Com a onda de calor que afeta o Brasil, entender o que é o El Nino é indispensável para compreender os motivos por trás dessas temperaturas máximas que o país enfrenta.
O El Niño trata-se de um fenômeno climático impressionante que tem sido objeto de estudo de cientistas e entusiastas do clima no mundo todo.
Sua contraparte, a La Niña, também desencadeia efeitos significativos nas condições climáticas globais.
Neste artigo, exploraremos o que é o El Niño, suas causas, consequências e como ele difere da La Niña. Acompanhe!
O que é o El Nino?
O El Niño é uma das fases do fenômeno climático denominado Oscilação Sul-El Niño (ENSO), que acontece no Oceano Pacífico equatorial.
Nesse caso, ele é caracterizado justamente por um aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico, o que acaba gerando implicações nas condições climáticas ao redor do planeta.
Originário da língua espanhola, “El Niño”, em sua tradução literal para o português, é um termo que significa “O Menino”.
Como ocorre geralmente próximo ao Natal, o nome faz referência ao “Menino Jesus”.
No entanto, um ponto interessante é que, ao contrário do que se possa imaginar, o fenômeno não ocorre de forma anual, mas sim irregular.
Para se ter uma ideia, o El Niño costuma ocorrer em intervalos de a cada 4 ou 7 anos, durando cerca de 1 a 1,5 ano em média.
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Quais são as causas do El Niño?
Para entender mais profundamente o que é o El Nino, é importante compreender também as causas que desencadeiam esse fenômeno.
Nesse caso, trata-se de um processo complexo de interações entre a atmosfera e o oceano.
Alterações nos ventos alísios
Sem dúvidas, uma das principais associações ao El Niño são os chamados ventos alísios.
Esses são deslocamentos de massas de ar quente e úmido em direção às áreas de baixa pressão atmosférica da região equatorial da Terra.
Os ventos alísios sopram comumente de leste para oeste, e ocorrem alterações nesse deslocamento quando o El Niño aparece.
Há, nesse processo, um enfraquecimento ou reversão na direção desses ventos, permitindo que as águas quentes, normalmente localizadas no oeste, fluam para o leste, rumo à costa da América do Sul.
Oscilações na pressão atmosférica sobre o Pacífico
Outro ponto importante a destacar são as próprias oscilações na pressão atmosférica sobre o Pacífico.
Isso porque, quando um El Niño ocorre, há uma diminuição na pressão atmosférica na região leste do referido oceano, além de um aumento dessa pressão na região oeste.
Assim, cria-se uma forte anomalia que acaba afetando os padrões de circulação atmosférica em todo o planeta.
Vale lembrar que essas oscilações estão diretamente ligadas ao próprio aquecimento das águas superficiais do Pacífico equatorial demonstrado acima.
Quais são as consequências do El Niño?
Depois de entender o que é o El Nino e suas causas, é importante também conhecer algumas das consequências desse fenômeno de escala global.
Alterações nos padrões climáticos
O El Niño causa diversas mudanças nos padrões climáticos globais. Consequentemente, isso pode acabar acarretando em secas prolongadas em algumas regiões, ao mesmo tempo em que causa inundações, devido a fortes chuvas, em outras.
Impacto na agricultura
Logicamente, a agricultura é um setor que pode ser bastante afetado, justamente devido a essas mudanças no clima.
Afinal, tanto a seca quanto chuvas intensas, desproporcionais para o período ou região, são fatores que interferem no cultivo correto dos alimentos.
Eventos climáticos extremos
Outra consequência do El Niño é que ele está diretamente associado a um aumento, seja na gravidade ou na frequência, de eventos climáticos extremos, a exemplo de furacões, tempestades, tufões, etc.
Efeitos nos oceanos
Sendo muito sensíveis a alterações de temperatura, os oceanos e a vida que habita nele também sofrem com os efeitos do fenômeno.
Isso acaba levando a migração de diversas espécies, ao branqueamento de corais, dentre outras.
Impacto na economia
Indiretamente, o El Niño impacta o próprio setor econômico, em muito pelas consequências geradas na agricultura, condições climáticas, etc.
O El Niño no Brasil
No Brasil, o El Niño tem uma forte influência sempre que aparece. Afinal, o país fica localizado na América do Sul em si.
Por aqui, o fenômeno provoca um excesso de chuvas nas áreas das regiões Sudeste e Sul, além de secas em regiões como o Norte e Nordeste.
Aliás, a onda de calor que afetou o Brasil em setembro de 2023, causando temperaturas de 43° em algumas cidades, como em São Romão, Minas Gerais, ocorreu pela presença de uma bolha de ar quente relacionada a ação do El Niño.
Quais são as diferenças entre El Niño e La Niña?
Apesar de serem dois eventos relacionados, uma vez que integram o sistema ENSO, La Niña e El Niño são fenômenos opostos.
Ambos estão ligados às águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, mas com características muito distintas.
Afinal, enquanto no La Niña os ventos alísios se intensificam e provocam o resfriamento dessas águas, no El Niño esses ventos se tornam mais fracos ou até mesmo alteram a direção, levando a uma aquecimento das águas no leste.
Como consequência, as mudanças climáticas provocadas pelos fenômenos afetam as regiões do planeta de forma diferente.
A exemplo do Brasil, enquanto o La Niña provoca chuvas fortes no Norte e Nordeste e secas no Sul, com o El Niño é o contrário: seca no Nordeste e Norte e chuvas intensas no Sudeste e Sul do país.
Já sabe o que é o El Nino?
Como observado, o El Niño trata-se de um fenômeno climático complexo, mas extremamente fascinante, que é capaz de afetar dramaticamente as condições climáticas ao redor da Terra.
Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico Equatorial, ele leva a alterações intensas no clima em diversas regiões do planeta, causando, dentre outras consequências, secas em algumas áreas e chuvas torrenciais em outras.
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Fontes: Ecologia Verde – NOAA