10 fatos bizarros da vida no período vitoriano

fatos bizarros da vida no período vitoriano
Ilustração de um asilo vitoriano.

Listamos abaixo alguns fatos bizarros da vida no período vitoriano, uma das épocas mais emblemáticas – e estranhas – da Europa moderna, e sua influência estética e literária se preserva até hoje. Os vitorianos tinham um estilo de vida especial, marcado pelo avanço das transformações industriais e formação de uma classe média.

Suas vidas foram marcadas pelo governo da rainha Vitória, que vestiu somente preto após a morte do marido, dando o tom da época.

Fatos bizarros da vida no período vitoriano

10. Fantasias domésticas

A classe alta vitoriana (e depois a classe média) não tinha televisões ou outras formas modernas de entretenimento. Portanto, tinham que entreter a si mesmos. Uma das formas populares de entretenimento (e um dos fatos bizarros da vida no período vitoriano) era que amigos e familiares se vestissem em fantasias, posando uns para os outros.

Isso pode lembrar algo como o Halloween ou carnaval, mas a diferença é que isso não ocorria num contexto festivo, então imagine só a sua avó vestida de uma ninfa, posando em uma mesa enquanto todos aplaudem: era isso o que poderia ocorrer na época.

9. Asilos

Os asilos eram locais mantidos pelo governo onde os pobres, enfermos ou pessoas com problemas mentais poderiam viver. Eles costumavam ser sujos, e mantinham as pessoas que eram indesejáveis pelo resto da sociedade. Na época, a pobreza era vista como algo desonroso, pois vinha da falta de diligência do indivíduo, e a formação de asilos sem dúvidas é um dos fatos bizarros da vida no período vitoriano.

Muitas pessoas que viviam em asilos precisavam trabalhar para custear suas estadias, e não era incomum que famílias inteiras vivessem com outras famílias em um ambiente compartilhado. No período vitoriano, viver num asilo era o ponto mais baixo em termos sociais que alguém poderia alcançar.

8. Névoas

Um dos fatos bizarros da vida no período vitoriano eram as névoas na cidade de Londres, tão densas que era quase impossível enxergar através delas. Essas névoas eram formadas por uma combinação da neblina vinda do rio Tâmisa e da fumaça que vinha da queima de carvão, parte essencial da vida vitoriana.

Um fato interessante é que Londres sofreu com essas névoas por séculos – em 1306, o rei Eduardo I baniu a queima de carvão devido à formação de fumaça. Em 1952, 12 mil habitantes de Londres morreram devido à fumaça, fazendo com que o governo aprovasse uma lei que criava zonas livres de fumaça.

A atmosfera vitoriana na literatura e cinema em grande parte se cria com a névoa, e essa característica tornou mais fácil as ações de pessoas como Jack, o Estripador.

7. Comida

Os vitorianos comiam praticamente todas as partes de um animal. Isso não é totalmente assustador para os entusiastas gastronômicos, mas para uma pessoa comum a ideia de jantar em uma tigela de cérebro e coração não é nada interessante. Outro prato famoso da era vitoriana era a sopa de tartaruga.

A tartaruga era apreciada acima de tudo por sua gordura verde semelhante a uma gelatina, que era usada para dar sabor à sopa feita com a carne fibrosa e cozida do animal. Devido ao número cada vez menor de espécimes, as tartarugas raramente são comidas hoje em dia, embora seja possível comprá-las em alguns estados dos Estados Unidos, onde são abundantes.

6. Cirurgias

Numa época em que um a cada quatro pacientes de cirurgia morriam após o procedimento, somente os mais sortudos tinham acesso a médicos com ambientes limpos. Não havia anestesia, analgésicos ou equipamentos elétricos capazes de reduzir a duração das operações.

As cirurgias vitorianas não eram apenas assustadoras, mas horrendas. O paciente era tratado consciente, e mesmo sofrendo com um osso quebrado, por exemplo, não escapava do horror de ver as mesas cheias de serras, agulhas e facas do médico bem diante de si na hora da operação.

Um dos auxiliares do médico, nesse caso, seguraria o membro do osso quebrado e logo faria a incisão com a faca (lembre-se, sem anestesia). Com o paciente gritando e um auxiliar dando conta do torniquete para evitar o sangramento, o médico então apanharia a serra e começaria a cortar o osso exposto.

Um verdadeiro filme de terror.

5. Romances góticos

Um dos fatos bizarros na vida do período vitoriano na verdade é algo interessante e rico culturalmente, e que nos influencia até hoje: romances góticos. Foi esse período que nos deu grandes obras de terror e mistério, como Drácula. Até mesmo os norte-americanos produziram trabalhos marcantes, como as obras do escritor Edgar Allan Poe, que criou uma das literaturas góticas mais impressionantes do período.

Esses trabalhos ainda influenciam e formam a base do horror moderno, e estendem-se em diversas mídias, do cinema à literatura e teatro.

4. Jack, o Estripador

No período vitoriano tardio, Londres foi aterrorizada por Jack, o Estripador. Utilizando-se das névoas como forma de se esconder, o Estripador assassinou cinco ou mais prostitutas que trabalhavam na cidade.

Os jornais, cuja circulação crescia na época, enfatizaram os ataques, garantindo notoriedade ao assassino devido à brutalidade dos ataques e à incapacidade da polícia de capturá-lo.

Como a identidade do assassino nunca foi confirmada, as lendas em torno dos assassinatos se tornaram uma mistura de pesquisa histórica, folclore e pseudohistória. Muitos autores, historiadores e detetives amadores propuseram teorias acerca da identidade do assassino e suas vítimas.

3. Show de horrores

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Outro dentre os fatos bizarros da vida no período vitoriano enfatizava a própria bizarrice: os shows de horrores. Essas exibições tratavam de raridades e “aberrações” da natureza, como humanos muito altos ou baixos, pessoas com características sexuais de ambos os gêneros, ou ainda condições e doenças extraordinárias, realizando performances cuja intenção era chocar a audiência.

Possivelmente um dos mais famosos foi o Homem Elefante, Joseph Carey Merrick (5 de agosto de 1862 – 11 de abril de 1890). Ele era um homem inglês que ficou conhecido como “O Homem Elefante” devido à sua aparência física, causada por uma anomalia congênita.

Um lado do corpo era bem maior que o outro, tornando-o disforme e desproporcional, fazendo-o usar uma máscara por grande parte da sua vida.

2. Memento mori

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Esse sem dúvidas é um dos fatos bizarros sobre a vida no período vitoriano que até mesmo os fãs de terror podem estranhar.

Memento mori é uma expressão latina que significa “lembre-se que deverá morrer”. Na época vitoriana, a fotografia era algo muito novo e caro. Quando alguém morria, os familiares por vezes tiravam uma foto do corpo, às vezes com outros membros da família.

Para a maioria dos vitorianos, esse era o único momento da vida onde eles seriam fotografados. Nessas fotos pós morte, o efeito de “vida” no indivíduo era enfatizado mantendo os olhos do sujeito abertos, ou pintando pupilas na foto impressa, e muitas fotos tinham inclusive um matiz rosado nas bochechas do defunto.

Adultos normalmente eram colocados em cadeiras, e era comum que se adicionassem flores no ambiente. Na foto acima, é possível perceber que a imagem da garota morta está perfeitamente nítida, e a dos pais um pouco borrada – isso deve-se à leve movimentação dos vivos, e pela exposição prolongada de tempo durante a fotografia.

1. A Rainha Vitória

No topo da lista dos fatos bizarros da vida no período vitoriano temos a figura que originou o nome da era: a Rainha Vitória. Quando seu marido Alberto faleceu em 1861, Vitória entrou num período de luto, usando vestidos pretos até sua morte, e esperou que toda a nação também o fizesse.

Ela evitou aparições públicas e raramente pisou nas ruas de Londres nos anos seguintes. Sua reclusão deu-lhe o nome de “Viúva de Windsor”.

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Fonte: Listverse

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