Há diversas coisas normais que são proibidas na Coreia do Norte, e que mostram como esse país é de fato isolado e único no mundo. Seus cidadãos precisam seguir leis muito específicas, e não têm acesso aos mesmos meios de comunicação que brasileiros, ocidentais ou muitos asiáticos. A maioria deles sequer deve reconhecer que vive num estado tão restritivo, pois essa é a única realidade que conhecem, não tendo acesso à informação externa.
Confira abaixo algumas dessas questões.
Coisas normais que são proibidas na Coreia do Norte
Usar a internet
Uma das coisas normais proibidas na Coreia do Norte que as pessoas mais conhecem é poder usar a internet. Essa ideia parece absurda para um brasileiro (e para a maior parte da população ocidental), mas é a realidade naquele país.
É proibido usar a internet global na Coreia do Norte. O governo tem um controle restrito sobre a internet, e somente alguns oficiais do governo, cientistas e estudantes podem acessá-la. Para o resto, há um forte controle de como ela é usada, e o governo tem sua própria rede, a Kwangmyong.
A internet possivelmente é vista como uma ameaça para o governo porque permite o acesso à informação externa, assim como a comunicação com estrangeiros.
Sair do país
Viajar também é proibido. Isso significa que as pessoas da Coreia do Norte passam a vida inteira no país, sem jamais pisar em outros territórios – e sequer têm essa possibilidade disponível. Qualquer viagem precisa ser aprovada pelo governo. Há alguns poucos que conseguiram escapar, e muitos que perderam a vida tentando.
Os que conseguem fugir, ainda assim, precisam pagar a alguém que possa “contrabandeá-los” para fora – e há muitos riscos envolvidos nisso. Se a pessoa for pega, ela e toda a sua família pode ser enviada para prisões ou até mesmo mortas.
Sorrir
Pode parecer absurdo, mas é contra a lei que os norte-coreanos sorriam no dia 8 de julho, o aniversário da morte de Kim Il=sung, o fundador e primeiro presidente do país. Devido à sua personalidade – que era cruel – acredita-se que o líder não gostaria de ver pessoas sorrindo em seu aniversário ou em qualquer celebração da sua vida.
Se os civis quebrarem a lei, eles podem ir para campos de concentração, ou pagar com a própria vida.
Assistir televisão
Assistir filmes ou jogos de futebol com amigos é uma das coisas normais que são proibidas na Coreia do Norte – pelo menos do jeito que fazemos aqui. Os norte-coreanos só podem assistir certos programas, selecionados e analisados pelo governo. E claro, o governo tem sua própria emissora.
Qualquer coisa fora da mídia norte-coreana é proibida, então os cidadãos não têm acesso a nada que venha do ocidente, ou mesmo de outros países asiáticos, como o Japão e a Coreia do Sul. É ilegal até mesmo a posse de uma televisão ou rádio que possa sintonizar em algo além da mídia oficial do país.
Dirigir
Há algo surpreendente na Coreia do Norte sobre carros: somente uma em cem pessoas pode ter um veículo. E ainda assim, para as mulheres, só é possível dirigir se houver um acompanhante masculino. As mulheres são proibidas de dirigir por completo, mesmo as que trabalham como segurança de trânsito.
O mercado de trabalho para as mulheres também é muito limitado; a maioria delas trabalha em casa, como domésticas, cuidando da família. As que trabalham fora normalmente focam no comércio e terceiro setor, enquanto seus maridos trabalham em ofícios do governo..
Vestir jeans
A moda faz parte das nossas vidas, e é uma das nossas muitas formas de expressão. Ter a liberdade de nos vestir como gostamos faz parte da realidade ocidental e de muitas outras pessoas ao redor do mundo. Contudo, nem todos conseguem ou podem fazer isso.
O presidente norte-coreano decidiu que jeans skinny estão fora dos limites, banidos por lembrarem e remeterem à civilização ocidental. Se alguém cometer tal erro, a pessoa é levada até o tribunal, onde deve confessar o crime por escrito. Ela só é liberada quando alguém a leva vestes adequadas, e seu empregador é notificado acerca do delito. O mesmo vale para tingir o cabelo e usar piercings.
Conversar no telefone
Pode surpreender que uma das coisas normais que são proibidas na Coreia do Norte envolvam algo como conversar no telefone, mas nesse caso trata-se de ligações internacionais. Isso pode levar até à morte.
Em outubro de 2007, um chefe de fábrica na província Pyongan do Sul foi executado por um pelotão de fuzilamento num estádio na frente de 150 mil espectadores. Seu crime foi o de realizar ligações internacionais.
Ele aparentemente tinha 13 telefones instalados no porão da sua fábrica. Seis pessoas foram mortas, e 34 foram feridas quando houve uma debandada à medida que a multidão deixava o estádio.
Escolher a profissão
Os norte-coreanos não podem escolher a profissão. Após o ensino médio, todos os cidadãos vão para o exército. Os homens passam dez anos, e as mulheres ficam até os 23. Depois da vida militar, eles são designados para o trabalho que desempenharão dali em diante.
Não é possível negociar qual será o trabalho, e a maioria deles consiste em ofícios agrícolas e em fazendas. Outros trabalhos consistem em varredores de rua, trabalhadores de fábrica e professores.
Todos devem trabalhar 48 horas por semana, tendo somente o domingo de folga. Em 2016, todo o país, com exceção da elite, teve que trabalhar 70 dias seguidos devido a uma ordem do governo – objetivo seria impulsionar a economia.
Escolher o corte do cabelo
Tudo é controlado na Coreia do Norte, inclusive o corte de cabelo. Os cidadãos tem exatamente 28 tipos de corte para escolher. As mulheres têm 14, e a maioria deles é curto. Os homens, por sua vez, não podem ter o cabelo além de cinco centímetros.
Criticar o governo
Há algo mais comum do que criticar o governo? Essa é outra das coisas normais que são proibidas na Coreia do Norte, e certamente uma das mais perigosas. Todos os norte-coreanos sob o governo de Kim Jong-um devem jurar lealdade ao líder, assim como obediência a ele, sua família e o estado.
Aqueles que ameaçam ou insultam o líder supremo ou sua família são presos ou executados. E isso também vale para visitantes. O estudante americano Otto Warmbier foi preso no Aeroporto Internacional de Pyongyang após roubar uma placa do quarto de hotel. O governo norte-coreano viu isso como um insulto, e o aprisionou, liberando-o num estado vegetativo em 2017 de junho. O estudante, infelizmente, morreu.
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Fonte: Listverse