Há diversas curiosidades sobre os romanos que desafiam nossas concepções anteriores acerca dessa civilização antiga. Nos filmes, é comum que sejam retratados como um império perdido em devassidão, comida, álcool e sexo, assim como entretenimentos que envolviam, por exemplo, gladiadores lutando em arenas.
A sociedade romana, todavia, se baseava no exercício restrito da lei. Os cidadãos tinham que viver seguindo um código moral, que determinava quais virtudes se esperavam deles – incluindo integridade, frugalidade, sinceridade, perseverança e serviço público.
Descubra abaixo alguns das curiosidades sobre os romanos que desmentem certos mitos modernos acerca desse povo.
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curiosidades sobre os romanos
1. Sinal de afirmativo e sinal de negativo durante os combates
Existe há crença, especialmente devido aos filmes modernos, de que quando os gladiadores lutavam nas arenas, o imperador ou a plateia decidiam o destino do homem derrotado. Polegar para cima, ele vive; para baixo, ele morre. Mas isso não é bem o que ocorria.
Em Roma, o polegar para baixo significava “espadas para baixo”, ou “parem de lutar”, o que significa que o perdedor sobrevivia para lutar noutra ocasião. Na verdade, uma das curiosidades sobre os romanos e seus gladiadores é que dificilmente ocorriam mortes nas arenas. Os gladiadores eram guerreiros de alta habilidade, que passavam por intensos treinos, então sua morte seria um desperdício de esforço, tempo e dinheiro.
Assim, quando um dos lutadores estava ferido ou cansado, a batalha estava decidida — não muito diferente do que ocorre nas arenas modernas de MMA e afins. E eles também eram celebridades.
2. Os romanos não falavam apenas latim
Talvez surpreenda saber que latim não era o único idioma em Roma. Apesar de ser a língua oficial, diversas outras línguas eram faladas, tanto na cidade de Roma como no resto do império. Algumas das línguas mais comuns em Roma eram grego, osco e etrusco.
Latim era a língua uniforme do império, mas também havia variações locais. No século XIV, Dante Alighieri identificou mais de mil variações de latim apenas na Itália. Apenas em documentos escritos é que existia um padrão. Mesmo os patrícios romanos (a classe alta) não falavam latim o tempo todo, pois grego era considerada a língua da elite educada.
3. A plebe não era apenas pobre e ignorante
Plebeu ou plebe hoje em dia pode ser considerado um insulto, e normalmente se refere à classe mais baixa na sociedade. Uma das curiosidades sobre os romanos, contudo, é que ser um plebeu era o equivalente a ser um cidadão comum, divergindo da elite dos patrícios, que governava.
Apesar de serem excluídos do ofício público, os plebeus lutaram por seus direitos e, em mais de uma ocasião, se retiraram do estado e formaram seu próprio governo até que seus direitos fossem respeitados. Os patrícios eram descendentes das famílias governantes originais, e por isso formavam a aristocracia romana.
Os plebeus gradualmente garantiram seus direitos até que tivessem o mesmo status que os patrícios, dissolvendo a velha ordem.
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4. Eles não usavam togas o tempo todo
Uma das curiosidades sobre os romanos envolve suas vestes. Nos filmes, costumamos ver gregos e romanos em togas simples, e normalmente brancas. Mas havia uma grande variedade de estilos de toga pelo império romano e ao longo do tempo.
Uma toga é simplesmente uma longa peça de tecido que é usada drapeada sobre o ombro. As togas primitivas eram simples, enquanto as posteriores eram elaboradas, pesadas e com enfeites. Existia uma hierarquia de togas, como ocorre com uniformes, para que os cidadãos conseguissem distinguir o ranking de quem as utilizava. A do imperador, claro, era roxa.
Para o cotidiano, todavia, os romanos vestiam algo mais prático: uma túnica feita de linho ou lã. Os soldados usavam casacos de couro e alguns até preferiam peles de urso ou de grandes felinos. Túnicas curtas, no entanto, indicavam uma pessoa de classe baixa ou um escravo.
5. Eles não salgaram Cartago
Roma e Cartago (hoje parte da Tunísia) lutaram em três guerras ao longo de um único século. Cartago finalmente foi destruída em 146 AEC, com 50 mil prisioneiros de guerra sendo vendidos como escravos aos vitoriosos.
A Terceira Guerra Púnica foi a mais sangrenta. E quando Roma venceu, a cidade de Cartago foi posta abaixo. Contudo, a história de que o exército romano salgou a terra, tornando-a infértil por gerações, é aparentemente um mito. A história do sal simbolizava a destruição total do inimigo, mas não há evidência hoje de que a terra de fato foi salgada.
Além disso, sal era um mineral valioso; portanto, não faria sentido gastar tempo, esforço e dinheiro salgando o solo de Cartago.
6. Os romanos não inventaram a saudação nazista
Existe há crença de que a saudação nazista – um braço estendido para cima com a palma voltada para baixo – foi derivada do exército romano. Contudo, não há tantas evidências acerca disso. Não existem documentos do período descrevendo essa forma de saudação, ainda que algum tipo de saudação tenha existido.
O mito da saudação romana pode ter começado com a pintura O Juramento dos Horácios (exibida acima) em 1748, que exibe um grupo de soldados exibindo a pose, mas não há nada que sugira que isso não foi uma licença artística do pintor. Filmes antigos reforçaram a ideia, e o partido de Mussolini, querendo exaltar a ideia de um passado glorioso italiano, copiou o que acreditava ser a saudação dos seus ancestrais.
Hitler, em seguida, copiou sua ideia. Da mesma forma, Hitler também se apropriou da suástica dos budistas (uma das muitas religiões que usam o símbolo), por exemplo.
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7. Calígula nunca tornou seu cavalo um cônsul
O nome Calígula desperta nossas memórias das aulas de história na escola, lembrando-nos de quem poderia ter sido o pior imperador de Roma. Há tantos mitos em torno de sua figura que é difícil saber quais deles são verdadeiros ou não. Os registros acerca do seu governo vêm principalmente do escritor Sêneca, que pode ter sido tendencioso devido ao fato de que o imperador quase o condenou à morte em 39 EC por se associar a conspiradores.
Sabemos que Calígula se tornou imperador aos 25 anos. Ele adoeceu poucos meses depois, adquirindo uma “febre cerebral”, da qual nunca se recuperou, começando a demonstrar sinais de paranoia. Acabou por condenar alguns dos conselheiros mais próximos à morte, baniu sua esposa e forçou seu sogro a cometer suicídio.
Calígula declarou a si mesmo um deus vivo, e passava o tempo sentado em seu templo, aguardando por oferendas. Ocupou-se mais de entretenimentos de todos os tipos do que em governar.
O imperador tinha um cavalo do qual gostava muito, originando o mito de que ele o havia tornado um cônsul, aconselhando-se com o equino. Contudo, não há evidências disso.
Calígula morreu em 41 EC, após anunciar que planejava se mudar para Alexandria, no Egito, onde acreditava que seria venerado como um deus. O imperador foi esfaqueado até a morte por três de seus guardas.
Fonte: Listverse
