Florestas artificiais: o que são, funções e exemplos

florestas artificiais - Ecologia Verde
florestas artificiais - Ecologia Verde

As florestas artificiais são uma temática realmente bastante controversa, e que ainda despertam muitas dúvidas por parte do público.

A verdade é que elas são muito mais do que simples florestas criadas pelo homem, e seus efeitos – sejam positivos ou negativos – ainda não estão completamente claros.

Quer entender um pouco mais sobre as florestas artificiais? Então continue a leitura até o final!

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O que são florestas artificiais?

Como o próprio nome permite entender, as florestas artificiais são florestas formadas de forma não natural. Nesse caso, é o próprio homem quem as forma.

Essa artificialidade se dá por meio de plantações em uma determinada área, seja de espécies nativas de um local ou exóticas.

Na grande maioria dos casos, as florestas plantadas são criadas para cumprir algum objetivo em específico, como nos casos de plantios para posterior extração das árvores.

Por isso, é comum prevalecer a escolha por monoculturas, onde somente uma ou duas espécies são escolhidas.

De toda forma, também é possível estender o termo a algumas áreas de reflorestamento, que acontece de forma mais organizada e sustentável.

As diferentes funções das florestas artificiais no planeta

Produção de madeira

Como mencionado, uma das grandes presenças das florestas artificiais nas diferentes regiões do mundo, está relacionada aos processos de produção de madeira.

A matemática é bem simples: extrair toda a quantidade de árvores necessárias (e com a qualidade ideal) diretamente da natureza seria colocar fim a muitas espécies.

Nesse caso, a solução encontrada foi justamente trabalhar com o plantio controlado das árvores desejadas. E o processo é praticamente igual ao plantio de qualquer outro alimento ou cultura.

A meta é criar a matéria-prima para as mais variadas aplicações, e ter um controle maior sobre tudo isso.

Para isso, muitas vezes transformam-se grandes áreas de mata nativa em um território de monocultura – onde apenas uma espécie é utilizada.

Dentre os plantios mais comuns, aliás, destacam-se o pinus e o eucalipto, muito utilizados na construção civil, produção de celulose e papel, fabricação de móveis, etc.

Assim, ao contrário do que se possa imaginar, essas florestas artificiais em si causam bastante efeitos negativos à natureza, devido a essa modificação do ecossistema original.

Melhoria de áreas urbanas

Outra presença das florestas artificiais está ligada às melhorias dentro ou próximas de grandes centros urbanos.

Nesse caso, esse é um aspecto bem positivo desse processo, uma vez que as árvores são plantadas em terrenos inutilizados e outras áreas nas cidades.

O objetivo é ajudar a evitar as inundações, evitar a erosão do solo, reduzir a poluição sonora, ajudar na captura da poluição atmosférica, etc.

Recuperação dos ecossistemas florestais

Outra forma em que as florestas artificiais se apresentam de forma positiva, é quando são utilizadas como uma forma de recuperar os ecossistemas florestais.

O objetivo, é claro, é ajudar com as contribuições que as florestas naturais prestam, dando um fôlego para que elas possam se restaurar novamente.

Mesmo assim, caso esse processo não seja bem implementado, as vantagens podem não ser alcançadas como desejado.

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Exemplos de florestas artificiais

Para entender um pouco mais profundamente o que são as florestas artificiais, vejamos também alguns exemplos interessantes ao redor do mundo. Acompanhe!

Floresta Uverito

imagem de algumas árvores da Floresta Uverito - Wikipédia
Floresta Uverito – Wikipédia

Localizada na Venezuela, nos estados de Anzoátegui e Monagas, Uverito já chegou a ser a maior floresta artificial do planeta.

O local foi criado ainda no ano de 1961 pelo engenheiro florestal e agrônomo José Joaquín Cabrera-Malo, juntamente com alguns órgãos governamentais.

Chegando ao ápice de 600.000 hectares, onde se destacava a plantação de pinus, a área da floresta regrediu bastante nos últimos anos, devido principalmente a extração da madeira e a graves queimadas em 2019.

Floresta de Monsanto

Imagem de uma área da Floresta de Monsanto - Wikipédia
Floresta de Monsanto – Wikipédia

A Floresta de Monsanto, em Lisboa, Portugal, pode e deve ser utilizada como um exemplo positivo de floresta artificial.

Criada em 1934, e sendo parte integrante do Parque Florestal de Monsanto, o local foi criado com o objetivo de arborizar uma extensa área dedicada a pastos de gado, próximos à zona da capital.

Desde então, o parque recebeu mais de 10 milhões de árvores, tornando-se o principal pulmão da cidade, sendo considerada a maior floresta artificial da Europa.

Nesse caso, é claro, o trabalho foi bem organizado, uma vez que a meta era realmente criar uma área verde funcional.

Inicialmente, como era preciso fazer a região florescer de forma mais rápida, a alternativa foi optar por espécies de crescimento mais rápido, mas sem uma monocultura.

Assim, o governo utilizou a acácia austrália, eucalipto, pinus e cedros-do-buçaco, mescladas com árvores típicas da floresta portuguesa, como o carvalho cerquinho, o sobreiro e a azinheira.

Florestas artificiais: solução ou problema?

A temática das florestas artificiais é realmente bastante controversa, uma vez que consegue ao mesmo tempo trazer pontos positivos quanto negativos.

O grande fator negativo ligado a essa artificialidade deve-se à biodiversidade reduzida que ela gera.

O que acontece é que na grande maioria dos plantios, apenas uma ou duas espécies de árvores é priorizada, o que gera um efeito realmente “artificial”.

As florestas naturais, por sua vez, são formadas por variadas espécies, que cumprem e atendem diferentes nichos, gerando essa biodiversidade.

Nesse contexto, um estudo publicado pela Universidade de Stanford analisou os resultados das políticas de incentivo no Chile, entre os anos de 1974 a 2012.

Esse foi um período onde o governo deu incentivos financeiros para que os proprietários privados plantassem novas árvores.

Sem a devida fiscalização, porém, o estudo apontou que embora a área verde no país tenha aumentado, isso foi em detrimento da própria floresta nativa.

Isso porque os proprietários desmatavam a região e plantavam árvores economicamente mais atrativas, para uma posterior extração.

Ou seja, de nada valeu esse “reflorestamento”, que trouxe mais resultados negativos do que positivos.

De toda forma, quando bem executada, é inegável que as florestas artificiais têm sim importantes funções, a exemplo da citada Floresta de Monsanto, que revitalizou uma área antes desarborizada.

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Fontes: Ecologia Verde

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