A seca, fenômeno climático caracterizado pela escassez de chuvas, é um problema ambiental observado em diversas regiões do planeta.
Neste artigo, exploraremos mais seu conceito, mas com um foco maior nas causas e consequências da seca. Acompanhe!
O que é a seca?
Em termos práticos, a seca ou estiagem pode ser conceituada como uma escassez prolongada das chuvas, águas subterrâneas ou superficiais em determinada região.
Seu período de duração é bastante variado, podendo durar meses ou até mesmo anos, embora percursos bem menores que esse também possam ser considerados.
No período em que ocorre, a região não recebe água o suficiente para atender suas demandas, plantas e animais que ali vivem são afetados – e isso inclui os seres humanos.
Os diferentes tipos de seca
Apesar do seu conceito ser amplamente difundido, um ponto bem interessante e que nem todo mundo sabe é que existem tipos variados de seca. Vale destacar os 3 principais:
Seca meteorológica
Nesse caso, há uma ausência ou escassez de chuvas dentro de um determinado período, onde os níveis de precipitação ficam bem abaixo da média. Consequentemente, ele costuma anteceder os outros dois tipos.
Seca agrícola
Tradicionalmente, os períodos prolongados sem ou com pouca chuva levam a seca agrícola, onde as mais diversas culturas são afetadas.
Sem água o suficiente, a produção e a própria ecologia regional sofrem, levando a perdas significativas ou totais nesses cultivos.
As atividades agrícolas mal planejadas, erosão e más condições do solo também estão entre as causas, já que podem levar a um déficit de água.
Seca hidrológica
Por fim, há também a hidrológica, que ocorre quando as reservas de água na região ficam abaixo da média.
Lagos, aquíferos, reservatórios, etc. não estão em suas condições ideais para abastecer a área, principalmente devido à escassez de chuvas ou então por conta de atividades humanas inadequadas.
Confira agora: O que são recursos hídricos: conceito, exemplos e importância
As causas da seca
E quanto às suas causas? Esse também é um ponto importantíssimo para observar. Acompanhe!
Ausência ou escassez de chuvas
Obviamente, como todos sabem e já foi deixado claro ao longo do artigo, seca é sinônimo de escassez ou ausência de chuvas.
Há, portanto, uma precipitação deficiente dentro do período determinado, que acaba provocando o déficit de água na região.
Um ponto relevante a considerar é que, em boa parte das vezes, ela ocorre justamente em regiões em que esses índices já não são tão elevados assim.
Estações secas
Chover todos os dias ou todos os meses do ano não é uma característica comum em praticamente nenhuma região do planeta – sempre há as exceções.
Há realmente estações chuvosas e estações mais secas, em que a precipitação ocorre de forma bem menos frequente.
Nos períodos secos, os níveis dos reservatórios baixam, a vegetação se prepara para a escassez de água, etc. favorecendo as queimadas, por exemplo, e muitos animais precisam migrar.
Oscilação Sul-El Niño (ENSO)
O ENSO é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico equatorial, e que engloba tanto o famoso El Niño quanto a La Niña.
Ambos estão correlacionados, mas enquanto o primeiro se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico, no segundo há um resfriamento anormal dessas mesmas águas.
Tudo ocorre devido a alterações nos ventos alísios e oscilações na pressão atmosférica sobre o Pacífico, que levam a diversas alterações nos padrões climáticos globais.
No Brasil, por exemplo, o El Niño costuma gerar ondas de calor, chuvas em excesso no Sul e Sudeste do país, com secas no Nordeste e Norte.
A La Niña, por outro lado, inverte essas condições, com as secas afetando a parte mais sul do nosso território.
Saiba mais: O que é o El Nino: causas, consequências e diferença para La Niña
Atividades humanas
A ação antrópica, como os desmatamentos, queimadas, agricultura e irrigação intensiva são capazes de gerar reações em cadeia que favorecem as secas.
A erosão do solo, por exemplo, é uma dessas etapas, já que ela leva a deterioração de terra, e com a vegetação em queda e menor capacidade de retenção/armazenamento de água, o clima se torna ainda mais favorável para as baixas precipitações, principalmente localmente.
Alterações no clima
E é claro, as mudanças climáticas também entram nessa lista de causas, com o aquecimento global, por exemplo, demonstrando bem o porquê.
Dentro seus mais diversos efeitos negativos, as alterações nas precipitações (em nível e época) provocam tanto enchentes quanto secas, a depender do lugar.
Quais são as principais consequências da seca?
Por fim, vale refletir também quanto às consequências que esse fenômeno é capaz de provocar. Infelizmente, elas são bastante negativas e até mesmo devastadoras, a depender do seu nível.
Perdas produtivas na agricultura e pecuária
Sem a água necessária, as culturas não conseguem sobreviver ou render o esperado, levando a perdas parciais ou totais nas produções.
Consequentemente, essa baixa produção interfere na relação de oferta e demanda, elevando os preços dos itens afetados.
Fome e morte
Em casos mais graves, a seca leva à escassez de alimentos, gerando fome nas populações (não apenas humanos), desnutrição e desidratação, favorecendo o quadro de doenças. Sem o devido apoio, a morte é uma realidade.
Migração de humanos e espécies animais
Sem as condições necessárias para sobreviver, muitos precisam migrar para outros lugares. Isso ocorre tanto com humanos quanto com outras espécies de animais.
Danos ao habitat e perda de biodiversidade
Os vários elementos somados, como a erosão e a desertificação – ambos intensificados pelas secas -, levam a danos ao habitat, com uma consequente perda na biodiversidade.
A morte de organismos (vegetais e animais) leva a redução na população dessas espécies e, a depender do caso, até mesmo sua extinção.
Instabilidade
Inegavelmente, a seca também pode levar a uma instabilidade, seja local, regional ou mundial, movida pela disputa de recursos naturais.
Veja também: O que é desertificação: conceito, causas e como evitar
Fontes: Ecologia Verde – Britannica