Resumo sobre a Revolução Industrial

Moinhos de algodão de Manchester, por volta de 1820.
Moinhos de algodão de Manchester, por volta de 1820.

  Como suas mudanças nos afetam até os dias atuais.

A Revolução Industrial trata-se de uma transição dos métodos de produção manual para o trabalho feito por máquinas. Houve um crescente uso de energia a vapor, hidráulica, além da ascensão do sistema mecanizado. Isso resultou em um aumento enorme da produção e no crescimento da população.

A Revolução Industrial foi um processo de grande mudança com relação aos meios de produção. A manufatura passa a ser, aos poucos, substituída por avançadas tecnologias.

A Indústria Têxtil teve um papel central na Revolução Industrial em termos de emprego, valor da produção e capital investido. Essa revolução se iniciou na Grã-Bretanha e, por isso, muitas das inovações eram de origem britânica. O Reino Unido, por volta do século XVIII,  se torna a principal nação comercial do mundo. O país tem colônias na América do Norte e no Caribe,  além de grande hegemonia militar e política no subcontinente indiano (Companhia das Índias Orientais).

  As causas da Revolução Industrial envolvem o desenvolvimento do comércio e a ascensão dos negócios, influenciando, de alguma forma, todos os aspectos da vida cotidiana.  Ainda, a renda média da população começou a apresentar crescimento e consistência pela primeira vez na história

  Entre as principais inovações, estão a tecelagem mecanizada, locomotivas, navios a vapor, fundição de ferro e o telégrafo elétrico. No entanto, essas novas tecnologias não eram suficientes para lidar com as altas taxas de crescimento econômico. Esse crescimento se inicia em 1870, decorrente de inovações que se convencionou chamar de segunda revolução industrial.

Causas da Revolução Industrial e o pioneirismo inglês

  Por que a revolução ocorreu na Inglaterra? Ela, primeiramente, aconteceu na Inglaterra pelo fato de a burguesia se estabelecer como classe, desenvolvendo, a partir de então, a economia.  Toda essa mudança teve início no século XVII, com a Revolução Gloriosa

Há um crescente número de fábricas surgindo e, com elas, também ocorre a exploração do trabalho infantil.

  A Revolução Gloriosa teve início em 1688, dando fim à monarquia absolutista.  Assim, a Inglaterra se transformou em uma Monarquia Constitucional Parlamentarista, em que o poder do rei não ficava acima do parlamento, e nem da Constituição. No caso da Inglaterra, ocorreu a partir da declaração dos direitos (Bill of Rights).

  Em 1651, Oliver Cromwell decreta os atos de navegação, lei que determinaval que as mercadorias, vendidas ou compradas pela Inglaterra, somente seriam transportadas por embarcações inglesas. Com isso, o comércio ficou protegido e a concorrência diminuiu, garantindo ainda que os navios ingleses controlassem as rotas comerciais marítimas.  A burguesia inglesa enriqueceu, acumulou capital. Isso permitiu o investimento no desenvolvimento de máquinas e na instalação de indústrias.

  Com relação à mão de obra, a lei dos Cercamentos, ao expulsar os camponeses que trabalhavam em terras comuns, fez com que esses trabalhadores migrassem para a cidade. Sem qualificação, eles se viram obrigados a trabalhar nas indústrias. A grande quantidade de mão de obra os fez trabalhar excessivas horas, por um salário de fome. 

  Além de tudo isso, a Inglaterra ainda tinha muitas reservas de carvão e ferro, podendo, assim, desenvolver suas indústrias.

Fases da Revolução Industrial

As transformações, que surgiram a partir da Inglaterra por volta do século XVIII, tiveram diversos desdobramentos. Essas fases correspondem à evolução da tecnologia e às consequentes mudanças socioeconômicas.  São elas:

Primeira Revolução Industrial: ocorreu entre 1760 e 1850, com o surgimento de novas formas de produção, dando início a um novo padrão de consumo.  Além disso, surgem novos tipos de fontes de energia, como vapor, eólica e hidráulica, além da substituição da produção artesanal pela produção industrial. Tem-se também a existência de novas relações do trabalho, bem como a diminuição do tempo de produção e aumento da produtividade.

Segunda Revolução Industrial: é o período entre a segunda metade do século XIX e meados do século XX, tendo o seu fim durante a Segunda Guerra Mundial.  É quando a industrialização avança, se espalhando por países como Estados Unidos, Japão e demais países da Europa. Há ainda o aperfeiçoamento das tecnologias existentes, novas criações e, consequentemente, aumento do lucro das Indústrias, além do incentivo às pesquisas. Dentre as inovações, está o uso do petróleo como fonte de energia e a substituição do ferro pelo aço.

Terceira Revolução Industrial: também conhecida como revolução tecnocientífica, ela se iniciou na metade do século XX, depois da segunda guerra mundial. As transformações decorrentes dos avanços tecnológicos são vivenciadas até hoje: biotecnologia, robótica e os avanços na área genética, assim como as telecomunicações, eletrônica e transporte transformaram a produção e as relações sociais, além do espaço geográfico (globalização).

O efeito da Revolução Industrial sobre o status das mulheres

  As mulheres, no início do capitalismo, perderam muito a sua importância econômica. Elas desempenhavam, no século XVI, um papel vital na administração de fazendas, além de comércios e latinos.  Esse importante papel as deixava em uma posição de igualdade com relação aos seus maridos. Porém, à medida que o capitalismo avança, ocorre um aumento da divisão de trabalho. As mulheres acabaram sendo resumidas ao trabalho doméstico não remunerado e, as de classe baixa, são obrigadas a aceitar empregos mal pagos. Por outro lado, diz-se que o capitalismo criou condições para a emancipação das mulheres em grande número no varejo e em empregos administrativos. 

Trabalho infantil

  Como vemos, a Revolução Industrial levou a um aumento populacional. Embora a mortalidade infantil tenha sido reduzida, esperava-se que a produção de uma criança fosse compatível com a de um adulto, mas ela sempre receberia menos. Ainda, também, não havia necessidade de uso da força para operar uma máquina industrial, com isso, um trabalho infantil se popularizou nas fases iniciais da revolução industrial.  Como exemplo, na Inglaterra e na Escócia, em 1788, dois terços dos trabalhadores de 143 fábricas de algodão eram descritos como crianças

  Elas eram utilizadas em fábricas, minas de carvão e muitas morriam devido ao excesso de trabalho, insalubridade e desnutrição. Entre 1780 e 1840, o número de crianças aumentou, sendo elas ajudantes de cozinheiro e atuando também nas fábricas. Sua jornada era equivalente a 14 horas por dia, e o salário podia corresponder à quinta parte do valor que um adulto recebia.

  Eram também dados castigos com socos e outras agressões para punir atrasos ou desatenção. Quem conversasse também era punido, e os que fugiam, acabavam sendo procurados pela polícia.

Compartilhar