O mimetismo é uma das adaptações evolutivas mais interessantes encontradas na natureza. Mas, você sabe o que é mimetismo realmente?
Neste artigo, vamos mergulhar profundamente nesse conceito, para ajudar você a compreender de vez o que é mimetismo, conhecer seus principais tipos e também exemplos claros desse mecanismo na natureza. Acompanhe!
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O que é mimetismo?
O mimetismo é uma terminologia utilizada no campo da biologia para descrever uma adaptação evolutiva onde um organismo desenvolve características que o fazem se assemelhar a outro organismo, a fim de obter alguma vantagem.
Nesse caso, essa semelhança pode ser comportamental, visual, auditiva ou até mesmo olfativa, sempre com essa meta de conseguir uma vantagem biológica, garantindo sua sobrevivência.
Outro ponto importante é justamente a falta de relação biológica entre o indivíduo “original” e sua forma mimetizada, isso na grande maioria dos casos, o que torna esse processo ainda mais impressionante.
A técnica é muito utilizada na natureza, pelos mais diferentes organismos, sendo conferida geralmente em 3 formas distintas: de ataque, defensivo e reprodutivo.
- Mimetismo de ataque – é aquele onde o organismo mimético ocupa uma posição de predador;
- Mimetismo defensivo – é o contrário do primeiro caso, onde é a presa em si que utiliza a mimetização para evitar ser predada;
- Mimetismo reprodutivo – nesse caso, a mimetização acontece nas plantas, com o objetivo de se assemelhar às fêmeas dos seus polinizadores.
Quais são os principais tipos de mimetismo?
Após entender o que é mimetismo e conhecer as formas distintas nas quais ele se apresenta, é interessante compreender também os tipos de mimetismo existentes, que é uma ampliação desse conceito de formas básicas. Acompanhe!
Mimetismo Batesiano
Nesse tipo de mimetismo, uma espécie inofensiva (mimética) evolui para se parecer com uma espécie perigosa ou venenosa (modelo).
Isso ajuda a proteger o organismo inofensivo, uma vez que predadores aprenderão a evitar a espécie devido à semelhança com a espécie perigosa.
Considerando esse tipo, a espécie modelo tende a ser mais abundante que a mimética, e ambas dividem o mesmo habitat, o que facilita bastante a estratégia.
Mimetismo Mülleriano
Nesse caso, duas ou mais espécies perigosas ou não palatáveis evoluem para se assemelharem umas às outras.
Assim como no tipo anterior, ambas as espécies vivem no mesmo ambiente, e tornam-se tão semelhantes que é praticamente impossível seus predadores diferenciá-las.
De todo modo, há um reforço do aprendizado dos predadores, devido ao próprio aumento dos indivíduos relacionados.
A diferença para o mimetismo Batesiano fica por conta dessa sinalização ser algo verdadeiro, uma vez que os dois organismos são nocivos.
Mimetismo Auto-mimético
Esse tipo de mimetismo envolve a imitação das partes do próprio corpo, como cabeça, olhos, etc.
A ideia é colocar essas partes em uma extremidade posterior, a fim de confundir os predadores ou presas, a depender da espécie.
Mimetismo por Aposematismo
Por fim, outro tipo de mimetismo que vale a pena salientar é o chamado aposematismo.
Nesse caso, diferentes espécies de plantas e animais buscam apresentar colorações ou comportamentos que sirvam como sinal alerta em relação a sua toxicidade.
O objetivo é deixar bem claro para os predadores que sua ingestão não é positiva, e pode levar a um envenenamento ou irritações.
Colorações fortes e vívidas, com tons amarelo, vermelho ou alaranjado, muito comuns em insetos e anfíbios representam bem essa categoria.
Qual a diferença entre mimetismo e camuflagem?
Para quem não entende o que é mimetismo, uma confusão muito comum é associar o mecanismo à camuflagem.
No entanto, basta observar com mais cautela ambos os processos para perceber que, na verdade, são coisas bastante distintas.
Afinal, enquanto o mimetismo é uma imitação realizada por um ser vivo que tenta se assemelhar a outro, a camuflagem está diretamente ligada à relação organismo/ambiente.
Se camuflar é se misturar ao habitat no qual se está inserido, a ponto de que a sua presença não seja notada por terceiros.
O que é mimetismo: exemplos na natureza
Por fim, para que seja possível compreender de vez o que é mimetismo, vamos conferir alguns exemplos dessa técnica empregadas na natureza. Acompanhe!
Batesiano – Cobra-Coral Falsa (Erythrolamprus aesculapii)
Um exemplo claro do Mimetismo Batesiano, e muito comum aqui no Brasil, é o da Cobra-Coral Falsa (Erythrolamprus aesculapii).
Isso porque, embora seja não peçonhenta, ela evoluiu para se assemelhar bastante com a Cobra-Coral verdadeira (Micrurus corallinus), que é justamente a serpente mais venenosa do nosso país.
Mülleriano – Borboleta-vice-rei (Limenitis archippus)
Dentro do tipo de mimetismo Mülleriano temos o exemplo da Borboleta-vice-rei (Limenitis archippus), que é extremamente similar a Borboleta-monarca (Danaus plexippus).
Como já explicado, apesar da sinalização em tese ser falsa, na verdade, não é, uma vez que assim como a monarca, a vice-rei também é uma espécie não palatável.
Auto-mimético – Peixe-borboleta (Chaetodon capistratus)
Como exemplo claro de auto-mimetismo, temos o Peixe-borboleta (Chaetodon capistratus).
Nesse caso, o peixe possui uma mancha escura localizada na parte posterior em um dos lados do seu corpo, que são cercados por um anel brilhante da cor branca, que se assemelha a um olho.
Essa mancha serve justamente para confundir os predadores, que atacam sua parte posterior, dando tempo para que eles possam escapar.
Aposematismo – Rã-dardo amarela (Phyllobates terribilis)
Por fim, considerando o tipo de aposematismo, um bom exemplo é a própria Rã-dardo amarela (Phyllobates terribilis).
Levando em consideração seu tamanho e peso, esse é o animal vertebrado mais venenoso de todo o planeta, e faz questão de deixar isso bem claro em sua coloração amarelo viva.
Já sabe o que é mimetismo?
Como foi possível observar, não é difícil entender o que é mimetismo. Afinal, esse é um mecanismo bastante comum encontrado na natureza.
Através dessa adaptação evolutiva, diversas espécies conseguem criar um meio eficiente de se defender ou atacar, aproveitando as características comuns a outros organismos.
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Fontes: Ecologia Verde
