O Brasil é o berço da diversidade, onde encontramos em nosso território belezas naturais incríveis e até mesmo surpreendentes, como a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical da Terra. Sua bacia inclui nove países do continente sul-americano, sendo eles: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Acima de tudo, sua extensão é do tamanho dos 48 Estados Unidos contíguos, uma dimensão imensurável aos olhos humanos.
A Floresta Amazônica abriga um variado mosaico de ecossistemas e tipos de vegetação, incluindo savanas, florestas tropicais, decíduas, inundadas e sazonais. Em contrapartida, a influência humana vem mudando o cenário e condições dessa região, o que liga o sinal de alerta sobre as possíveis ameaças que pairam o território. Primeiramente, vale destacar que o sistema fluvial é a salvação da floresta, e sua história apresenta um papel determinante no desenvolvimento de suas florestas tropicais.
Até 2020, a Amazônia tinha 526 milhões de hectares de floresta primária, representando cerca de 84% dos 629 milhões de hectares que cobrem a floresta total. Quando comparada com outras bacias, sua grandeza fica ainda mais evidente. Vamos lá: a Bacia do Congo tem, aproximadamente, 168 milhões de hectares de floresta primária, porém, sua cobertura arbórea domina 288 milhões. Todavia, as áreas tropicais combinadas da Austrália, Indonésia, Malásia e Papua Nova Guiné, somam 120 milhões de hectares de floresta primária e 216 hectares de cobertura de árvore.
Como a Floresta Amazônica surgiu?
A história da Floresta Amazônica começa há 15 milhões de anos, quando os Andes se formaram em decorrência da colisão da placa sul-americana com a Nazca. Sendo assim, a ascensão dos Andes e a conexão dos escudos rochosos do território brasileiro e da Guiana, criaram uma barreira no rio, onde a Amazônia passou a ser um vasto mar interior. Com o avançar do tempo, esse mar foi se tornando um imenso lago pantanoso de água doce, fazendo os habitantes marinhos se adaptarem à nova vida. Em outras palavras, há espécies que são encontradas tanto em água salgada, como doce. Mais de 20 tipos de arraias vivem no Oceano Pacífico, todavia, também podem ser vistas na bacia Amazônica.
Cerca de cinco milhões de anos mais tarde, as águas atravessaram o arenito para o Oeste, permitindo que o Amazonas fluísse para o leste. Sendo assim, nasceu a Floresta Amazônica que todos nós conhecemos. Ao longo da Idade do Gelo, o imenso lago Amazonas drenou rapidamente e se tornou um rio, após o nível do mar ficar baixo. Três milhões de anos após, o nível do oceano recuou e expôs o istmo da América Central, ocasionando na migração em massa de milhares de espécies por toda a América. Sobretudo, a Idade do Gelo foi essencial para que todas as florestas tropicais do mundo recuassem.
O poder da Amazônia nos padrões climáticos
O tamanho exato da Floresta Amazônica depende de sua definição. O rio Amazonas drena uma média de 6,92 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, 40% da América do Sul. Entretanto, quando se fala sobre ‘a Amazônia’, as áreas fora da bacia são incluídas na estatística. A Amazônia biogeográfica varia entre 7,76 e 8,24 milhões de quilômetros quadrados, onde 80% são florestados. Para que tenhamos uma possível ideia de como a Floresta Amazônica é grande, a área terrestre dos Estados Unidos, incluindo Havaí e Alasca no cálculo, é de 9.629.091 quilômetros quadrados.
Estima-se que a Amazônia abriga mais de 2,5 milhões de espécies de insetos, 16.000 mil espécies de árvores e 390 bilhões de árvores individuais. 70% do PIB do continente sul-americano vem das áreas que recebem água ou chuva da Amazônia. Ao que tudo indica, a Floresta Amazônica influencia diretamente nos padrões de chuva de outros países, como os Estados Unidos.
Infelizmente este imenso território vem sofrendo duras perdas, cerca de 70% do desmatamento da região tem como responsável a pecuária. De início, entre os anos de 2004 e 2012, este problema apresentou uma tendência de queda, o que acompanhou a baixa taxa de desmatamento no Brasil, em decorrência de novas áreas protegidas, oficialização de territórios indígenas, cumprimento de leis, macroeconomias e outros fatores importantes. Contudo, o quadro se inverteu após 2013, e em 2021 o desmatamento na Amazônia atingiu seu nível mais extremo, desde 2008.
Agora, vamos recapitular quais são as principais características da Floresta Amazônica e apresentar outras curiosidades fascinantes:
É o pulmão do mundo
A Floresta Amazônica abrange cerca de 20% da produção de oxigênio do planeta, por isso o nome de ‘pulmão do mundo’. Mesmo cobrindo apenas 2% da superfície terrestre, produz mais de 10 vezes a quantidade de oxigênio.
Floresta Amazônica é a casa de criaturas mortais
Boa parcela dos bichos que vivem na floresta são gentis e até mesmo amigáveis, no entanto, essas características não se encaixam para tantos outros. Onças, piranhas carnívoras, cobras e sapos venenosos vivem por lá, então, é melhor manter distância!
Tribos indígenas
A Amazônia não abriga apenas animais e vegetação, como também serve de moradia para 500 tribos indígenas. Os últimos dados apontam que 10% dessas tribos nunca tiveram nenhum tipo de contato com o mundo exterior, com isso, é possível perceber que há partes da Floresta Amazônica que permanecem em oculto.
Chão escuro
Essa curiosidade quase ninguém sabe, mas por conta das copas grossas das árvores, apenas 1% da luz solar pode realmente chegar ao solo. Quando chove, a água leva cerca de 10 minutos para atravessar esses galhos superiores e folhas no topo das árvores e atingir a superfície.
Desmatamento acelerado na Floresta Amazônica
Nas últimas quatro décadas, cerca de 20% da Floresta Amazônica deixou de existir, mas o pior ainda pode estar chegando: se as coisas continuarem nesse ritmo frenético, nos próximos 40 anos não vai sobrar muita coisa, por isso devemos agir, preservar as belezas naturais e tudo aquilo que elas têm para nos oferecer.
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Fonte: Mongabay – One Tree Planted
Imagem: Forbes