que tem 50% de água. É um dos mundos aquáticos em nosso Sistema Solar, e algo estranho nisso é o fato de ainda assim estar completamente saturado de crateras na superfície. Calisto não apenas está geologicamente morta, como provavelmente sempre foi assim.
Medidas gravitacionais da espaçonave Galileo demonstraram que a estrutura interna não se separou completamente num núcleo de rocha comum manto de água/gelo. Isso significa que o gelo nunca derreteu por completo durante a formação de Calisto. Apesar disso, sabemos que a lua de fato possui um oceano líquido próximo a superfície.
4. Plutão
Plutão é muito pequeno para ter conseguido manter calor o suficiente para sustentar um núcleo fundido. O aquecimento radioativo sob a superfície apenas fornece um quinquagésimo da energia que emana para a Terra. Ainda assim, é o suficiente para derreter os elementos mais leves, permitindo que os minerais mais pesados de silicato afundem.
Isso resulta num núcleo rochoso de 1700 km, rodeado por uma cabada de água e gelo que tem entre 100-180 km de espessura. A superfície de Plutão é tão gelada que está coberta por neve feita de nitrogênio sólido, metano e monóxido de carbono. Todavia, dados de espectometria do New Horizons sugerem uma “base rochosa” feita de água congelada, segundo a NASA.
5. Ceres
Ceres é o maior objeto no Cinturão de Asteroides, e o único planeta anão na parte interior do Sistema Solar. Foi originalmente formado como uma mistura de rochosa porosa, com cerca de 10% de gelo. Na formação inicial de Ceres, o calor oriundo do decaimento radioativo dos elementos mais pesados derreteu o gelo, o que fez com que quase toda a rocha afundasse em direção ao núcleo.
O aquecimento não teria sido suficiente para derreter até a superfície – os 10 quilômetros externos ou mais permaneceram congelados – mas, à medida que o oceano subterrâneo esquentava, ele se expandia e forcava rachaduras na superfície. Ao longo de bilhões de anos, as correntes de convecção transportaram o calor do núcleo e permitiram que o interior congelasse novamente. Contudo, Ceres ainda parece ter um pouco de água líquida sob a superfície.
6. Tritão
Tritão é a maior lua de Netuno. É um pouco maior que Plutão, e tem uma composição quase idêntica. É possível que ambos se formaram no Cinturão Kuiper, e posteriormente se afastram para as áreas mais distantes do Sistema Solar como resultado da atração gravitacional de Netuno e Urano.
Netuno capturou Tritão com sua gravidade, mas a lua tem uma órbita retrógrada, orbitando na direção oposta à órbita de Netuno. Ao ser capturado, sua órbita inicial era excêntrica, e isos gerou um aquecimento das marés à medida que Tritão flexionava e relaxava a cada órbita.
Esse calor foi o suficiente para derreter o interior, fazendo-o separar-se num núcleo com um manto de água líquida e uma sólida crosta feita de água e gelo de nitrogênio. Com a separação da crosta e do núcleo, houve um aumento no aquecimento das marés, e isso impediu que o oceano congelasse outra vez quando a órbita de Tritão decaiu.
7. Mimas
O último dos mundos aquáticos em nossa lista, Mimas é uma lua de Saturno. Essa lua pode ser composta principalmente de água congelada. É larga o suficiente para ter um tamanho arredondado, causado por sua própria gravidade. Diferentemente de Encélado, outra lua de Saturno, não há vapores ou gêiseres visíveis, e sua superfície está coberta de crateras, o que sugere que a crosta permaneceu congelada por bilhões de anos, de acordo com a NASA.
Ver, análises recentes de imagens da Cassini descobriram que Mimas oscila ligeiramente em sua órbita, de acordo com um relatório da Cornell University, e existem apenas dois modelos teóricos que explicam isso. Ou Mimas tem um núcleo denso e alongado que o desequilibra, ou tem um oceano líquido sob a crosta que permite que o núcleo se mova por dentro. Se Mimas tiver um oceano líquido, ele deve ser coberto com uma crosta muito espessa e forte para evitar rachaduras ou gêiseres. Isso não se encaixa com as observações de outras luas e planetas anões ao redor do sistema solar.
Contudo, os modelos atuais de formação da lua também não podem explicar por que Encélado tem um manto líquido e Mimas não.
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Fonte: Photos: Space