Entender o que é convergência evolutiva é realmente um processo indispensável para quem quer compreender de forma mais clara a evolução da vida em si.
Também chamada de evolução convergente, esse é um dos efeitos mais interessantes de estudar, e um dos grandes responsáveis pela formação das espécies atuais.
Quer saber o que é convergência evolutiva, suas características, exemplos e diferenças para outros tipos de evolução? Então fique com a gente até o final. Boa leitura!
O que é convergência evolutiva?
A convergência evolutiva ou evolução convergente pode ser entendida como o processo evolutivo no qual duas espécies não relacionadas entre si desenvolvem características semelhantes.
Ou seja, mesmo sem um ancestral comum, os organismos acabam desenvolvendo independentemente as mesmas formas de dominar o meio ambiente. Essas adaptações podem ser fisiológicas, morfológicas ou comportamentais.
Um exemplo claro desse processo é a criação de asas nos pássaros e nos morcegos.
Mesmo sem nenhuma relação entre esses animais, a necessidade de voar acabou moldando ambas as espécies para dominarem os ares.
Aliás, a essas estruturas que surgem através da evolução convergente, dá-se o nome de estruturas análogas.
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As causas da convergência evolutiva
Sem dúvidas, a principal causa por trás da evolução convergente é a própria seleção natural, e a influência do meio ambiente sobre as espécies.
Isso porque esse tipo de processo acontece quando esses organismos compartilham um mesmo habitat.
É da necessidade de se adaptar a um ambiente específico que elas acabam evoluindo, e criando esses aspectos capazes de dominar o meio.
As condições de um deserto, por exemplo, exigem indivíduos capazes de suportar altas temperaturas, escassez de água, etc. e são essas características que tornam a convergência possível.
Diferenças entre a evolução convergente, paralela e divergente
Uma forma mais simples de entender o que é convergência evolutiva é compreendendo também seus diferenciais para os demais principais tipos de evolução.
Geralmente, é possível incluir esses processos dentro de três tipos: convergente, paralela e divergente.
Evolução convergente
A evolução convergente, como já explicado, é quando dois organismos que não se relacionam evoluem para dominar um meio, e acabam criando estruturas similares.
Um exemplo básico desse processo é nas plantas euphorbia obesa e nas demais espécies de cactos brasileiros.
Na imagem, é possível ver uma euphorbia obesa, que é uma planta nativa da África do Sul, e que faz parte da família Euphorbiaceae.
Ancestralmente falando, ela nada tem haver com os cactos, muito comuns aqui no Brasil e nas Américas, que são da família Cactaceae.
Apesar disso, o ambiente as tornou estrutural e funcionalmente semelhantes, para sobreviver ao clima seco onde estão inseridos, com caules mais grossos, folhas espinhosas e capacidade de armazenar água.
Evolução paralela
Na evolução paralela, por outro lado, as espécies pertencem ao mesmo clado, e tem uma relação entre si.
A grande sacada é que quando inseridos em habitats separados, mas semelhantes, elas se adaptam ao meio de forma similar.
Na imagem é possível observar espécies de abutres do novo mundo e do velho mundo: um urubu brasileiro e um abutre do velho continente.
Apesar do urubu ser da família Cathartidae e o abutre da família Accipitridae, ambos pertencem à ordem dos falconiformes.
Como vivem em habitats semelhantes, evoluíram em paralelo, alimentando-se de animais mortos, tendo cabeças sem penas e estômagos ácidos ao extremo.
Evolução divergente
Após entender o que é convergência evolutiva e evolução paralela, fica bem mais fácil compreender a evolução divergente.
Nesse caso, trata-se de um completo oposto da convergente, uma vez que se refere ao processo onde uma mesma espécie se separa em duas ou até mais.
Essa é a famosa especificação das espécies, e se dá pelas influências ambientais diferentes que os indivíduos migram e passam a viver em habitats completamente diferentes dos seus iguais.
Na imagem, vemos um ursus arctos, que é o urso pardo, e um ursus maritimus, o urso polar.
Ao migrar para o polo norte, a seleção natural e a influência do ambiente gerou uma nova espécie, totalmente adaptada às condições do lugar: o frio das banquisas.
Além das cores e tamanhos diferentes, o urso polar é um animal carnívoro, enquanto o pardo é onívoro.
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Exemplos de evolução convergente
A compreensão de o que é convergência evolutiva parte muito também da análise dos exemplos presentes na natureza.
Nesse caso, além dos já observados acima, vale a pena mencionar outros exemplares clássicos. Acompanhe!
Evolução das baleias
A baleia-comum (Balaenoptera physalus), conhecida também como baleia-fin, é na verdade um mamífero.
O mesmo vale, é claro, para as demais espécies de baleias, que não são peixes, apesar de viverem na água.
O seu ancestral evolutivo, o Pakicetus, na verdade era bem similar a um cachorro, com quatro patas e hábitos completamente terrestres.
Foi a ausência de alimentos que os fez migrar pouco a pouco para a água, e evoluir para as espécies atuais.
A influência do ambiente aquático tornou as baleias bastante similares aos peixes, a exemplo das nadadeiras.
Na imagem, é possível ver a comparação entre a baleia-comum e um tubarão-enfermeiro (Ginglymostoma cirratum), que não dividem ancestrais recentes.
Essa mesma comparação vela para os golfinhos, orcas, etc. que também são mamíferos e evoluíram para dominar a água.
Olhos do polvo
Outro exemplo que permite entender perfeitamente o que é convergência evolutiva é o surgimento dos olhos do polvo.
Isso porque, sendo ele um cefalópode, detém notavelmente semelhantes com o órgão visual dos vertebrados.
Em ambos os casos, os olhos são compostos pela retina, fibras nervosas, lente e íris.
A grande sacada, no entanto, é que os vertebrados e invertebrados são animais completamente opostos.
De todo modo, a exigência do ambiente, e a necessidade de enxergar bem os fez desenvolver olhos muito parecidos com os nossos.
Deu para entender o que é convergência evolutiva?
Como foi possível observar, não é tão difícil entender o que é convergência evolutiva. Afinal, ela está presente nos mais variados campos do planeta.
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