A síndrome do Ovário Policístico ganhou destaque na mídia nos últimos anos e mais mulheres começaram a perceber que possuíam a doença. Afinal, é uma distúrbio hormonal muito comum e que causa problemas como irregularidade menstrual, acne e pode afetar até na obesidade e infertilidade.
Entender o que é a síndrome, quais são suas causas, os sintomas e tratamentos é indispensável para as mulheres, em especial, que já iniciaram o ciclo menstrual. Portanto, informe-se nesse artigo e aprenda tudo sobre ela.
O que é a síndrome do Ovário Policístico?
De modo geral, a síndrome do Ovário Policístico é uma doença endocrinológica, que causa o aumento dos hormônios masculinos em mulheres. Então, para ser diagnosticada é preciso que a paciente tenha dois ou três sintomas comuns.
Além disso, esse distúrbio hormonal é caracterizado pela presença de cistos nos ovários. Assim, pode causar diversos tipos de problemas, como irregularidade menstrual, acne, obesidade e infertilidade.
A síndrome é mais comum em mulheres que naturalmente produzem mais hormônios masculinos, os andrógenos. Dessa forma, esse desequilíbrio interfere na ovulação e eleva a incidência de cistos.
Quais são as causas dessa síndrome?
Não há causas específicas e definidas para a síndrome do Ovário Policístico. Mas, estudos apontam que ao menos metade das mulheres que sofrem dessa situação tem problemas hormonais. Por exemplo:
- Excesso de produção de insulina pelo pâncreas;
- Problema nas glândulas hipotálamo, hipófise e adrenais, que produzem mais hormônios masculinos que o necessário.
Em geral, é mais comum em mulheres na faixa dos 30 a 40 anos. Por isso, é essencial o acompanhamento médico para verificar se há alguma alteração hormonal.
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Os óvulos que não eclodem
Como todos sabem, as mulheres já nascem com um estoque de óvulos que vão usar durante toda a sua vida. Assim, na adolescência eles começam a amadurecer e fazem o caminho pelas trompas até o útero. Dessa forma, ou são liberados pela menstruação ou fecundados.
As mulheres que sofrem com a síndrome do Ovário Policístico não conseguem realizar esse fluxo. Afinal, muitos dos óvulos não eclodem e acabam ficando no mesmo lugar. Assim, eles se acumulam e formam os pequenos cistos.
Cada óvulo é produzido no ovário e é empacotado em um folículo, junto com um líquido que garante a sua nutrição. Então, no 14º dia do ciclo, o folículo é rompido e o óvulo cai na trompa, para ser eliminado ou fecundado.
Na síndrome, no 14º dia o folículo não rompe. Portanto, começam a acumular pequenos cistos e a mulher pode até mesmo ter a sua menstruação interrompida. Porém, pode ser que algum deles rompa e a mulher menstrua naquele mês.
Por fim, o acúmulo desses microcistos provoca as alterações hormonais, que é o que caracteriza a síndrome do Ovário Policístico.
Conheça quais os sinais e os sintomas da síndrome do Ovário Policístico
Para ter um diagnóstico rápido é indispensável que as mulheres fiquem atentas aos sinais e sintomas dessa doença. Aliás, é comum que os médicos comecem a avaliar a possibilidade da síndrome com a presença de ao menos três deles. Então, os mais comuns são:
- Alteração do ciclo menstrual (em geral, o fluxo é menor e a menstruação é mais escassa);
- Pelos no rosto, barriga e seios, devido à alteração hormonal (hirsutismo);
- Excesso de oleosidade na pele, o que pode causar acnes;
- Queda de cabelo;
- Infertilidade;
- Ganho de peso;
- Ansiedade e depressão.
A síndrome do Ovário Policístico é diagnosticada por meio de exames de sangue, que medem os níveis de TSH e T4 livre, bem como, usando exames de imagem, como é o caso do ultrassom abdominal.
É muito comum que a menstruação irregular e o ganho de peso sem motivo aparente sejam os problemas mais aparentes. Mas, é sempre indispensável buscar um médico para confirmar o diagnóstico.
O diagnóstico e o tratamento
Em geral, usa-se exames de sangue e de imagem para realizar o diagnóstico da doença, afinal, pode-se confirmar o aumento de volume dos ovários. Ou seja, os médicos não se baseiam apenas nos sintomas, mas sim nos exames para conseguir prescrever um tratamento.
Há alguns casos que apenas a mudança de hábitos alimentares e de atividades físicas já fazem com que os sintomas sejam reduzidos. Porém, isso varia de acordo com cada caso e pode ser que o médico solicite outro tipo de tratamento, para eliminar os desconfortos das pacientes.
Vale destacar, que mais do que o uso de remédios, a síndrome do Ovário Policístico requer mudanças de hábitos como tratamento. Além disso, o acompanhamento profissional de ginecologista, nutricionista e dermatologista é indispensável.
Os exames periódicos são necessários para acompanhar a evolução de sua doença. Assim, os médicos conseguem verificar se o tratamento está sendo efetivo ou não. Então, é indispensável consultar um profissional da saúde.
Por fim, é importante que as mulheres saibam que essa síndrome é uma doença crônica, que exige um acompanhamento permanente, afinal, o desequilíbrio hormonal pode desencadear outros problemas de saúde.
Em casos mais graves da doença, pode ser que o tratamento indicado seja a retirada dos cistos, por meio de uma cauterização. Porém, apenas quando os demais tratamentos não surtem os efeitos esperados.
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Recomendações importantes sobre a síndrome do Ovário Policístico
Há algumas dicas e recomendações para as pacientes que possuem a síndrome ou que estão em alerta com a doença. Portanto, confira quais são e fique em alerta para garantir a sua saúde.
- Consulte sempre um ginecologista para verificar como está sua saúde;
- Esteja atenta com sua saúde, porque as mulheres com ovário policístico tem mais chance de desenvolver problemas cardiovasculares durante a menopausa;
- As mulheres que possuem a síndrome do Ovário Policístico podem apostar em procedimentos estéticos para a remoção de pelos, caso queiram;
- Dietas são extremamente importantes para o controle de peso. Aliás, a obesidade agrava os sintomas da doença e ainda podem causar uma série de complicações;
- Realizar ao menos 30 minutos de atividade física na semana é essencial para a manutenção do peso e para prevenir doenças como problemas cardiovasculares.
As dicas e recomendações acima tem como objetivo tornar o dia a dia das mulheres que enfrentam a doença bem mais fácil. Além disso, também são alertas que todas precisam saber.
Dúvidas frequentes
Nos próximos tópicos, confira algumas das principais dúvidas das mulheres em relação à síndrome do Ovário Policístico. Dessa forma, acabe com todos os questionamentos e descubra alguns mitos e verdades sobre o tema.
Entenda qual a relação do ovário policístico e a obesidade
É muito comum que as mulheres queiram entender qual a relação entre a obesidade e a síndrome. Então, vale destacar que quem possui ovário policístico tem mais propensão à obesidade e o ganho de peso. Bem como, tem mais chances de ter hirsutismo (crescimento de pelos) e menstruação irregular.
Outro fator relacionado são os níveis elevados de insulina e resistência à insulina, que são encontrados nessas mulheres. Além disso, elas estão mais propensas a desenvolver a diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica.
De modo geral, manter uma alimentação equilibrada é quase um dos itens obrigatórios no tratamento da síndrome do Ovário Policístico. Afinal, o aumento de peso pode agravar alguns sintomas da doença.
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Mulheres que possuem a síndrome do ovário policístico são inférteis?
A síndrome afeta a fertilidade das mulheres, afinal, o desequilíbrio hormonal, que conta com a maior presença de testosterona, afeta a ovulação. Por isso, em casos mais severos da doença é possível que a mulher não possa mais engravidar.
É possível engravidar mesmo tendo a doença?
Ainda neste tema relacionado à gravidez e a síndrome do Ovário Policístico, é importante reforçar que a mulher pode engravidar mesmo tendo a doença. Porém, é necessário que o ginecologista faça um tratamento adequado para garantir a saúde da gestante e do bebê.
Pode ser que neste caso seja necessário incluir o uso de medicamentos para que seja corrigido o desequilíbrio endocrinológico da paciente.
Cisto no ovário é a mesma coisa de ovário policístico?
De modo geral, quem possui a síndrome tem cisto no ovário, mas nem todo cisto é considerado a doença. Isso porque, a diferença está no tamanho e número desses cistos.
Quem sofre da síndrome do Ovário Policístico costuma ter entre 10 a 20 pequenos cistos, de 0,5 centímetros de diâmetro. Já o cisto no ovário é único e maior, que pode medir de 3 a 10 centímetros.
Há alguma relação entre a síndrome do Ovário Policístico e o Covid-19?
Durante a pandemia do Covid-19 alguns estudos foram feitos para investigar se as mulheres que possuíam a síndrome eram mais suscetíveis ao vírus SARS-CoV-2, que causa a doença.
A hipótese foi confirmada em diversos estudos, que apresentaram resultados que mostram que as mulheres que possuem a síndrome do Ovário Policístico tinham um risco de 28% a 50% maior de serem infectadas pelo Covid-19.
Os dados ainda apontam, que essas mulheres geralmente são mais hospitalizadas por causa da doença, além de terem mais chances de mortalidade devido ao vírus.
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Quais as consequências do ovário policístico para a pele?
As mulheres que sofrem com a síndrome costumam notar as consequências na pele. Isso porque, a oleosidade pode aparecer devido aos problemas na glândula responsável por produzir o sebo.
Dessa forma, as mulheres neste caso têm maior produção de testosterona e passam a produzir mais gordura. Então, a acne é um dos sintomas mais comuns.
Para controlar esse problema causado pela síndrome do Ovário Policístico, o ideal é lavar o rosto ao menos duas vezes por dia, com um sabonete adequado para o tipo de pele. Além disso, não deixe de usar protetor solar, de preferência, com toque seco.
O uso de tônico ou adstringente também ajuda no controle da oleosidade. Por fim, lembre-se de não lavar a pele com água quente, porque o calor retira o óleo e o organismo reage produzindo mais óleo e acentuando o problema.
Não esqueça de hidratar a pele apenas com produtos para a pele oleosa e jamais durma com maquiagem ou outros produtos que podem obstruir os poros. Afinal, isso vai aumentar o aparecimento de acnes e cravos.
A insulina e a síndrome do ovário policístico também têm relação?
A síndrome do Ovário Policístico funciona como um ciclo vicioso. Isso porque, o corpo apresenta resistência à insulina, então, o corpo tem que produzir mais. Dessa forma, é comum que a mulher consuma mais massas e doces e isso altera a produção dos hormônios femininos e masculinos.
Devido a essa relação, há um ganho de peso e piora o problema da resistência à insulina. Ou seja, apenas com um tratamento adequado é possível que a mulher solucione o problema com a insulina e também com o ovário policístico.
Quais alimentos não podem faltar no dia a dia de quem sofre com a síndrome?
Antes de mais nada, vale lembrar que é indispensável o acompanhamento de uma nutricionista para indicar a alimentação correta. Porém, em geral, a dieta para quem sofre com a síndrome do Ovário Policístico deve ter controle do consumo de carboidratos. Ou seja, eles devem representar até 30% do consumo energético do dia, usando como fontes as frutas, raízes e tubérculos.
É comum a indicação de alimentos que são naturalmente ricos em gordura, como o abacate, castanhas, azeite e o coco. Por fim, os produtos industrializados e processados devem ser evitados, bem como, os adoçantes, que ativam a insulina.
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Ter um acompanhamento médico é indispensável
Agora que você já sabe tudo sobre a síndrome do Ovário Policístico, vale reforçar que é indispensável que as mulheres busquem o acompanhamento médico, tanto para descobrir a doença, quanto para fazer o tratamento.
O acompanhamento de um ginecologista faz com que o tratamento seja mais eficiente. Além disso, pode ser que o médico também faça recomendações de outros profissionais, como um nutricionista, dermatologista e até um treinador físico.
A dieta balanceada e a prática de atividade física são essenciais para notar uma melhora na qualidade de vida dessas mulheres. Então, esses profissionais vêm para somar no tratamento contra a síndrome.
Dietas que possuem o controle de gorduras e aumento de fibras, além de auxiliar na perda de peso, também reduzem a acne e demais problemas de pele. Portanto, não deixe de ter o apoio profissional nesta fase.
Marque consultas regulares ao ginecologista. Afinal, além do ovário policístico, há diversas outras doenças que precisam ser tratadas e apenas profissionais conseguem detectar. Dessa forma, cuide sempre de sua saúde.
Fonte: Ministério da Saúde – Clínica CEU Diagnósticos – Blog Vida Saudável – G1 Globo – Nutricionista Carol Faria.