Quais curiosidades sobre o fundo do mar você conhece? O fundo do mar é o maior habitat do planeta e ao mesmo tempo, é o ambiente menos explorado de todos. Por isso, é um dos lugares mais fascinantes e misteriosos do nosso planeta.
Por que ainda sabemos tão pouco sobre o fundo do mar?
O chamado mar profundo chega a ocupar até 95% do espaço vital do planeta Terra. No entanto, não é fácil obter informações sobre o fundo do mar, especialmente por conta da sua profundidade.
Assim, isso cria muitas dificuldades para exploração e investigação científicas. Atualmente, o ser humano tem mais conhecimento acumulado sobre a superfície da lua do que sobre as fossas oceânicas profundas.
O que é o fundo do mar?
Antes de analisarmos algumas curiosidades sobre o fundo do mar, é importante entender a sua definição. Afinal, o que difere o oceano profundo do resto do oceano? Existem algumas delimitações.
Os primeiros 200 metros do oceano fazem parte do chamado mar aberto. A maior parte da vida marinha que nós conhecemos vive aqui, porque há mais contato com a luz.
Abaixo desses 200 metros iniciais, ainda há alguma luz, porém sua incidência é bem menor. Essa área é chamada de Twilight Zone. Finalmente, após ultrapassar 1000 metros de profundidade, a água está completamente desprovida de luz. Então, você está no fundo do mar ou mar profundo.
8 Curiosidades sobre o fundo do mar
Apesar da dificuldade de exploração, a ciência já conseguiu acumular algum conhecimento sobre o fundo do mar. E alguns dos fatos descobertos são bastante curiosos. Vamos explorar nesse artigo algumas curiosidades sobre o fundo do mar.
O fundo do mar é mais profundo do que o Everest
Todos os anos, milhares de pessoas escalam o monte Everest, o ponto mais alto da Terra. Apesar do enorme desafio que essa empreitada apresenta, mais pessoas subiram ao Everest do que desceram aos pontos mais profundos do oceano.
A Fossa das Marianas é o ponto mais profundo do mar, conhecido como Challenger Deep.
A distância da superfície do oceano até ele alcança quase 11 quilômetros de extensão.
Assim, a nível de comparação, se o monte Everest fosse colocado como parâmetro, ele estaria a mais de um quilômetro de ultrapassar a barreira da superfície da água.
Nesse nível de profundidade, a temperatura das águas está sempre um pouco acima do ponto de congelar, enquanto que a pressão é mais de 1000 vezes maior que na superfície. No entanto, mesmo com essas condições, muitos invertebrados e peixes têm no fundo do mar o seu verdadeiro lar.
Apenas 3 pessoas visitaram as profundezas do Challenger Deep
Uma dessas pessoas foi o diretor de cinema James Cameron, que em um mergulho submersível no Deepsea Challenger, em 2012, alcançou a profundidade incrível de 35.756 pés.
Hoje em dia, o avanço da tecnologia permitiu à ele coletar mais dados e imagens que eram impensáveis na metade do século passado. Os outros exploradores a visitarem o Challenger Deep fizeram isso em 1960.
Mais mapas de Marte do que do fundo do oceano
De acordo com a NASA, apenas 15% das profundezas do oceano foram pesquisadas através de técnicas de sonar tradicionais. Isso ocorre porque ainda é muito caro e demorado escanear o fundo do mar.
A maior parte das varreduras foi feita em locais que são rotas de navegação populares, visto que era importante saber por onde os navios estavam passando.
O fenômeno da Bioluminescência
Uma das mais incríveis curiosidades sobre o fundo do mar é sobre o fenômeno da bioluminescência. Muitos organismos produzem a sua própria luz através desse fenômeno e isso é determinante para a sua sobrevivência.
Alguns peixes usam uma isca iluminada na frente de suas bocas para atrair possíveis presas, enquanto que algumas lulas lançam um líquido bioluminescente para confundir seus predadores. Crustáceos pequenos e vermes também usam a bioluminescência para atrair parceiros.
Esses organismos bioluminescentes vivem desde a superfície perto da costa até regiões de oceano. Contudo, é no fundo do mar onde esse fenômeno de luz e comunicação é mais presente.
Maior peixe do fundo do mar
O maior peixe do fundo do mar é o tubarão da Groenlândia, com seus 6,4 metros de comprimento. Eles costumam ser confundidos com o tubarão branco por seu tamanho.
O tubarão da Groenlândia tem apetite voraz e se alimenta de enguias, peixes, tubarões menores e carniça, que é a carne de animais mortos. Eles também são capazes de comer animais terrestres, como urso polar ou renas.
Esses animais são pouco observados na natureza. Apenas em 1995 cientistas registraram as primeiras fotos dessa espécie nadando em seu habitat natural. O único vídeo do tubarão da Groenlândia foi registrado em 2003.
O oceano é cheio de ouro
Pouca gente sabe, mas existem aproximadamente 20 milhões de toneladas de ouro espalhadas pelas águas dos oceanos. No entanto, ele está bastante diluído.
O fundo do mar tem ouro não dissolvido em suas cavidades, contudo, não vale a pena extraí-lo.
Ainda assim, algumas estimativas acreditam que se houvesse a extração do metal e ele fosse distribuído de forma igualitária entre todas as pessoas do planeta, cada habitante da Terra receberia cerca de nove libras de ouro.
Por enquanto, não existe nenhum método econômico que permita a remoção do ouro do fundo do mar de forma lucrativa. Além disso, os impactos ambientais desse tipo de exploração seriam muito grandes e afetariam diversas espécies.
Corais produzem seu próprio protetor solar
Cientistas descobriram uma produção de filtro solar natural na Grande Barreira de Corais. É um mecanismo de proteção contra os raios UVA/UVB. De acordo com artigo da Dermascope, é possível que peixes que se alimentam do coral também adquiram a proteção.
Há pesquisas científicas em curso para entender como ocorre essa produção, e se de alguma forma, o método poderia ser replicado para uso humano.
Mergulho de baleia mais profundo
O mergulho de baleia mais profundo já registrado é de 2.992 metros. Algumas espécies, como as cachalotes, são excelentes mergulhadores de profundezas e em geral, as baleias conseguem prender a respiração por horas a fio.
A espécie de baleias que fez o mergulho mais profundo já registrado foram as Baleias Bicudas de Cuvier. Elas conseguem mergulhar de forma regular em profundidades que ultrapassam 2.000 metros. O registro foi realizado na costa da Califórnia e a baleia ficou debaixo d’água por cerca de 2 horas e 17 minutos.
Essas são apenas algumas curiosidades sobre o fundo do mar, área ainda pouco explorada por nós, seres humanos. É provável que nas próximas décadas, com o avanço da tecnologia, mais descobertas sejam feitas sobre esse habitat.
Fonte: Passporto Ocean / Green Tumble / Environment Buddy / Sciencing