Saber o que são corredores ecológicos é fundamental para entender mais profundamente como esses sistemas vêm contribuindo para a preservação e recuperação dos habitats ao redor da Terra.
Afinal, assim como o ser humano é o grande responsável por quebrar a harmonia natural dos ecossistemas, através de suas atividades intensas de agricultura, pecuária, urbanização, produção de resíduos, etc. cabe também a nós formularmos soluções para diminuir esses efeitos.
Um exemplo relevante dessas estratégias são os corredores ecológicos, e nesse artigo você vai entender mais profundamente o conceito, seus principais tipos e importância. Acompanhe!
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O que são corredores ecológicos?
Os corredores ecológicos, também chamados de corredores verdes ou de biodiversidade, podem ser entendidos como áreas de conexão que ligam habitats naturais fragmentados.
Ou seja, são faixas de terra ou até mesmo de água criados para permitir que as espécies animais e vegetais se conectem entre diferentes áreas.
Dessa forma, há a facilitação da dispersão desses organismos, o intercâmbio genético e a migração sazonal, que seria impedida sem a existência desses corredores.
Vale lembrar que a fragmentação de habitats é um problema que decorre diretamente da atividade humana, seja devido a urbanização, desmatamento, construção de estradas ou agricultura intensiva.
E quando um habitat natural é cortado/fragmentado, as populações que nele vivem podem acabar ficando isoladas, uma vez que perdem o acesso ao todo do território.
Os corredores ecológicos foram criados a fim de combater esses efeitos negativos, “recosturando” o habitat.
Qual a importância dos corredores ecológicos?
Tão necessário quanto saber o que são corredores ecológicos é compreender a importância que eles possuem.
Nesse caso, como é possível imaginar, os corredores ecológicos desempenham um papel indispensável na conservação e na manutenção da biodiversidade.
Conectividade e dispersão de espécies
Os corredores ecológicos são capazes de fornecer uma rota segura para que animais e plantas possam se deslocar entre diferentes áreas naturais.
Essa característica torna-se especialmente relevante dentro das paisagens fragmentadas pela ação humana.
No Brasil, por exemplo, são comuns os casos de atropelamento de animais silvestres nas estradas do país.
E esses pontos seguros de conexão, entre outros efeitos, contribuem diretamente para a diminuição desses casos.
Fluxo gênico
Com essa mobilidade, a conectividade entre as populações de espécies acaba possibilitando um fluxo gênico mais adequado.
Para quem não sabe, o fluxo genético é a troca de material genético que ocorre entre indivíduos de diferentes grupos populacionais.
No fim das contas, há uma manutenção da diversidade e um aumento na resiliência populacional, seja diante de doenças ou alterações ambientais.
Migração sazonal
Muitas espécies são conhecidas por realizarem migrações sazonais, seja em busca de alimento, melhores condições para reprodução, abrigo, etc.
Assim, os corredores ecológicos oferecem as rotas necessárias para que eles realizem essas migrações.
Recuperação de áreas degradadas
Sem interferências externas, a natureza vive em harmonia, com as espécies da fauna e flora contribuindo para a manutenção desse sistema.
Dentro desse contexto, da mesma forma que organismos invasores são capazes de interferir nessa harmonia, as espécies nativas têm a capacidade de restaurá-lo.
E os corredores ecológicos são agentes facilitadores importantíssimos para a recolonização de áreas degradadas.
Educação e conscientização
Outro ponto relevante é que os corredores ecológicos servem como espaços de educação ambiental e conscientização.
Afinal, permitem que as pessoas entendam melhor a importância que a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas possui.
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Os principais tipos de corredores ecológicos existentes
Sendo um conceito amplo, existem variados tipos de corredores ecológicos existentes, que podem ser classificados com base em sua localização, estrutura e função.
Nesse caso, sua classificação varia a depender do autor considerado. O Fundo Mundial para a Conservação da Natureza (WWF), por exemplo, considera três tipos principais:
Macro-corredores
Os macro-corredores são estruturas ecológicas com largura superior a 5 quilômetros, projetados para restabelecer conexões entre diferentes regiões geográficas.
Eles têm um alcance mais amplo e abrangente, podendo englobar paisagens inteiras ou mesmo diferentes biomas.
Esses corredores desempenham um papel essencial na promoção da migração de espécies em grande escala, permitindo que animais e plantas se “movam” por distâncias significativas.
Corredores biológicos
Os corredores biológicos possuem largura variando na faixa de 1 a 5 quilômetros e são criados com o objetivo de manter a conexão entre dois ecossistemas distintos.
Esses corredores são frequentemente utilizados para ligar fragmentos de habitats, áreas protegidas ou reservas naturais próximas, possibilitando a movimentação de espécies entre essas áreas.
Eles podem seguir diferentes formatos, como corredores lineares ao longo de rios, cinturões florestais ou faixas de vegetação que interligam habitats.
Corredores de conservação
Por fim, há também os corredores de conservação, que são estreitas faixas ecológicas, geralmente com largura inferior a 1 quilômetro.
Seu principal objetivo é estabelecer conexões entre relictos de habitats (áreas remanescentes de uma antiga área extensa e que agora estão isoladas).
Esses corredores desempenham um papel crucial em locais onde a preservação de grandes áreas naturais é inviável ou impraticável, permitindo a interligação de pequenos fragmentos de habitats isolados.
Já sabe o que são corredores ecológicos?
Como foi possível observar, saber o que são corredores ecológicos é um processo significativamente simples. Afinal, o termo já traduz muito bem o seu conceito.
No entanto, a grande questão é assimilar a importância que essas áreas de conexão possuem para a conservação e reabilitação dos habitats.
Ao longo desse artigo, pudemos observar um pouco mais sobre como os corredores ecológicos se destacam entre os métodos conservacionais, além de conhecer os tipos mais comuns existentes.
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Fontes: Ecologia Verde – One Earth