A evolução paralela é um dos fenômenos mais interessantes que o processo evolutivo proporciona na natureza.
Afinal, ele acompanha o desenvolvimento de espécies relacionadas em habitats separados.
E mesmo com essa separação geográfica, continuam a se desenvolver de forma semelhante, quando expostos a condições ambientais comuns.
Neste artigo, você irá conhecer mais profundamente o que é a evolução paralela, e os principais exemplos desse processo na natureza.
Além disso, observará também as principais diferenças desse tipo de evolução para a evolução convergente, que é um campo de dúvidas para muitas pessoas. Acompanhe!
O que é a evolução paralela?
A evolução paralela pode ser entendida como uma evolução independente em espécies relacionadas, que desenvolvem características semelhantes, ao viverem em habitats equivalentes, apesar de distantes um do outro.
Ou seja, a evolução paralela se dá em habitats que embora tenham semelhanças entre si, são separados, geograficamente falando.
Além disso, a base desse processo considera um mesmo clado, onde o grupo de organismos são originados de um mesmo ancestral comum exclusivo.
Um exemplo claro dessa evolução se apresenta nos abutres do Velho e do Novo Mundo.
Isso porque, apesar de habitarem regiões distintas atualmente, e já pertencerem a famílias diferentes, esse relacionamento existente entre as espécies e a força do ambiente similar ao qual estão inseridos, os fez evoluir de forma paralela.
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Diferença entre a evolução paralela e convergente
Uma das grandes dificuldades de entender o que realmente é a evolução paralela, é uma certa similaridade com a chamada evolução convergente.
No entanto, ao observar mais a fundo esses dois processos, fica bem mais fácil de compreender suas diferenças.
Isso porque a evolução convergente está relacionada às espécies de origens diferentes, e que não possuem relações entre si, mas que acabam evoluindo de forma similar, para se adaptarem ao ambiente.
Geralmente elas acontecem quando essas espécies dividem o mesmo habitat, o que faz com que criem estruturas análogas.
Um exemplo claro desse processo é observado entre as plantas euphorbia obesa e as várias espécies de cactos brasileiros.
Na imagem, vemos uma euphorbia obesa, nativa da África do Sul, que pertence à família Euphorbiaceae, e um cacto brasileiro, que pertence à família Cactaceae.
Apesar de serem de famílias diferentes e não serem do mesmo clado, o ambiente fez com que as espécies evoluíssem de forma convergente, criando caules grossos, capacidade de armazenamento de água, e folhas espinhosas.
A evolução convergente vai ainda bem mais longe, como nos processos de surgimento das asas dos pássaros e nos morcegos, dando-lhes a capacidade de voar.
E outro exemplo bem característico é em relação aos mamíferos marinhos, como os golfinhos, que acabaram se adaptando para nadar rapidamente na água, do mesmo modo que os peixes, como os tubarões.
Em síntese, enquanto a evolução paralela acompanha os processos de espécies relacionadas, que evoluem de forma similar, a convergente se dá pela adaptação de espécies distintas, desenvolvendo soluções similares, devido à influência do meio ambiente.
Principais exemplos da evolução paralela
Para entender de vez o que é a evolução paralela, é importante conhecer alguns dos principais exemplos desse processo.
Através deles, é possível compreender de forma clara como esse tipo de evolução acontece, e seus grandes diferenciais para as demais variações. Acompanhe!
Abutres do Velho e do Novo Mundo
Como mencionado, os abutres do Velho e do Novo Mundo são um exemplo de evolução paralela.
Aqui no Brasil (América, Novo Mundo) temos os urubus, que conseguiram evoluir paralelamente aos abutres do Velho Continente.
Isso porque tem como característica principal sua alimentação a base de animais mortos, sendo carniceiros.
Suas cabeças sem penas e seus estômagos extremamente ácidos, que torna possível essa digestão, também são pontos em comum.
No entanto, apesar desses animais serem da ordem dos falconiformes, seu parentesco já não é tão próximo assim.
Os urubus pertencem a família Cathartidae, a mesma do condor, enquanto os abutres do Velho Mundo são da família Accipitridae, mesma classificação das águias.
Macacos do velho e do novo mundo
Assim como os abutres, os macacos do velho e do novo mundo também são um bom exemplo de evolução paralela.
Sendo primatas, ambos os grupos já possuíam um mesmo ancestral comum, e mesmo sendo separados pelo Oceano Atlântico deram continuidade a suas evoluções de forma similar.
Atualmente, os macacos do Novo Mundo se enquadram na parvordem Platyrrhini, enquanto os do Velho Mundo são da superfamília Cercopithecoidea.
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Folhas de plantas
Por fim, mais um bom exemplo de evolução paralela fica por conta das folhas das plantas, com destaque para as folhas lanceoladas, presentes nos eucaliptos e oliveiras.
Essa versão lanceoladas se refere às lâminas que apresentam o formato de uma ponta de lança. Ou seja, é mais longa, e com um nervo central em destaque.
Ambas as plantas pertencem ao grupo das Magnoliopsidas, mas já são de famílias completamente distintas atualmente. Enquanto eucalipto é uma Myrtaceae, a oliveira é uma Oleaceae.
De toda forma, essa proporção folicular evoluiu em paralelo, dando uma melhor absorção solar para as plantas.
Deu para entender o que é evolução paralela?
Como foi possível observar, a evolução paralela é realmente um fenômeno bastante interessante e único na natureza.
Isso dado que as espécies, mesmo após milhares de anos evoluindo em ambientes separados, conseguem manter características marcantes com outras espécies relacionadas.
Tudo isso se deve, é claro, à semelhante influência ambiental ao qual foram submetidos, como descrito ao longo do artigo.
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