Erosão antrópica: o que é, exemplos e consequências

Erosão antrópica - Pixabay
Erosão antrópica - Pixabay

A erosão é um processo natural, mas o ser humano também tem o poder de criar ou intensificar ações erosivas do solo. É a isso que se chama erosão antrópica.

Neste artigo, além de entender melhor seu conceito, você vai conferir alguns exemplos, suas consequências e mais. Acompanhe!

O que é a erosão antrópica?

Começando pelo conceito de erosão, temos um processo natural de desgaste, transporte e sedimentação na superfície da crosta terrestre.

Ou seja, o solo, as rochas e outros materiais são pouco a pouco corroídos/erodidos devido a ação de algum tipo de agente externo.

O agente mais comum e intenso é justamente a água, seja ela da chuva, dos mares ou dos rios, mas há também a erosão provocada pelos ventos, pela gravidade, etc.

São realmente muitos tipos, praticamente todos ligados a situações comuns da natureza, que ajudaram a formar os relevos atuais da Terra.

Assim como em diversas outras áreas da vida e condições no planeta, no entanto, o ser humano também acabou intervindo negativamente nesse sistema.

Suas ações – de onde vem o nome antrópico – levam a uma erosão direta (artificial, por assim dizer) ou a uma intensificação dos demais tipos.

Exemplos de erosão antrópica

São muitos os exemplos de erosão provocadas pelo homem. Por isso, para entender melhor esse conceito, o mais comum é classificá-las dentro de grupos principais: as de construção e as de exploração.

Construção

Erosão antrópica: o que é, exemplos e consequências 1
Metrópole – Pixabay

Obviamente, as construções – sejam elas de um cidade, estradas, indústrias, etc. – levam a uma erosão direta do solo.

Afinal, todo o terreno é modificado para receber essa nova implementação. Pense, por exemplo, em quantos pequenos, médios e grandes montes de rochas foram retirados para dar lugar a uma cidade inteira.

Quando consideramos tudo o que já foi construído para atender as demandas de mais de 108 bilhões de seres humanos que já existiram, fica fácil imaginar o quão significativo é tudo isso.

Veja agora: Erosão fluvial: o que é, tipos, consequências e exemplos

Exploração

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Exploração – Pixabay

Um outro grupo de exemplos fica englobado dentro da erosão antrópica de exploração, que é referente à própria exploração dos recursos naturais do solo por parte dos humanos.

Aqui, também é o homem quem torna-se o agente externo principal. Em uma mina, por exemplo, somos nós quem erigimos, removemos e transportamos todo o material necessário.

E o mesmo ocorre nas plantações, onde o desmatamento (a preparação do solo para o cultivo) leva a uma erosão direta, além de intensificar os efeitos dos demais tipos.

As consequências da erosão antrópica

A grande questão relacionada à erosão antrópica é que seus efeitos e consequências vão muito além do que ela por si só é capaz de produzir.

Afinal, os processos erosivos ocorrem de forma natural na Terra, e as ações humanas são agentes não apenas direitos, mas também indiretos, intensificando o poder dos outros tipos, como mencionado acima.

Quando pensamos em suas consequências, por tanto, temos a própria erosão propriamente dita – esses desgaste artificial do solo – e os fatores que elas, consequentemente, levam. A exemplo da:

Desertificação

O desmatamento, as queimadas e o uso inapropriado do solo levam ao esgotamento dos seus nutrientes.

Além disso, a retirada da vegetação natural – que dá lugar às espécies cultivadas – expõe o solo aos mais variados fatores naturais: Sol intenso, chuvas, vento, etc.

Quando isso ocorre em regiões favoráveis, como em climas áridos ou semiáridos, é praticamente a receita ideal para a criação de um novo deserto.

Desprotegido, a terra é mais intensamente atingida pelos agentes erosivos, e a desertificação é uma consequência real, já que, mesmo quando as atividades de exploração deixam de ser praticadas, o solo já não tem mais condições de se recuperar sozinho.

Deslizamentos

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Deslizamento – Pixabay

Além da água e do vento, outro agente externo que não mencionamos é a própria gravidade.

Terrenos íngremes sofrem diretamente os efeitos das forças gravitacionais, que provocam a sua erosão.

As intervenções humanas, com a retirada da vegetação, construções em locais inapropriados e a própria retirada de materiais – uma erosão direta, como em barreiros – favorecem os deslizamentos.

Isso ocorre principalmente durante os períodos chuvosos, quando a água torna essas estruturas mais frágeis e facilita o poder da gravidade que está agindo nesses pontos.

Assoreamento dos rios

Os rios e outros córregos d’água similares integram um outro subtipo de erosão, que é a fluvial.

Enquanto percorrem seu trajeto, obviamente, essa água em movimentação acaba erodindo esse espaço, criando vales, leitos mais profundos, meandros, etc. e levando os materiais para outros pontos, onde podem formar os deltas, por exemplo.

Quando o ser humano retira sua mata ciliar – que é a vegetação que fica localizada nas margens dos rios – toda a barreira natural que impede que os materiais despenquem na água desaparece.

Ou seja, as ações antrópicas têm o poder de intensificar esse processo erosivo, levando ao assoreamento (acúmulo de sedimentos).

Redução da Duna do Pôr do Sol, em Jericoacoara/CE

Esse é um exemplo bem específico, mas vale a pena ser mencionado também.

Quando falamos sobre a erosão eólica em outro artigo, um dos seus exemplos citados foi a formação das dunas de Jericoacoara, no Ceará, importantes atrativos turísticos do país.

Pois bem, nos anos finais da década de 80, quando o fluxo turístico na região era bem menos intenso, a Duna do Pôr do Sol, por exemplo, tinha um tamanho bem mais significativo: cerca de 60 metros de altura.

Hoje em dia, no entanto, não chega nem perto disso, e as ações humanas são uma das mais relevantes influências.

Os visitantes têm o costume de subir no topo da duna para aplaudir o pôr do Sol, e o pisoteio constante favoreceu a ação dos ventos, além de mobilizar os sedimentos.

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